RESILIÊNCIA
19/11/2024
RESILIÊNCIA: substantivo
feminino
- 1.
física
propriedade que alguns corpos
apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma
deformação elástica.
- 2.
figurado
capacidade de se recobrar facilmente
ou se adaptar à má sorte ou às mudanças.
Tenhamos como modelo de luta interior, de resiliência, o que aconteceu com o ator Jeremy Renner:
Há 1 ano e meio, o ator Jeremy Renner
sofreu um acidente. Ele estava removendo a neve da sua rua e, ao sair do
equipamento, não puxou o freio. Para que o equipamento, que pesava mais de 30
toneladas, não atingisse seu sobrinho, ele se adiantou e foi atropelado.
Quebrou 38 ossos, teve pulmão
perfurado, um dos olhos escapou da cavidade ocular, além de perder muito
sangue. Na época, diante da gravidade do paciente, ele foi desenganado pelos
médicos. Alguns dias depois, diante de sinais de recuperação ínfima, os médicos
disseram que ele jamais andaria, e se andasse, não correria.
No entanto, dentro do paciente havia
um lema: “entre a morte e a vida, eu escolho viver”. E assim, dia após dia, ele
foi mostrando força, determinação, garra… resiliência.
Hoje, ele tem placa de titânio pelo
corpo, parafusos e múltiplas marcas de cirurgias. Além disso, ele tem a vida
pela qual lutou desde o primeiro segundo depois do acidente.
A resiliência foi o seu mote. Veja o vídeo abaixo:
Vamos criar um personagem
resiliente?
Coloque-o em situação de risco e faça-o lutar para ganhar a vida, o sucesso ou resgatar pertences.
O PASSADO DO PRESENTE
12/11/2024
Antes de mais nada, não
comece uma história com toneladas de detalhes ou informações, será muito
difícil envolver o leitor e arrastá-lo para o mundo de sua história. É muito
curioso quando a história abre com uma cena dinâmica, como o modelo abaixo.
A história de fundo
influenciará tudo o que acontece em sua narrativa, desde os eventos da trama
até as motivações de seu personagem. E, até mesmo, a capacidade do autor de
gerenciar seu subtexto temático. Será o passado
do seu personagem que influenciará quem ele é no presente (família, hábitos,
amigos, trabalho, formação, lembranças).
As experiências passadas
de um personagem contribuem para sua visão de mundo atual, medos, valores e
objetivos. É o que forma um contexto de história e significado, por meio
de flashbacks,
pensamento interno ou exposição para revelar o que aconteceu no passado. Na
narrativa, é como se cada instante da história de fundo interrompesse o impulso
da história. Preste atenção: O passado do personagem ajuda o escritor a
guiar-se pela história e cria tentáculos para novos ganchos.
Aproveite o texto abaixo e crie sua história,
sabendo que esse trecho é uma história de fundo, um pedaço do passado do seu
personagem principal:
Ela correu desenfreadamente para o píer, àquela hora da madrugada. “Não posso perdê-lo, preciso impedi-lo de partir” — pensava aturdida, enquanto a lua era sua única companheira. A respiração sôfrega a impedia de ir mais rápido, a gestação tão adiantada pedia cautela. Até que uma dor a abateu de pronto quando viu lá adiante o barco de Zack já em alto-mar…” É o nosso fim! ” — Chorou Helena…
NOVE ANOS
DE SILÊNCIO.
05/11/2024
TAREFA: Abaixo há a
sinopse de um conto. A história precisa
ser finalizada. E, é claro, esse texto (abaixo) ainda carece de subtextos, fluxo
de pensamento, figuras, estratégia de enredo, etc.
Bento Di Lucca, é italiano, tem hoje 56 anos. Em 2015, seu automóvel desgovernado rolou pela ribanceira que dava no mar. O homem foi lançado para fora do veículo, pelo vidro frontal, e o carro, já em chamas, explodiu espirrando os destroços no oceano.
Bento ficou enroscado na encosta. Como estava sozinho naquele trecho de estrada, ninguém viu o automóvel cair. Não fosse a explosão, seria impossível calcular que um homem estaria entalado numa fenda da rocha.
Ele sofreu inúmeras fraturas importantes. Foi socorrido após horas,
devido à dificuldade de acesso. Estava
vivo, mas inconsciente. Foi levado para o hospital, passou por dezenas de
cirurgias, mesmo desacordado. O estado de coma o manteve em silêncio por
longos nove anos.
Quando voltou do estado de coma…
UM TEXTO
DE MÃO CHEIA!
29/10/2024
Crie uma história de alguém muito rico, avarento. Um dia
descobrem que...Ele começa a ter prejuízos financeiros e emocionais.... Tem que
recorrer à ... etc.
Empregue algumas expressões sobre a MÃO de maneira contextualizada.
Nunca esqueça das ferramentas literárias.
Os diferentes sentidos da palavra MÃO, locuções e
Expressões diversas:
1. À MÃO ARMADA - com
uso de arma
2. ABRIR MÃO - renunciar
a alguma coisa
3. AGUENTAR A MÃO - suportar,
esperar
4. APERTAR AS MÃOS - cumprimentar,
consolidar um acordo
5. BAIXAR A MÃO - surrar
alguém
6. BOTAR A MÃO NA CONSCIÊNCIA - refletir
7. CAI NAS MÃOS -
estar sujeito ao poder de alguém
8. CARTAS NA MÃO - poder
de decisão
9. COM A MÃO NA BOTIJA - no
flagrante
10.
COM
MÃOS ABANANDO - mãos vazias
11.
COM
UMA MÃO NA FRENTE E OUTRA ATRÁS - sem mais nada, sem
recursos
12.
DAR
A MÃO À PALMATÓRIA - deixar-se convencer
13.
DAR
AS MÃOS - unir-se uns aos outros
14.
DAR
UMA MÃOZINHA - ajudar socorrer.
15.
DE
MÃO BEIJADA - de graça, fácil
16.
DE
MÃO EM MÃO - passado para as mãos de cada um
17.
DE
MÃOS ATADAS - estar impedido de agir
18.
DE
SEGUNDA MÃO - algo já usado, batido
19.
DEITAR
A MÃO - bater em alguém ou em algo
20.
DEIXAR
DE MÃO - abandonar, ignorar
21.
EM
BOAS MÃOS - em mãos de pessoa indicada
22.
EM
MÃOS
- presencialmente, pessoalmente
23.
EM
PRIMEIRA MÃO - aquilo que ninguém usou antes
24.
ESTAR
NAS MÃOS - estar sob domínio de alguém ou de alguma coisa.
25.
FAZER
MÃO BAIXA - apoderar-se de algo que não lhe pertence, roubar
26.
FEITO
A MÃO - feito com o uso das mãos, manufaturado
27.
FICAR
NA MÃO - ficar sem nada ser prejudicado.
28.
LANÇAR
MÃO
- fazer uso de alguma coisa, usar
29.
LAVAR
AS MÃOS - eximir se de alguma culpa.
30.
LEVANTAR
AS MÃOS PARA O CÉU - agradecer o que tem
31.
MÃO
ABERTA - permissivo
32.
MÃO
CHEIA - Ótimo, perfeito, completo
33.
MÃO
DA JOGADA - rodada completa que se joga cada vez que se distribuem
as cartas
34.
