HERDEIROS!
Mario Tibiriçá
Quase sempre os herdeiros
têm pretensões iguais entre sí, e foi o que aconteceu com meu
vizinho Júlio desde que sua mulher
faleceu.
Júlio e eu estudamos juntos
e por mera coincidência viemos a
nos reencontrar já casados e com filhos.
Encontrava sempre com Júlio, no dia
a dia e ficava muito interessado nas
peripécias de meu amigo,
no lidar com seus filhos,
sabidamente irresponsáveis.
Ele tinha
dois rapazes e uma moça, adultos
com mais de 23 anos, mas que não tinham
boa índole.
Num determinado dia do ultimo mês, recebi um telefonema do amigo
informando que sua mulher Léia, havia
tido um enfarte e estava a beira da morte, o
que viria acontecer alguns dias depois . Júlio não é aquela pessoa que poderíamos chamar de
esperta, embora se considerasse o
“ rei da cocada preta “, sendo na verdade, um grande “banana”.
Por outro lado, tão logo a
mulher faleceu, novo telefonema dele pedindo minha atenção para ajuda-lo
quanto a inventário e trâmites legais em andamento, já como amigo
e advogado. Sem testamento pensava distribuir entre os filhos, os bens e salvar
para si algum usufruto. Gentilmente declinei de tal ajuda,
deixando claro que era especializado em
advocacia comercial, mas indicaria um
colega competente para ajuda-lo, não deixando de adverti-lo
para não “ viajar na maionese” e que
procurasse até com prejuízo, sair da
“salada de frutas” que a família representava. Recomendei ainda que procurasse
acalmar seu “ docinho de coco” linda
garota muito próxima e conhecida como “
manteiga derretida” sempre pronta e emocionar corações emotivos. Insisti
que esperasse que todo “ o
abacaxi estivesse doce”.
Passados alguns meses recebi convite de Julio, agradecendo meu apoio
e indicação, e informando seu casamento com o “ docinho de coco”, já
integrada na fortuna e na
família, esperando que dali para a frente a vida passaria a ser “Mamão com açúcar”.
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