ROMANCE
PERIGOSO
Sérgio Dalla Vecchia
Estavam noivos com casamento
marcado na cidade de Santos.
Bufê contratado e igreja
reservada. A decoração mais chique da época.
Vilma era santista, mas lecionava
em uma pequena cidade próxima a Peruíbe.
Nestor próspero comerciante em Santos.
Numa pensão simples era onde
ela hospedava-se e passava a semana na cidadezinha próxima a Peruíbe, no vale
do Rio Ribeira.
Todo fim de semana lá ia
Vilma feliz pegar o trem de volta à Santos para encontrar o noivo.
Prendada, não largava o
bordado do enxoval, enquanto colegas conversavam sem parar. Assim era o
cotidiano na Pensão após o jantar.
Certo dia, hospedou-se um
funcionário do Governo. Moço alto esbelto de olhar fulminante. Viera para fazer
um levantamento estatístico da Região.
Vilma por mais que se
concentrasse no bordado, não escapava do devastador olhar de Ricardo.
Dias passaram e o inevitável
aconteceu. Iniciaram uma animada conversa. Um encontro na Praça, mãos
entrelaçadas, corações flechados e um tímido romance surgiu.
O namoro foi acontecendo e
Vilma balançada entre Ricardo e Nestor.
Era o antagonismo
provocando-a. Nestor rico, próspero, já Ricardo um assalariado, mas que com o
olhar lhe atingia as entranhas.
A paixão venceu a razão. O
escolhido foi Ricardo.
Vilma decidida voltou à
Santos, sem titubear desmanchou o noivado.
Foi um dos golpes mais
contundentes que uma família desavisada poderia suportar! Uma tragédia!
O noivo Nestor inconformado
não entendia a razão de tamanha afronta. Tentou convencê-la a rever a decisão.
Nada, era irreversível.
Na madrugada seguinte, na
estação de Santos um homem determinado embarcou no primeiro trem para Peruíbe
em busca da honra.
No fim desse mesmo dia na
Igreja da Paroquia em Santos, ouviu-se o sussurro de Nestor na Sacristia:
— Padre,
vim confessar. Eu pequei!
— Com o revólver em punho
estive cara a cara com meu rival.
Por Vilma não o matei, mas minha intenção o nocauteou varias vezes!
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