MÃO DE DEUS - interferência divina
35.
MÃO
DE FERRO - firmeza, tirania, autoridade, intransigência
36.
MÃO
DE GENGIBRE - pele enrugada e murcha
37.
MÃO
DE ONZE - fase ou período de aperto / hora de decisão
38.
MÃO
DE PADRE - preguiçoso, malandro.
39.
MÃO
DE SENTIDO - sentido, direção dos veículos
40.
MÃO
DE VACA - avarento, pão-duro.
41.
MÃO
DUPLA - dois lados de sentido dos veículos
42.
MÃO
LEVE OU MÃO DE VELUDO - ladrão
43.
MÃO NA
MULA – brincadeira infantil
44.
MÃO
OU DEMÃO - camada de tinta na parede
45.
MÃO-BOBA - mão
utilizada com intenções libidinosas
46.
MÃO-DE-OBRA - executar
uma obra
47.
MÃO-FRANCESA - peça
de apoio de uma bancada, escora.
48.
MÃO-FURADA - deixa
cair tudo que segura
49.
MÃOS DE FADA - mãos delicadas
50.
MÃOS
LARGAS - generosidade
51.
MÃOS-LIMPAS - sério,
honesto
52.
METER
A MÃO EM CUMBUCA - envolver-se em confusão.
53.
MOLHAR
A MÃO - subornar.
54.
NÃO
TER MÃO DE SI - não conseguir controlar-se
55.
PASSAR
A MÃO NA CABEÇA - perdoar.
56.
PEDIR
A MÃO - Pedir a mão de alguém em casamento.
57.
PÔR
A MÃO NA MASSA - trabalhar executar alguma coisa
58.
PÔR
A MÃO NO FOGO - confiar responsabilizar-se.
QUEM É MEU PATRÃO?
14/10/2024
Construa a história de uma empregada doméstica observadora, desconfiada, que espreita tudo e todos na residência onde trabalha, pois algo parece anormal naquela casa.
Diante
de certos vestígios, de sinais cada vez mais claros, ela constata que o patrão
não é quem ele diz ser.
Sinais: conversas ao telefone / redes sociais que ficavam abertas / documentos que chegavam endereçados para outro nome / pessoas que chegavam procurando sicrano, e o patrão o recebia…
Intrigada, ela procurou Duda, o filho adolescente do patrão, um garoto rebelde que não se
dava bem com o pai, e conversou com ele sobre sua desconfiança. “Acho que tem um
estranho se passando por seu pai, Duda!”. O jovem, que já havia percebido
estranhezas, resolveu auxiliá-la na investigação.
E,
eis que descobriram que…
**
Cuide para a narrativa ser rica,
cheia de emoção, enredo cativante.
Empregue as ferramentas de escrita que você conhece.
Releia o texto em voz alta.
Evite
- Descrição pobre e forçada, e desnecessária.
- Diálogos sem personalidade, e sem necessidade.
- Falta de harmonia entre os parágrafos.
- Indecisão sobre aplicação da primeira ou terceira pessoa.
- Personagens frágeis, sem atitudes, empurrados pelas frases e não pelas ações, pela empolgação.
- Parágrafos longos.
- Nomes parecidos para os personagens (Humberto e Alberto - por exemplo).
UM NATAL
BEM DIFERENTE
08/10/2024
TAREFA: CONTE A HISTÓRIA DO PERSONAGEM ABAIXO, REVELE O QUE ACONTECEU
QUE ILUMINOU SUA VIDA NAQUELE NATAL:
Temos um
protagonista idoso que mora sozinho na mesma casa onde nasceu.
Seus
pais faleceram após anos sob cuidados do protagonista. O lugar era ermo, os
vizinhos ficavam a alqueires de distância. Era católico, acreditava que passara
por um fardo, mas que um dia seria recompensado pelo amor dedicado aos pais. Ele
andava devagar e lia a maioria dos dias, quando não, caminhava pelos pastos
vazios. Às vezes pescava na lagoa, o que sempre lhe rendia peixes para o jantar.
Raramente, tinha alguém para conversar sobre uma ou outra tarefa do campo. Tudo
que precisava comprar, pedia pelo telefone e entregavam à sua porta.
Nunca
pensara em se casar, ter filhos, e isso agora o torturava. Nunca tivera tempo
para coletar amigos. Passava aniversários, natais, festejos, sempre sem nenhuma
companhia. Com os anos que já lhe pesavam, a solidão o abatia, sentia-se cada
vez mais fraco, sem perspectivas.
A
angústia de mais um Natal solitário foi tomando conta dele. Sintomas
depressivos já apareciam, choros involuntários, insônia, medo do amanhã. Este
Natal queria que fosse diferente, divertido, com muitas vozes e risos, crianças
correndo pelos pastos. Então, algo fantástico lhe ocorreu, quando ele resolveu
pedir algo inusitado pelo telefone...
PARA QUEM ELE TELEFONOU?
QUAL FOI SEU PEDIDO?
COMO TERMINA ESSA HISTÓRIA?
PERSONIFICAÇÃO
– OS SAPATOS
01/10/2024
Temos trabalhado intensamente com personagens humanos, e sempre
nos deparamos com o fator emocional do personagem.
É certo que o autor que valoriza os sentimentos do
protagonista, sai ganhando olhares da plateia.
Nosso protagonista de hoje é um sapato, ou um par deles. Mas
não será um sapato qualquer, eles pertencem a alguém em especial, eles têm
certa serventia.
Há de se valorizar aqui os sentimentos dos sapatos, o lado
emocional deles, o senso de responsabilidade que eles têm (ou não), a vida
útil, o momento do desapego, os sapatos mais caros que têm lugar especial nas
vitrines, os mais fortes que vão para as guerras, os mais delicados para as
senhorinhas, os mais macios para as criancinhas...
TAREFA: Criar uma história do ponto de vista dos
sapatos. Se o dono dos sapatos for um executivo. Se for um adolescente jogador
de basquete. Se for uma senhora da alta sociedade. Se for um roceiro de sol a
sol. Se for uma mulher da periferia. Se for uma criança que está aprendendo
andar, ou um soldado num campo de intensiva batalha. Ou outros sapatos que
vierem à sua mente.
Solte-se, sinta o que sentem os sapatos.
A personificação é
uma figura de linguagem também chamada de prosopopeia, consiste em atribuir
características humanas a animais ou objetos inanimados. No artigo a seguir explicaremos com mais detalhes do que se trata esse recurso estilístico da
língua.
O que é personificação?
A
personificação é um recurso estilístico também chamado de prosopopeia em que
são atribuídas características humanas a entes não humanos. Também podem ser
atribuídas ações típicas de seres humanos a esses objetos inanimados ou
animais.
Esse
recurso linguístico pode ser conferido a objetos inanimados ou animais.
Trata-se de uma figura de linguagem classificada como figura de pensamento. Por
ser um recurso que confere estilo à escrita, está presente em contos, prosas e
textos publicitários.
A
personificação pode ser usada como forma de gerar um efeito lírico ou cômico na
produção textual. É aplicada a desenhos animais e quadrinhos por meio de personagens personificados.
Confira exemplos de personificação
Na
linguagem artística, a personificação é amplamente usada para expressar
histórias, conceitos e características humanas por meio de entes não humanos.
