Nada
inspira mais coragem ao medroso, do que o medo alheio.
Fernando
Braga
Quase com o mesmo
significado podemos dizer: Nada fortalece mais o fraco do que a fraqueza alheia.
São testemunhas destas asserções, fatos históricos, observações corriqueiras
diárias, presentes em qualquer profissão, esportes, jogos, na economia, e
outros mais.
Esopo e La Fontaine, escreveram
a grande maioria das fábulas, que hoje conhecemos, com ensinamentos que têm
atravessado os tempos. Lembro-me de uma delas, que se aplica muito bem ao tema
acima, a fábula “o asno e o leão”, que passo a contar:
Certa feita, um asno ou um
burro, estava atravessando uma mata, quando deparou com um enorme leão deitado,
aparentemente dormindo. O asno estancou, deu meia volta e logo após, saiu em
enorme disparada, conseguindo, em seu íntimo, ter conseguido escapar vivo, do
rei das selvas. Poucos dias após, junto com outros asnos, seguiu o mesmo
caminho na mata, prestando toda a atenção para não ter surpresas. Quando chegou
ao mesmo local, todos viram um leão deitado, que não se movia e que, apesar do
barulho que fizerem, não se incomodou, não reagiu. Perceberam que o leão estava
ou muito doente ou morto. O asno aproximou-se mais, relinchou bem perto do
leão, que, simplesmente, conseguiu elevar um pouco a cabeça, soltar um esboço
de urro. O asno disse aos companheiros: ele ainda está bem vivo e
aproximando-se mais, demonstrando uma grande coragem aos amigos, desferiu uma
coice na cabeça do rei e em seguida, desfilou garbosamente para seus colegas. O
leão, com enorme esforço, conseguiu novamente erguer um pouco sua enorme cabeça
e dizer: “agora, até tu, obra vil da
natureza, tem a coragem de me enfrentar?”.
Voltando para os homens,
há muito anos, ouvi uma estória de um amigo, que me deixou muito satisfeito.
Contou ele que estavam no jardim central da cidade, esperando o clube abrir as
portas para o baile carnavalesco. Tinham tomado umas cuba-libres, bebida bem
comum na época e mais barata, todos muito animados com a festa, que já haviam
começado, bebendo. Dentre eles, estava o Purunga, apelido de um rapaz mais
alto, bem forte, musculoso, pois fazia alteres e todos o
temiam em uma briga. Ele sempre provocava, uma vez que os outros tinham medo de enfrentá-lo. As
brigas físicas eram bem comuns naquela época, ninguém usava faca, pau, pedra, e
a coisa era no braço e na perna. Estavam todos muito alegres, quando a uns 20
passos, passaram dois rapazes magros, meia altura, que evidentemente eram de
fora da cidade, e que, certamente, se dirigiam para o clube. Purunga ao vê-los,
gritou: eeeiiii!, vocês aí, suas bichinhas, aonde vão? Os dois rapazes pararam
e disseram:
—Vamos ao clube, por que ?
Purunga, querendo se
mostrar para os amigos, perguntou aos dois: — As bichinhas são de São Paulo?
Um deles se adiantou e
ficou parado em atitude desafiante, mostrando não ter medo do grandão! Purunga analisou
o tamanho, a musculatura do rapaz e concluiu que já havia batido em cara muito
maior. Disse:
— Você é metidinho hein, e
vai apanhar.
Aproximou-se mais e
desferiu um chute na altura do peito do adversário, que desviou o corpo e
conseguiu pegar no ar, o calcanhar do grandão. Em seguida levantou, forte e
rapidamente sua perna, jogando-o de cabeça ao chão. A batida na parte posterior
da cabeça, contra um paralelepípedo, provocou um corte, por onde jorrou o
sangue. A briga acabou!! Os amigos levaram Purunga ao pronto socorro, onde
levou 5 pontos no couro cabeludo Falou em desforra, mas acalmou-se quando ficou
sabendo que os dois, eram convidados do Dr. Olavo, conhecidíssimo na cidade e
ainda, que eram categorizados lutadores em defesa pessoal, pela Academia Gracie
e também faziam Jiu-Jitsu. Aquilo, certamente, foi uma boa lição àquele que
fora muito prepotente!!
Termino, com outra frase,
com um significado importante: Nunca seja prepotente, jactancioso, mas também,
nunca seja servil!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário