UM PASSEIO PELO CLUBE DE MÃOS DADAS COM MARIANA - Carlos A. Cedano













UM PASSEIO PELO CLUBE DE MÃOS DADAS COM MARIANA
Carlos A. Cedano

A menina pegou na mão do pai –  e disse-lhe:

Pai você nunca me mostrou o clube todo, ele parece muito grande e deve ter outros lugares bonitos, você me leva? Eu conheço apenas as piscinas e o restaurante.

Levo - respondeu o pai - vamos começar pela sala grande de estar, Ok? Tá, respondeu a filha.

Caminhando para a sala de estar, passaram pela frente do antigo restaurante  que estava agora em obras e cercada por um imenso tapume que contornava toda a área de trabalho. Pai e filha só escutavam ruídos de ferramentas e vozes de operários. A menina comentou:

Parece uma enorme caixa embrulhada em papel para presente.

O pai observou com atenção e respondeu-lhe:

De fato minha filha, você percebeu bem.

Sim, disse filha, e também há folhas amarelas - mostrando com seu dedinho os desenhos nos tapumes. Mas pai, elas não são verdes? Disse com ênfases Mariana.

Sim querida. Mas, no outono de algumas florestas ficam amarelas no inverno adotando diversos tons, desde o ouro brilhante até umas com tons de marrom que são chamadas de ouro velho.

E que vai ter lá dentro da caixa de presentes grandota? Indagou a pequena Mariana. Vai ter novos tipos de comidas, mobília e cozinha novas.

Só isso? Retrucou Mariana.

Você gostaria alguma coisa mais?  Disse o pai.

Sim, respondeu a menina, gostaria uma imensa mesa cheia de doces e sorvetes atendida por pessoas fantasiadas de palhaços e princesas.

Esperemos, respondeu o pai e continuaram caminhando em quanto atravessavam a sala de estar principal do clube.

Mariana parou um momento e perguntou sobre as flores na sala de estar  – orquídeas brancas na sua grande maioria – mas, ficou particularmente impressionada com uma de cor fúcsia que dava a ilusão de um desenho pela perfeição das formas das pétalas e pela intensidade de sua cor, uma obra prima da natureza.  Timidamente, Mariana passou o dedinho na pétala da orquídea e muito feliz disse para o pai que sentiu a suavidade e delicadeza da flor. O pai  olhou-a com um sorriso de ternura,  beijou-lhe carinhoso e percebeu que a plena felicidade também se atinge quando fazemos  felizes as pessoas amadas. 

Logo caminharam pelo corredor que liga a lanchonete com biblioteca e os serviços de cabelereiro e sauna. Ao longo do percurso pode-se ver um acervo de quadros, reproduções e gravuras que olharam com cuidado e demoradamente. Sem poder conter-se falou:

- Será que não poderia criar-se no clube um pequeno espaço para formar um pequeno museu de arte? Não exigiria muito esforço nem grandes despesas, né pai? Além disso, poderia aproveitar-se a ocasião para interessar sócios talentosos do clube para que contribuam com suas obras. Mariana pensou um momento e logo em seguida disse evidentemente isso não dispensa uma bela limpeza e novas molduras que estão em grande parte, velhas e inadequadas. Pedro Luís estava admirado com a agudeza da percepção de sua filha. Nesse momento relembrou de sua falecida esposa, que também possuía as mesmas características de inteligência e observação de detalhes.

Atravessando a pracinha redonda que possui canteiros de flores, novamente Mariana se deteve e imediatamente foi ate um canteiro onde o cheiro que exalavam suas flores permitiu a Mariana dizer, quase gritando de felicidade, pai são flores de lavanda e arrancou um pequeno ramalhete das floridas que cheirou por um bom tempo.

Pedro Luís perguntou para sua filha:

você que saber qual é meu canto que mais gosto no clube?

Sim respondeu a filha.

Vem, vou te mostrar e foram para um canto bem em frente da praça onde se encontravam.

Quando chegaram aí, verificaram que além de poltronas, mesas pequenas e cadeiras bem confortáveis, o lugar era protegido por uma choupana que completava um ambiente fresco, de repouso, de leitura ou simplesmente um lugar para deixar a imaginação voar.

E você que acostuma a fazer aqui pai?

Ah, minha filha eu venho a ler ou quando tenho necessidade de encontrar-me com minhas lembranças. Este ambiente me ajuda muito nesses momentos concluiu Pedro Luís.

Amo-te muito meu pai, disse Mariana muito emocionada.

Sem perceber, tinham se passado mais de três horas e Mariana começava a apresentar sinais de cansaço Seu pai propôs de irem embora.
Alto aí meu pai, estou com fome e sede.

O que você deseja meu amor?  perguntou o paizão.

Quero comer um pedaço de bolo de chocolate e um sorvete de creme.

Eu, nem precisava perguntar disse o pai rindo.


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