LARANJA DOCE
Oswaldo
Romano
Naquele domingo depois do almoço, apreciávamos
uma tarde ensolarada. Eu me chamo José, minha mulher Maria, e o filho Tato.
Nada havia sido programado, como os acostumados passeios de fim der semana.
Tato inquieto começou a reclamar o fato
de ficar em casa, justo num domingo sem chuvas. A mãe tenta convence-lo a
acatar a vontade do pai. Ele queria descansar. Falou muito, muito, em vão.
José mesmo desmotivado, tirou o carro da
garagem e ordenou:
—Venham.
Vamos passear. Vamos na chácara do japonês em Ferraz de Vasconcelos. Está na
época das uvas Itália. Depois de chupá-las, traremos um daqueles cestos de bambu
trançados que ele tão bem prepara.
—Cheio, né mãe?
—Claro, filho. Depois de vazio, é
decorativo.
Animados foram alegres, cantando,
enquanto José, nessa altura fazia boca para as uvas brancas e carnudas.
Cortando por uma estrada de terra,
passavam por sítios e num deles, um enorme pomar chamou a atenção. Os pés que
não estavam floridos, apresentavam a beleza dos galhos carregados das mais
cobiçadas frutas. Logo mais chegariam na chácara do japonês.
Tato não se contendo, tomado de
entusiasmo viu que podiam colher algumas laranjas dos galhos que debruçavam
sobre a cerca divisória. Convidou o pai para a festejada aventura.
Maria, a mãe cuidadosa, movendo-se
aflita interveio: Não, Tato! Além do que, laranja madura na beira da estrada,
tá bichada Zé, ou tem marimbondo no pé.
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