COMO
FICOU PARA HELGA? FICOU BOM, BOM...
Mario Augusto Machado Pinto.
Transtornada com a morte do marido Tinoco,
Helga nunca se imaginara viúva. Ficou.
Já se passaram dez anos de vida diferente,
agitada, fazendo juz ao estado de ‘’balzaqueana’’. Sentia falta dele na cama,
daquela coisa quente, hirsuta e eriçada.
Lembrou-se de quando falou: ‘’Estou cheia de esperar você colocar a
camisinha. Perco um pouco do embalo. Vê se arranja isso!’’ .
Tinoco arranjou: fez vasectomia. Passavam noites
inteiras dando inveja à gataria da redondeza. Para Helga era uma das coisas que mais sentia
falta, alguém com quem fazer amor.’’Ai,
que coisa maluca!’’, e chorava, chorava se roçando...
Não tinha jeito para dar aqueles sinais
femininos avisando que queria companhia. Nada havia conseguido apesar de passar
todos os dias em frente à Confeitaria Colombo buscando um velhote para
sassaricar. Considerava-se um fracasso nesse particular. Isso até hoje. Sim,
até hoje quando encontrou o Itó, um mulatão 3 x 4, lisonjeiro e vigoroso como
ele só.
Em casa, após cinco exaustivos “exercícios”
em que houve de tudo, até vizinhos gritando ‘’Não geme tanto! Goza mais baixo!’’, concluiu que o Itó era o ‘’non
plus ultra’’ em sua cama. ‘’Que tesouro!’’
Enrolada no edredon, estava exausta, sonolenta,
languida, sorrisinho safado no rosto. Nem se levantou para fechar a porta de entrada
do apartamento. Adormeceu murmurando ‘’Tinoco,
até estou assada; o capuchino dele é mais quente!’’ e o Itó, definitivamente,
desbancou o Tinoco, fácil, fácil.
É, foi assim mesmo...
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