Emulação
Vera Lambiasi
Iara era a mais linda índia do
carnaval mato-grossense.
Sua fantasia diminuta fazia corar os
mais carrancudos olhos do governador. E os de sua esposa, escancaravam de
descontentamento.
A foliã, ao passar, dobrava os sinos
de corações latentes.
Blém, blom, blém, blom ...
Desde o varredor envassourado, até o
político surupira, encantavam-se, despudoradamente.
Ao final de cinco dias, voltava a
sereia ao seu posto de guardiã lunar.
Xuá, xuá, xuá ...
Atingida por um arpão, vindo oculto
das profundezas, morreu ignorante dos motivos letais.
Em fazenda pantaneira distante,
comemorava uma mulher desgovernada.
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