Doce Vício
Vera
Lambiasi
Jogando,
praguejando, gastando.
Num
continuar de cartas a tudo esquecer.
Aluguel por
quitar, luz a cortar, água quase acabar.
A família,
aos pedaços, descamba.
Desfiladeiro
de lamentações.
Naquela
noite sardenta, saiu Homero cambaleando.
Até que
aconteceu o milagre. Enfiando a mão no bolso, da calça de tergal, tateou o maço
de notas polpudas. Não fazia ideia de onde vieram.
Marluce,
jogadora, foi para casa, ainda pensando no montante perdido.
Metido nas
calças da secreta paixão.
O canalha
despertara clandestinos desejos.
Dívidas
pagas, volta à mesa de poker.
Marluce,
silenciosamente se alegra.
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