A
espera
Maria Verônica Azevedo
Fazia quase meia hora que eu estava
esperando por ela. Tinha ficado combinado que a esperaria no ponto do ônibus,
na esquina perto de casa.
Fiquei impaciente. O ônibus 42 que ela
sempre pegava passou sem parar.
Aí eu desanimei... Ia demorar mais
quinze minutos para vir o próximo.
O céu estava cinzento. Começou a garoa.
E eu sem guarda-chuva.
Olhei em volta a procura de uma árvore
para me abrigar.
A garoa foi engrossando. Virou uma
tempestade. Do outro lado da rua, vi uma padaria. Rumei para lá em busca de
abrigo.
O cheiro de café e pão fresquinho era
irresistível. Abandonei meu posto de observação e rumei em direção ao balcão.
Quando a chuva parou, sai de novo... Eu
já não sabia se ela tinha chegado. Caminhei pela calçada pensando nela... Se
ela tivesse chegado enquanto eu estava na padaria, teria ficado decepcionada.
Eu fui um tolo. O povo costuma dizer que paciência é uma virtude... Mas eu não
tive paciência. Vai ver que ela chegou e não me vendo ali, foi embora andando
pela chuva... Ela nem ao menos tinha saído com o guarda-chuva. Eu sempre falo
para ela pegar e levar... A gente nunca sabe se vai chover nessa cidade maluca.
Ali vem um casal... Espera ai, eu estou reconhecendo! Não é que
ela arrumou companhia? Desgraçada. E eu aqui feito bobo esperando por ela na
chuva.
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