UMA HISTORIA TRISTE, MUITO TRISTE - Carlos Alberto Cedano



UMA HISTORIA TRISTE, MUITO TRISTE
Carlos Alberto Cedano

— Pai, Pai - entrou correndo Vivianne no escritório da casa onde Zé Roberto, trabalhava.

— Que foi minha filha? - disse  o pai, preocupado, ao vê-la tão nervosa e trémula.

— Pai, a mãe de meu amigo Robertinho morreu, parece que caiu da janela de seu apartamento - completou Vivianne continuando a chorar copiosamente.

— Como você ficou sabendo? - Perguntou o pai.

— Foi nossa professora que comunicou pra turma no fim das aulas.

Que tragédia pensou rapidamente Zé Roberto. Robertinho tinha apenas 12 anos de idade e tinha sido bastante afetado com a separação dos pais. A morte da mãe, nessas circunstancias  terá, sem nenhuma dúvida, um impacto cujas consequências poderão ser terríveis para o menino, concluiu para si Zé Roberto.

Os outros pais de família ficaram sabendo do acontecido e as versões e especulações começaram a circular. Ela parecia que estava reagindo tão bem à separação, disse uma das mães, outra falou que tinha ficado sabendo que a mãe estava sentada no sofá com Robertinho e que de um momento a outro, inesperadamente, correu até a janela e se jogou. Morte instantânea, suicídio na opinião generalizada dos presentes.

A polícia fez as averiguações do caso, conversaram com vizinhos, colegas e professores de Robertinho e todos estavam surpresos com o acontecido. Mariana, a mãe, não tinha mostrado, além da tristeza que causam as separações, nenhum comportamento particularmente anormal que chama-se atenção tinha sido observado.


Não foi possível obter informações do Robertinho. Parecia que o mundo tinha se fechado pra ele. Olhar perdido, rosto inexpressivo, completamente catatônico. Vê-lo assim, era verdadeiramente estarrecedor.  

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