Abaixo listamos alguns exemplos do uso dessa figura de linguagem para
ficar mais claro do que se trata.
Exemplo
1:
·
“A virtude
é preguiçosa e avara, não gasta tempo nem papel; só o interesse é ativo e
pródigo.”
Nesse
trecho do conto “A cartomante”, de Machado de Assis, a virtude e o interesse
ganham características humanas. A primeira é referida como “preguiçosa”
enquanto o último é definido como “ativo”.
Exemplo
2:
·
O dia
acordou feliz.
Nessa
frase é atribuída uma ação tipicamente humana (acordar) para o “dia” que é um
substantivo inanimado.
Exemplo
3:
·
O gato
sorriu para o vizinho.
Perceba
que essa frase atribui uma ação humana (sorrir) para um animal (gato). Essa é
uma forma de personificar o gato.
Exemplo
4:
·
Naquela
noite a lua beijou o céu.
Novamente
uma ação humana (beijar) é atribuída para um objeto inanimado.
Exemplo
5:
·
Assim que
a erupção do vulcão começou, o fogo passou a dançar entre as casas.
O fogo
(inanimado) recebe a atribuição de uma ação humana (dançar).
Exemplo 6:
·
“A lua,
tal qual a dona de um bordel / Pedia a cada estrela fria um brilho de
aluguel”.
Trecho da canção “O bêbado e a equilibrista”, composição de João Bosco e Aldir Blanc. Na música, há o uso da personificação, pois se diz que a lua pede um brilho de aluguel às estrelas. Tanto a lua quanto as estrelas são astros inanimados a que se atribuem ações humanas para gerar efeito lírico.
AMOR DE PEDRAS, CONCRETO,
MÁRMORE OU GRANITO
O AMOR nas artes construtivas.
Que dure para sempre!
A varanda de Julieta, em Verona: A famosa tragédia de Shakespeare Romeu e Julieta é um dos amores proibidos mais famosos da literatura universal e fica perpetuado com a arquitetura de um balcão de um sobrado na bela Verona, onde ocorrem os conflitos entre os Montéquio e os Capuleto.
Taj Mahal, uma
história de amor palaciana: Fruto de uma romântica história de amor, considerado
uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno e declarado Patrimônio da Humanidade,
o Taj Mahal, na Índia, data do século XVII. Um presente, símbolo do amor do
imperador mongol Xá Jeã à sua mulher Mumtaz Mahal.
O palácio de
Mirabell e a história de amor mais famosa da Áustria: Uma enorme
escultura de estilo barroco nos jardins do palácio de Mirabell, situado junto
ao rio Salzach e rodeado de belos jardins, o palácio, é um dos monumentos mais
importantes de Salzburgo. O edifício foi construído em 1606 por ordem do
príncipe-arcebispo Wolf Dietrich para servir de residência de sua amante Salomé
Alt, com quem teve 15 filhos.
O templo de
Nefertari e a paixão nos tempos dos faraós: É um dos monumentos mais famosos do Antigo Egito. Nefertari
foi uma das poucas esposas de faraós que conseguiram ter um templo à altura dos
grandes governadores do Antigo Egito, pois, até esse momento, esse tipo de
construção era dedicada apenas aos homens.
Sweetheart
Abbey e um coração viajante:
A Escócia abriga outros destes
monumentos sustentados pelos pilares do amor. Para conhecer sua
história, temos que viajar ao século XIII, quando a mãe do Rei João da Escócia perde
seu esposo. Lady Dervorgilla, atormentada pela morte de João
Balliol, ordena embalsamar o coração do marido para poder
levá-lo consigo a todos os lugares em um cofre de mármore.
Lady Dervorgilla ordena construir a abadia de Sweetheart Abbey onde,
como último desejo, decide ser enterrada junto ao coração de seu amado.
Uma história triste e repleta de melancolia, mas, ao mesmo tempo, movida pela
união de duas almas gêmeas.
Leonor de Castela, filha de Fernando III, o Santo, foi rainha consorte da Inglaterra pelo seu casamento com Eduardo
I. Quando Leonor morreu, em 1290, a procissão fúnebre transportou
seu corpo de Harby até Londres para ser enterrada na abadia de Westminster.
O monarca,
triste por sua perda, mandou construir uma cruz comemorativa em
cada um dos lugares onde a procissão real parou para descansar. Essas são as
chamadas cruzes de Leonor. Embora originalmente fossem 12, hoje em
dia apenas restam três delas, a de Geddington, Hardingstone e Waltham.
Através da arte, o amor foi registrado nas ruas, praças, nas pinturas, na arquitetura do mundo, e
chegou aos cemitérios em São Paulo.
O último adeus - o amor que nunca morre: Como diz o escritor José de Souza Martins: “Uma das obras mais
comentadas no campo da arte tumular paulistana é a obra”O Último Adeus”, de
Alfredo Oliani, no Cemitério São Paulo.
Muitos a consideram uma proclamação de erotismo
estético, até mesmo uma ousadia profunda e indevida na arte funerária
paulistana... Enganam-se. Ali é o túmulo de Antônio Cantarella, falecido nas
antevésperas do Natal de 1942, com 65 anos, e de sua esposa, Maria
Cantarella, dez anos mais moça. Ela faleceria muitos anos depois do marido, em
1982.
Os dizeres inscritos na pedra do túmulo, quando de seu
falecimento, informam que “aqui repousa
Maria Cantarella ao lado de seu inseparável e amado esposo…”. Quando da
morte do marido, mandara ela própria esculpir na pedra fria estas palavras
calorosas e apaixonadas: “Ó Nino, meu
esposo, meu guia e motivo eterno de minha saudade e de meu pranto. Tributo de
Maria”. É como se ela fizesse questão de apresentar aos passantes anônimos
o homem de sua vida, apresentando-se a si mesma assim tão exposta na
imortalidade de seu amor...” .
No Blog, você verá as imagens dos itens citados, além de outras.
TAREFA: Um amor que não acaba com a morte, e nem depois dela,
que fica perpetuado de alguma maneira, que fica exposto em forma de escultura,
de tela, de música, de jardim...
Conte a história de um amor que perdurou
além da vida.
PRIMEIROS
PASSOS DE UMA PEÇA TEATRAL
17/09/2024
PRINCIPAL PERSONAGEM: SEU BRUCK - Um velhinho, que há mais de cem anos
nasceu num país (ou cidade) que já não existe mais. Sua terra, vítima de uma
guerra quando foi quase liquidada, e depois de um tsunami, quando finalmente
desapareceu do mapa.
Esse idoso cheio de histórias instigantes de um lugar que não existe,
que ninguém ouviu falar, e que não consta dos mapas, nem dos livros, guarda
algumas notícias de jornais, fotografias, eventos de festejos de sua cidade de
quando ainda era moleque, e um velho mapa, e lá está a terra dele.
Ele fica sabendo (não se sabe como) que está sendo procurado por
organizações internacionais, então não frequenta eventos, nem tem conta no
banco. Por que estariam procurando SEU BRUCK? Quem estaria procurando por ele?
Por que ele se esconde?
