UM BAÚ
MISTERIOSO.
Mario Augusto M. Pinto
Eu gosto muito
de praia, não do mar em sí. O que eu gosto mesmo é de olhar a cor da água, ouvir
o barulho das ondas e a espuma na água, da areia presa nos pés descalços,
andando ou correndo. Gosto dos tipos que andam ou correm; alguns já conhecidos
e nos cumprimentamos. Não gosto quando venta muito, mas isso ás vezes faz
parte.
Hoje, como de
hábito, fui andar á beira d´água acompanhado pelo Fusca, meu cachorro vira-lata
que é bastante irrequieto: sai correndo quando jogo um graveto, pega e devolve-o.
Gosta de fazer isso o tempo todo em que estamos juntos na praia. Eu também me
divirto, dou risadas, falo com ele Pega,
Fusca, pega! Ele parece compreender que essa brincadeira me traz alegria e
esquecendo a idade – 12 anos! – fica no corre, vai, pega e volta. Depois de um
tempo se afasta, me olha e anda meio de lado, devagar. Parece que me diz É para descansar um pouco. Aceito e
acarinho sua cabeça. Ele merece.
Gosto de ver o
que acontece na praia e estava observando um surfista quando o Fusca parou ao
meu lado, latiu e ficou com o focinho erguido, corpo rígido, sem se mexer. Afaguei
a cabeça do Fusquinha e perguntei: O que
foi? Ele saiu correndo e ao acompanhar sua corrida notei que havia algo
encalhado na areia. Ele chegou primeiro. Observei de perto e vi que era um pequenino
baú revestido com couro, tendo laminas, cravos e dobradiças de latão.
Fusquinha
cheirava, corria, parava, corria novamente e latia ao redor do baú. Ví que não
estava muito deteriorado. Percebi que não havia cadeado trancando a tampa; com muito
cuidado abri, levantei a tampa devagarinho – podia haver uma surpresa
desagradável - e vi que no interior havia só uma coisa: uma garrafa tipo dessas
de champagne com algo dentro. Pensei
logo em uma mensagem de algum náufrago; seria o óbvio. Peguei a garrafa com muito cuidado, destampei
e tirei o papel de dentro dela. Desdobrei o papel e li o que estava escrito:
Você logo pensou numa mensagem de um náufrago! Foi
ou não foi? Não é nada disso! É 1º de abril. Enganei um bobo na casca do ovo!
Ri muito.
Gostei. E o Fusquinha recomeçou a correr. Parece que também gostou.
Mario Augusto
Machado Pinto SP
09-04-2.013.
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