Ele é um sujeito curioso, tem a personalidade de homem irritadiço,
porque tem um grau de surdez muito elevado e precisa pedir sempre para
repetirem o que lhe dizem. Ele também anda com dificuldade, mas luta para não
demonstrar, e assim se esforça para ir e vir. Usa uma lupa de grau altíssimo
para leitura. Apesar da idade, e de tantas dificuldades físicas, ele tem uma
voz bem postada. É culto, fala da história que viveu, fala de pessoas
importantes que não estão mais na terra, de façanhas de homens heróicos, de
inventos mirabolantes.
***
Temos aí um personagem para
fazer parte do nosso trabalho de hoje.
Não se prenda a apenas um
fato da vida dele, revele situações, traços, dinâmicas desse personagem. Utilize
o DISCURSO DIRETO, isto é, empregue muitos diálogos, movimentos corporais,
expressões faciais (linguagem corporal e gestual).
Trabalhe uma peça teatral para ser encenada. Lembrando que, assim como no conto,
a peça precisa de INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E DESFECHO.
O texto dramático não requer narrador. Ele se guia através dos diálogos, e das rubricas.
As indicações, ou orientações que o autor oferece ao ator, chamamos de RUBRICA, e essas indicações vêm em itálico ou entre parênteses.
Por
exemplo:
PERSONAGENS:
Seu
Bruck
Nair
Nando
Primeiro ato
(Homem
idoso arrasta o chinelo de couro até a poltrona do alpendre onde senta à
espera de passantes. O calor o incomoda, ele enxuga o suor da testa com frequência).
(Como
não enxerga bem, força a vista para identificar a voz feminina que está cantarolando.)
NAIR: Pisa na fulô, pisa na fulô. – (cantarola a vizinha enquanto pendura
roupas no varal do quintal).
SEU BRUCK: (estica o ouvido para lado da voz que ouve) -
Logo
cedo e esse calorão de assar de um boi, hein Nair!
NAIR: (Ela olha para ele, e sorri) - É bom pra
secar minha roupa, Seu Buck – (Ela se lembra
de algo, vira para ele, se aproxima do muro) – O Nando, meu filho, disse que
na aula de história que ele teve ontem, citaram um tal Cavaleiro Branco que viveu
na sua terra. (Levanta as sobrancelhas). Quer
dizer, então sua cidade existiu mesmo?
SEU BRUCK: (fica irritado, se ergue da cadeira num
ímpeto, e grita muito bravo) - Mas é isso, a senhora acha que
minto! Onde já se viu! – (Franze a testa e enxuga imediatamente o suor) – (senta-se devagar e amansa a voz demonstrando curiosidade)
- O que falaram sobre o Cavaleiro? O povo de hoje não sabe nada dele.
A história não será uma
história curta, mas será cheia de viços por conta da dinâmica desse homem, dos segredos da vida dele, e do
gênero literário.
Sua história deverá ter até 3 episódios (atos). Cuide para ser intrigante, atraia a curiosidade do
leitor.
Submeteremos os melhores textos aos olhares da Christiane do teatro do clube.
Para inspirá-los, aqui estão 2 vídeos de países que não existem, ou será que existem?
1. O stress do meu novo emprego, e a mulher que gritava na calçada.
2. Desesperador, fui buscar meu filho na escola e ele já tinha ido embora com outra pessoa.
3. Quando o Papai-Noel chegou no meu prédio, com as duas renas, caixas de presentes, sacos de cetim vermelhos, meninas-Noel-ajudantes, e deram com ela no portão.
Preocupe-se com
as ferramentas literárias. Insira figuras de linguagem. Dinâmica dos
personagens. Descrições.
A SEGUNDA BALA PERDIDA –
ADRIANA FROSONI
A SEGUNDA BALA PERDIDA
Adriana Frosoni
Por um período morei no bairro Bela Vista, mais precisamente no Bixiga,
região de São Paulo muito movimentada de dia e de noite. Sempre me lembro de
uma senhora que ficava na janela do primeiro andar de um predinho antigo observando
tudo o que se passava na rua. Todos a conheciam de vista, inclusive eu, que
nunca guardei nomes e já nem os perguntava mais, e apenas a apelidei de Dona
Florinda, em referência à personagem do programa do Chaves que também usava um
lenço na cabeça.
Ela dava palpite em tudo que acontecia lá embaixo e sempre acabava por
puxar papo ou, menos frequentemente, briga com alguém. Se bem que era total
insensatez de quem se atrevesse a brigar com Dona Florinda, depois disso a
única solução seria não passar mais por ali e não dar brecha para continuar a
desavença. Ela se recolhia tarde, depois das 22 horas, sempre que o caminhão do
lixo entrava na rua, vindo lá da Brigadeiro Luiz Antônio. Dizendo que não
gostava do barulho dele fechava a veneziana com força, como se quisesse ofender
o caminhão ou avisar a todos que acabara seu expediente.
Num dia qualquer, que eu estava voltando do trabalho, parei para
perguntar-lhe sobre a origem de uma perfuração que havia na veneziana de sua
janela e ela me pareceu muito feliz em poder contar. Disse que a inquilina
anterior havia saído do imóvel por conta do tal incidente: uma bala perdida.
Riu-se da medrosa porque considerava que quando era chegada a hora da pessoa
não tinha o que a salvasse, se não, não havia bala que a acertasse. Adicionou
mais alguns detalhes à história e gargalhou gostosamente ao final, como sempre
fazia, e quando me despedi continuou a resmungar a mesma história na esperança
de um outro transeunte ouvir e puxar papo.
Bastante tempo depois, estranhei quando vi a janela fechada. Ninguém
sabia o motivo e passei a observar mais atentamente: o sumiço de Dona Florinda
foi definitivo. Intrigada, parei para observar o lugar que ela ficava e percebi
que agora havia duas perfurações na janela. Nunca soube se ela havia se ferido,
passado dessa para melhor ou simplesmente se mudado. Nem tive certeza de que
foi uma segunda bala perdida que a tirou de lá e lamentei que o predinho não
tivesse um porteiro para me informar. Senti falta dos resmungos e
principalmente das gargalhadas, mas com o tempo me acostumei. Lembrei do que
ela me disse sobre a hora de cada um e, do fundo do coração, desejei que não
tivesse chegado a hora dela.
A VIAGEM SEM VOLTA –
Ana Maria Pinto
COLOQUE SEU
PERSONAGEM, ANTONIO,
de alguma forma, numa situação diferente.
Por exemplo: De repente ele se vê numa dessas viagens internacionais, indo para
uma entrevista importante, quando o avião tem que desviar da rota, e seu
personagem tem que pousar num lugarejo minúsculo.
A viagem sem
volta
Ana Maria
Pinto
Antonio, desde muito novo, se deslocava de país em país, por força de trabalho ou porque
a falta dele o fazia mudar de lugar. Era bem recebido, mas havia sempre
algo, nas pessoas que o recebiam, que o fazia sentir-se “estrangeiro”. Uma vez
era o idioma difícil demais para ser aprendido, outra era a culinária exótica
que o assustava. Foi assim na China, no México e em outros países.
Depois de
muito rodar, resolveu que iria para o Brasil e que dali não sairia mais, mesmo
que essa sensação de estrangeiro se mantivesse.
No
Brasil foi muito bem recebido, estranhou, pensou que isso seria um cenário bem
restrito. No entanto, o tempo foi passando, ele foi se integrando, tanto que
até se esqueceu do seu trauma. Até que lhe veio um convite para regressar à sua
terra de origem, ele percebeu que não queria ir e que finalmente encontrara o
seu lugar.
***
PEDRO JOSÉ, O MENINO DE
MOÇAMBIQUE –
ANTONIA
MARCHESIN GONÇALVES
COLOQUE SEU PERSONAGEM, PEDRO JOSÉ, de alguma forma em um CONTO DE FADAS. Por exemplo, ele participaria do Conto da Bela
Adormecida, ou Chapeuzinho Vermelho.
PEDRO JOSÉ, O
MENINO DE MOÇAMBIQUE
ANTONIA
MARCHESIN GONÇALVES
No avião Pedro José sentia-se emocionado, estava pousando em sua terra natal, Moçambique. Lembrou-se de quando pequeno com seus irmãos, pés descalços brincando no quintal com a bola que a mãe havia feito com meias velhas e barbante. Moravam na periferia, num casebre simples, com fogão de lenha, onde a mãe cozinhava a pouca comida que o pai trazia. Trabalhava duro como mineiro, eram felizes e unidos. Lembrou-se dos primeiros dias na escola, um caderno e um lápis, ansioso para aprender a ler e escrever. A escola era feita de barro e sapé, com muitas crianças de vários tamanhos, sem acomodação para todos, ele sentava no chão, mas nunca deixava que isso o impedisse de fazer a lição ou que faltasse nas aulas.
Lembra também que foi através da sua vontade de aprender que chamou atenção de um casal de médicos voluntários italianos, que se encantaram com ele. Iam todos os dias na escola para dar vacinas ou saber se alguém faltara e logo se inteiravam do porquê e tentavam ajudar. Júlio e Giordana, os médicos, passaram a frequentar a casa de Pedro e ficaram amigos dos pais dele, a ponto de os convencerem a deixarem que a educação do menino fosse responsabilidade deles. Para isso conseguiram a autorização para levá-lo a morar com eles na Itália. A partir daí o mundo mudou para Pedro. Chorou quando soube, tendo apenas dez anos, mas, lembra bem quando eles sentaram em volta dele com seus pais, ele sentiu que era a chance de poder estudar para um dia ajudar a família, foi convencido.
Os pais italianos eram carinhosos, proviam de tudo, sentia-se como um filho verdadeiro. Sempre que podiam nas férias iam ver a família e levavam provimentos de toda espécie, nunca mais passaram necessidades. Pedro formou-se médico, fez pós-graduação, tornou-se um homem bonito, alto, com bom gosto ao vestir-se. Logo ficou famoso na cidade de Milão, onde moravam. Assediado pelas mulheres, dizia que não queria nada sério até cumprir a missão de dar melhores condições aos pais e irmãos, assim o fez. Comprou casa mais centralizada, pagou os estudos dos irmãos e tirou o pai da mina, conseguindo uma pensão.
Júlio e Giordana tinham orgulho do seu filho e o amor era tanto que transparecia quando juntos.
Quando os conheci eram
amigos dos meus pais. Eu estudava em Londres, e ao voltar para a Itália e
instalar o meu consultório de psiquiatra em Milão, por coincidência, era o
mesmo prédio de Pedro. E foi assim que começou nossa história de amor.
O SEGREDO DO CASTELO –
LEDICE PEREIRA
COLOQUE SEU
PERSONAGEM, DITINHO, de alguma forma, numa situação diferente.
De repente ele se vê dentro do navio do Pirata Capitão Gancho, do Peter Pan.
O segredo do
Castelo
Ledice
Pereira
Aquele
casarão escondido no meio de tantas árvores era tido como
Mal-assombrado.
Ditinho
tinha sido alertado para não chegar perto dali. Mas quem disse que o menino
obedeceu? A curiosidade foi mais forte.
O garoto
chamou a turminha de amigos, tão levada quanto ele, e os convenceu a descobrir
o segredo do casarão.
Os adultos
chamavam de castelo, mas pra ele castelo tinha um monte de torres e era bonito.
Aquele era escuro, coberto por uma folhagem que escondia até as janelas.
Munidos de
ferramentas que pegaram dos pais, os intrépidos meninos rumaram para lá,
chegando bem perto da entrada, pé ante pé.
A casa
parecia vazia e, apesar de estarem com medo, tentaram abrir a porta. Rui havia
trazido um pé de cabra. Acontece que não tinham força suficiente para usar o
instrumento.
Como a
janela fosse alta, resolveram fazer uma escadinha humana e Júnior, o
menorzinho, foi o último a subir, com a intenção de abrir e pular para dentro.
Combinaram que, uma vez lá dentro, ele viria abrir a porta para os outros.
Simples assim.
O pequeno,
depois de muito, conseguiu pular para dentro, usando uma pequena fresta.
Nunca mais
voltou.
Os outros
ficaram ali aguardando, aguardando, o dia virou noite e nada.
Os meninos
não sabiam como iriam contar para os pais. E o pior, como contariam para os
pais de Júnior. Afinal, haviam infringido uma regra familiar e iriam com
certeza ser castigados por isso.
***
O SOCORRO PRECISA SER
SOCORRIDO – MARIA VERÔNICA
AZEVEDO
COLOQUE SEU
PERSONAGEM, HONÓRIO, de alguma forma, numa situação diferente.
Por exemplo: De repente ele se vê refletido no vidro da ambulância e se assusta
ao perceber que está com a roupa de um super-herói que pode voar, e que tem
muita força.
O SOCORRO
PRECISA SER SOCORRIDO
Maria
Verônica Azevedo
Um dia, ao atravessar a Avenida Nove de Julho, tremendamente movimentada naquele horário, vi, no sentido contrário, uma mulher toda bem vestida que vinha se equilibrando nos saltos dos sapatos altíssimos. Ela não se incomodou em nenhum instante com o risco de atravessar, naquele ponto da via, sem a devida sinalização para motoristas e pedestres. Com feições de alegria plena, ela flutuava pelo trajeto atraindo olhares de todos os lados.
De repente a anunciada chuva forte despencou, provocando susto e alvoroço. Corri e tratei de me abrigar, embaixo do toldo da loja de óculos. E, de lá, olhei para a tal mulher que, para minha surpresa, ainda não havia completado a travessia. Nem a chuva a apressou.
Foi quando uma ambulância apontou numa das extremidades da via. Vinha em desvairada corrida, fazendo zigue-zague, com sirene ligada e tudo mais.
Como a mulher não saía da via e continuava seus passos lentos, o motorista não teve alternativa a não ser desviar abruptamente numa tentativa louca de evitar um acidente fatal. Acabou subindo na calçada e batendo a ambulância no portão de uma bela mansão.
A curiosidade tomou conta de mim. Deixei meu posto de observação e me aproximei da casa atingida.
A sequência dos fatos eu descobri numa conversa com a copeira da casa. Foi mais ou menos assim:
A chuva continuava forte. O estrondo assustou a família que estava à mesa do almoço.
— Maria! Vá lá fora ver o que foi este barulho! Alarmada, ordenou Consuelo, para a copeira.
A
família composta de pai, Honório, mãe, Consuelo e dois adolescentes, Henrique e
Patrícia, continuaram placidamente na mesa do almoço.
Num instante, Maria voltou aos gritos:
— Patroa! Derrubaram o portão e parte do muro da frente. Foi a ambulância. Está o maior furdunço. Já juntou muita gente.
— Ambulância? Como pode ser isso? Honório, eu acho melhor você chamar logo a companhia de seguro. Isso dará dor de cabeça com certeza.
— Calma, Consuelo. Primeiro vou sair para ver o que houve.
Os filhos com seus fones de ouvido, de olho no celular, nem estavam percebendo o que estava por vir. Continuaram comendo calmamente.
Quando o pai se levantou e saiu apressado da sala, deixando seu prato de comida sem terminar, Patrícia tirou o fone de ouvido e perguntou:
—
O que houve? Por que o papai não acabou de almoçar e já saiu?
Henrique
nem se abalava. Estava noutra dimensão.
— Seu pai foi ver o que aconteceu lá fora. Continuemos nosso almoço com calma. Tudo vai se resolver.
Lá fora, na calçada, Honório analisava o estrago. O portão estava todo retorcido. Uma das folhas totalmente no chão, ao lado do muro destroçado.
A ambulância, parcialmente em cima da calçada, tinha a frente destruída. Em pé na calçada, estava o motorista com a testa machucada, o rosto ensanguentado, o uniforme todo sujo, sem saber o que fazer. Um enfermeiro, com uma caixa de socorro aberta na calçada, tentava estancar o sangue da cabeça do rapaz. O médico, que vinha na ambulância para atender um chamado de urgência, estava sentado, no que restou do muro, tentando um contato pelo celular.
— Alô! Aqui é o Dr. Ovídio. A ambulância se envolveu num acidente com vítimas. Não havíamos atendido ao chamado ainda. Mandem com urgência socorro. Estamos na Avenida Nove de Julho próximo ao cruzamento com a Rua Espéria.
Com o acidente, o trânsito adquiriu mais lentidão. Os curiosos passavam bem devagar querendo ver o que o ocorrido. O congestionamento inevitável não demorou. Logo o buzinaço. À medida que os curiosos se aglomeravam em torno daquela cena, tudo piorava.
Afinal,
não é sempre que se vê uma ambulância acidentada.
A MORTE NUNCA SE ENGANA, A
GENTE SIM – Oswaldo U. Lopes
COLOQUE SEU
PERSONAGEM, JOÃO PEDRO,
de alguma forma, numa situação diferente.
Por exemplo: De repente ele se vê aturdido com o comunicado de sua própria
morte.
A MORTE NUNCA SE
ENGANA, A GENTE SIM
Oswaldo Lopes
João
Pedro parou sua caminhada e perseguinou-se. Em nome do pai… Podia esperar tudo,
menos notícia da morte de Antônio Carlos. Tinham a mesma idade, o que só
aumentava o choque. Podia ter sido eu… A notícia não falava em acidente, tão
comum nestes tempos, mas em longa e consuntiva moléstia.
Leia-se
câncer. Com o que começou a filosofia barata. Entramos neste mundo com data
marcada de saída. Não sendo peru, ninguém vai de véspera, a tal filosofia
estava ficando muito barata.
Era
uma história comum e até muito frequente. Haviam estudado o secundário no mesmo
Colégio. Colégio de padres, classe média, só meninos. Quer dizer, ontem, hoje
todos são mistos graças a Deus. A pedofilia é menor, as meninas com sua
habitual frescura, de frescor, oh, mal pensantes costumeiros.
Namoraram
a Rita e a Luiza, ele a Rita, Antônio Carlos e a Luiza. Não foi com quem
casaram. Fizeram a Poli e aí, sim, casaram com a Ligia, ele, com a Antônia, o
Antônio Carlos. Foram uns dos outros padrinhos da cerimônia civil. A religiosa
era mais solene, os padrinhos gente mais velha e respeitada, engenheiros bem se
vê.
Os cruzamentos tão
agradáveis começaram a rarear. Antônio Carlos especializou-se em petróleo e com
isso sumiu em alto mar. Não o sumir literal, tinha endereço, mulher, filhos e
coisa e tal. É que às vezes, muitas vezes, passava mais de um mês em poços de
perfuração em alto mar. Era curioso, trabalhava para a Petrobras, ganhava muito
bem, mas não era empregado da própria. Ele, João Pedro, especializara-se
em construção civil e era até conhecido como rei do concreto, até nisso eram
parecidos, ganhavam muito bem, apesar das fontes serem diferentes.
Tinha que ir ao
velório, era o mínimo. Lembrava que a mensagem falava em Morumbi, mas faltavam
informações ou era ele que não lembrava. Morumbi, cemitério ou velório. Parou
para lembrar e lembrou de nada. Procurou pela mensagem e também, nada. Malditos
WhatsApp iam e vinham como folhas de outono. Pois é aquela bolsa no Canadá fora
soberba, além de tudo que aprendera, aprendera a viver no outono, com folhas de
plátano caindo por toda parte.
Cemitério
ou Casa Funeral? Optou pelo cemitério que também tinha velórios. Chegou lá,
gente à beça, todo mundo engravatado que nem ele, a viúva só viu de longa
estava próxima do caixão, de véu de braço dado com amigas e, provavelmente,
filhos. Chegou a hora do fecha caixão. Ela levantou o véu para o último beijo,
Plegária brota de mi alma… De que músicas lembrava agora, essa era argentina
pelo jeito. Epa, essa não era a Antônia, com certeza, a única que tivera o dia
todo. E agora, caramba, Antônio onde está você?
***
O BALEIRO SE FOI –
SILVIA HELENA DE ÁVILA
BALLARATI
COLOQUE SEU PERSONAGEM, TIO BETO, de alguma forma em um CONTO DE FADAS. De repente,
seu personagem está alinhadíssimo com João e Maria na floresta.
O BALEIRO SE FOI
Silvia Helena De Ávila Ballarati
Quero apresentar pra vocês uma pessoa encantadora, um ser humano especial, o tio Beto. Ele não era meu tio de sangue, mas eu o considerava como se fosse. Aliás, quando soube da dura verdade, chorei por uma semana, fiquei arrasado, não havia meios de me consolar. Isso foi há muito tempo…
Tio Beto tinha sempre o bolso da calça repleto de balas para dá-las às crianças. Agradá-las era o que o movia na vida. Desde sempre fora assim e agora, com a doença de Alzheimer se avizinhando, estava esquecendo quase tudo, menos as suas preciosas crianças, parecia se lembrar apenas delas mesmo.
A própria esposa fora confundida com a funcionária doméstica várias vezes, o que lhe causava uma pontada de tristeza; mas na maioria das vezes, acabava rindo da situação. Entretanto, a meninada, esses nunca perderam a identidade e importância para tio Beto.
Chamava os mais próximos de nomes, os mais inusitados, Reco-reco, Farofinha e por aí iam os variados apelidos. Os olhinhos ansiavam pela convocação, parecia a hora da chamada na escola. Eu também incorporava profundamente essa fantasia, era chamado de Chico-Juca.
Tio Beto dizia que o segredo da felicidade estava na comida mais saudável do mundo, o Mufurufo e a partir disso, todos comiam com satisfação. Deixavam as mães enlouquecidas quando pediam para fazer a receita do tal prato que não existia. Nada mais era, do que arroz, feijão, carne moída, ovo e tomate, delicioso! Se comerem direitinho o mufurufo, vocês vão ficar circuncisfláuticos, dizia tio Beto, abrindo aquele sorriso.
Quando nos
empoleirávamos em seu pescoço, deixando-o em apuros, era fácil tirar-nos de lá.
Bastava chamar Tchau-tchau, Manezinho, vamos tomar um diurético anacreôntico,
que era um simples copo d’água. Mas essa água era a própria energia que nos
revigorava. Corríamos atrás do tio Beto, fazendo fila para beber do maravilhoso
elixir.
Se algum menino chorava, ele punha a mão no bolso, tirava um punhado de balas e o distraía dizendo que ele era muito silamagnático, isto e aquilo. Fazia muitos gestos e caretas e a tristeza passava como que por encanto.
Quando a
doença foi tomando conta de tio Beto pra valer, as poucas visitas que sua
mulher permitia, eram as crianças. Em geral, receber pessoas deixava-o muito
agitado e para ela ficava difícil acalmá-lo depois. Só mesmo para a meninada
ela abria uma exceção.
Nós não o achávamos doente; o fato de repetir incessantemente as perguntas e respostas era prazeroso, parte da brincadeira. Quem é você? E a gente apressava em se apresentar, gritando, sou o Chico-Juca. De novo, quem é esse? Sou a Farofinha, o Miau-Miau, e assim passávamos a tarde.
A mulher dele conservava a bombonière cheia de balas, no intuito de manter a tradição de dá-las para as crianças, e principalmente, por saber que pequenos gestos como esses traziam conforto ao marido. Nós adorávamos! E ela, na sua altiva resiliência, cada vez mais, via-se na condição de uma desconhecida cuidadora.
A cada termo que tio Beto nos ouvia dizer, daquele palavreado inventado, ele sorria e seus olhos ficavam marejados. E nós disputávamos para falar mais alto, para sentar no colo dele em primeiro lugar, sem nunca nos darmos conta da emoção que nossa visita causava nele.
O fato de tio Beto se alterar, preocupava a esposa, mas esses momentos valiam a pena. Eles traziam um pouco do que restava do passado, vinha-lhe à mente a alegria contagiante do marido, o amor que os unia, enfim, resquícios da felicidade que viveram um dia. Célia, companheira de décadas, fora definitivamente esquecida; em contrapartida, as crianças e suas alegres brincadeiras, jamais, essas, permaneciam no mais profundo e inexplicável recanto da memória, totalmente preservadas.
Hoje,
olhando para trás, acho tudo muito interessante. Do que nossa mente mais gosta
e prefere recordar, ninguém tem a menor ideia. Esses caminhos são o verdadeiro
segredo, principalmente para pessoas especiais como o tio Beto.
***
A CULTURA JAPONESA – SILVIA
VILLAC
COLOQUE SUA PERSONAGEM, Sr.ᵃ NAOMI, de alguma forma, numa situação investigativa através da qual, ela descobre uma verdade que não é a do seu conto.
A cultura
japonesa
Silvia Maria
Villac Vicente de Carvalho
A Sr.ᵃ Naomi morava sozinha desde que seu marido, Sr. Akira, falecera de aneurisma cerebral aos 87 anos. Seus filhos não se opuseram, uma vez que o isolamento social é muito comum na cultura japonesa e existe até um nome específico para as pessoas que preferem se isolar em casa: hikikomori.
O casal
havia se conhecido na montadora Toyota, mais especificamente na linha de
montagem de painel do modelo Corolla. Ele era gerente da área e ela acabara de
ser promovida como supervisora daquela divisão. Ambos se formaram em engenharia
mecânica e nasceram na capital, Tóquio.
A Sr.ᵃ Naomi, uma típica japonesa no alto de seus 78 anos, apesar da baixa estatura, é muito reservada e calada. Está habituada a passar seu tempo em silêncio, por cultivar o hábito de respeitar os outros e contribuir para um ambiente mais harmonioso.
Aos domingos, vai sempre almoçar na casa da filha Ayumi, casada com um alto executivo da Panasonic, para ver a família, sem nunca deixar de levar um “omiyage” — um presente — que é a forma que eles encontram de demonstrar respeito e fortalecer os laços.
Seu outro filho, Yuri, mora no Brasil já há 4 anos, desde que se casou com uma nissei, Kira, que conheceu quando houve aquela febre de brasileiros que iam para o Japão, trabalhar em fábricas, para juntar dinheiro e ajudar suas famílias.
Em um desses domingos, como de costume, a Sr.ᵃ Naomi aguarda o relógio dar 11h45, coloca sua máscara facial, pois se preocupa com a saúde coletiva, acredita que esse seu gesto de cortesia evita a propagação de germes, e parte para a casa da filha, que fica a alguns minutos a pé da sua. O outono já acusa que está se despedindo porque as árvores com aquelas folhas lindas, coloridas de vermelho, vinho, cobre, amarelo e verde quase não podem mais ser vistas e um vento frio sopra pelas ruas, indicando que o inverno pode ser rigoroso neste ano.
De repente, seu celular toca e, pelo visor, percebe que é uma chamada do Brasil, porém de um número desconhecido. Ao atender, a pessoa começa a falar em um inglês precário que ela tem muita dificuldade para compreender, mas consegue ouvir com nitidez as palavras Yuri e Kira. Como já está próxima da casa da filha, apressa o passo para chegar mais rápido, sem se dar conta de que chegará um pouco antes do meio-dia, que é horário pontual combinado.
Um pouco ofegante por andar depressa, ela chega à casa, cumprimenta a todos com a famosa inclinação de cabeça, chamada “ojigi” e, na primeira oportunidade, conta à filha sobre o telefonema recebido. Ayumi, então, pega o aparelho da mãe e faz uma pesquisa para tentar descobrir de onde é o número do telefone. Infelizmente, sem sucesso.
Sem compreender o que está acontecendo, a Sr.ᵃ Naomi pega seu celular de volta e diz que ligará para Yuri para saber, de fato, o que se sucedeu. Faz a ligação, mas após tocar várias vezes, acaba caindo na caixa postal. Ayumi, então, tem a ideia de ligar para o número de sua cunhada, Kira, e quem atende é uma voz de homem, falando naquele inglês “macarrônico”. Como está na viva-voz, a Sr.ᵃ Naomi, de imediato, confirma que é a mesma pessoa que havia lhe telefonado um pouco antes. A filha, então, cancela o viva-voz para poder conversar com mais privacidade com o tal indivíduo.
A mãe, observando sua filha, nota que ela está pálida e que esta acaba por se sentar no tatame. A conversa se estende e vai ficando mais tensa, e o inglês falado cada vez mais rápido. Uma hora, a Sr.ᵃ Naomi percebe que Ayumi está fornecendo seu e-mail e seu número de celular particular e, de repente, sem mais nem menos, ela desliga o aparelho.
Por alguns instantes, que pareceram horas, há um silêncio no ambiente, até que a filha, finalmente, coloca a mãe a par da situação. Yuri e sua mulher Kira estavam em apuros porque pediram um empréstimo na colônia japonesa e só depois descobriram que se tratavam de agiotas ligados à máfia do Japão. O prazo dado para o pagamento já havia sido adiado por duas vezes e o casal tinha até 3ª feira para quitar a dívida. Como garantia, o rapaz havia sido pego como refém.
Nesse momento, entra uma videochamada no celular de Ayumi e surge na tela seu irmão, com um grande hematoma do lado esquerdo da testa, pedindo para que a família os ajudasse. Pediram um empréstimo bancário, mas a burocracia emperrou o negócio e eles não queriam perder a oportunidade de dar entrada no imóvel de seus sonhos pelo preço oferecido. Então, um amigo disse ter um conhecido que emprestava dinheiro e, como contavam com o pagamento de seu maior cliente para reembolsá-los, acabaram aceitando a oferta, uma vez que os juros exorbitantes seriam por apenas 1 mês. Entretanto, o tal do maior cliente acabou por não os pagar porque faliu, a dívida foi só aumentando e eles acabaram nessa situação.
A Sr.ᵃ Naomi então, já tranquila, pede os dados dos agiotas, faz a
transferência bancária, certifica-se de que seu filho fora solto e com toda a
calma peculiar do oriental diz para a filha:
— Ayumi,
toda essa adrenalina abriu meu apetite. Podemos almoçar?
PRÓLOGO – SUZANA DA CUNHA
LIMA
COLOQUE SEU PERSONAGEM, APOLINÁRIO NOGUEIRA, de alguma forma em um avião plantando terror, se dizendo
terrorista.
PRÓLOGO
Suzana da Cunha Lima
Ficou
ali olhando, como se não entendesse nada, o corpo submerso num mar de sangue.
Ele
teria feito aquilo? Uau! Pensou. Sentiu-se poderoso como há muito tempo não
sentia. Agora eles iam ver quem ele era realmente! Ah, iam ver mesmo!
Saiu
rapidamente da sala, tomando cuidado para não esbarrar em nada. Pensou o
que iria fazer com a arma ainda em sua mão. Limpou-a na toalha do
lavatório e aproveitou para passar uma água no rosto. Tornou-se mais
apresentável. Suas roupas estavam inacreditavelmente limpas, apesar da
sangueira lá na classe. Examinou os sapatos. Infelizmente estavam
respingados de sangue, teria que descartá-los e logo, porque sangue coagula,
fica seco e difícil de limpar. Usou papel higiênico para uma limpeza
superficial até que chegasse em casa e pudesse trocá-los. Saiu silenciosamente
pelo lado da quadra, e logo estava na calçada. Foi caminhando evitando olhar de
um lado para o outro, para não parecer culpado. Ele não era culpado de nada!
Quem havia mandado o professor zombar dele e da sua roupa, como se fosse um
qualquer?
Agora
aquela cambada ia saber quem era Apolinário Nogueira, o cotista como chamavam.
Fazia parte da quota de negros e era esta a razão de o desprezarem. Tinha que
dar um fim à arma e jogá-la no mar pareceu-lhe a melhor solução. Subiu a
trilha do Leme e atirou-a nas ondas em ressaca. Pegou um ônibus para voltar
para casa. Chegou tranquilo, foi à cozinha comer algo. A mãe estava fazendo um
bolo e perguntou-lhe se já havia almoçado. Havia recados da escola para ele. —
O professor está pedindo que você devolva a pistola cenográfica o mais rápido
possível. Tem ensaio geral da peça hoje e vão precisar. — Suspirou
olhando para o filho — Ele me disse que você descarregou a pistola inteirinha
nele, quase se afoga no meio de tanta tinta.
—
Tinta? Como tinta? Não era sangue então?
Sentou-se
cambaleante, sentindo-se o último dos homens. Não havia matado o
professor, afinal. Continuava o mesmo palerma de sempre.
***
A CARTOMANTE – YARA MOURÃO
COLOQUE SUA
PERSONAGEM, CECÍLIA,
de alguma forma, numa situação diferente.
Por exemplo: De repente ela se vê numa viagem internacional fazendo parte de um
grupo que seguia um guia local, e lá ela vê o Raul em atitude suspeita, ele não
deveria estar ali...
A Cartomante
Yara Mourão
A primavera
chegara indecisa, ensolarada, porém fria demais. A garoa diária deixava os
jardins viçosos e enlameados, nada convidativos para um passeio. Estava um
clima estranho, não dava para confiar.
De certa
forma Cecília experimentava uma semelhança desse tempo com sua própria vida,
desde que se mudara da cidade para sua bela chácara no interior.
Viera
recentemente, assim que seu marido adoecera. Esse retiro sagrado era uma
recomendação médica para Raul.
Ele adoecera
assim repentinamente. Uma tristeza enorme se abatera sobre ele causando-lhe um
recolhimento total, um distanciamento dos prazeres da vida.
Na verdade,
Cecilia tinha uma suspeita antiga, alimentada pelo fato de que Raul, um dia,
estivera na casa de uma cartomante. Ele mesmo lhe contara, sem, entretanto,
revelar o que a vidente lhe dissera.
Nem
precisava contar.
Cecília
intuía o pesadelo.
Sua história
de ¨ amor secreto¨, ¨ encontros furtivos¨, certamente foram reveladas pela
cartomante ao seu marido, que desde então se afastara totalmente.
Era um
tormento para ela imaginar-se sem Raul, seu porto seguro, garantia de um futuro
tranquilo, bem-posto e bem mantido.
Mas, no
turbilhão de sentimentos, Cecília se sentia menos culpada e sim mais ofendida;
pois fora desmascarada, assim na surdina, pelo assalto ao seu mais recôndito
segredo.
Agora ela
via seu castelo ruir.
O que a
cartomante teria revelado? Teria sido o início daquele romance nascido nos
encontros de família? Os momentos inesquecíveis vividos desde o primeiro olhar?
O primeiro beijo?
Era um
tormento! Não havia um só dia, uma só noite em que ela não se afligisse com
esses pensamentos.
Tudo era
nebuloso agora, angustiante, desde que aquela cartomante sem eira nem beira,
passara a assombrar sua vida. Que rasteira do destino!
E o tempo
que ia passando tanto queimava seu coração quanto congelava corpo e alma de
Raul.
Quanto
sofrimento pelos descaminhos do amor…
Raul
sucumbia lentamente, silenciosamente, como quem já quer partir, enfim.
Cecília, no
ardor do desespero, amaldiçoava o universo inteiro, os sonhos idos, a vã
felicidade desfeita.
Assim, a
primavera de seu desassossego caminhou para o inverno de suas aflições. Pois
ela mal podia crer que isto tudo se desfizera tão completamente, num único dia,
por causa de uma reles cartomante, sem eira nem beira.
DESENVOLVIMENTO DE PERSONAGEM PERMANENTE
27/08/2024
Esta
atividade de escrita aprimora as habilidades de escrita descritiva, e previne
personagens que estarão no estoque, e sempre habitarão suas narrativas.
Desenvolvimento de um personagem
detetive/investigador (homem ou mulher) que
atuará em investigações nas histórias que você
criar:
Como é seu personagem investigador?
Como será o nome permanente dele?
Escolha uma das personalidades abaixo:
Sinta-se seguro com seu personagem para colocá-lo no enredo, para isso, estabeleça o histórico dele, mantendo em todos os contos seu estado psicológico.
Defina uma história de fundo para ele (quem é ele, de onde vem), estabeleça motivação e objetivos, desenvolva segredos, fraquezas deles.
O que ele faz no momento de folga?
O que ele faz quando ninguém está olhando?
Qual é seu tema
preferido?
20/08/2024
1 1. Protagonista, recebe a notícia da morte de alguém muito querido. Atordoado, acidentalmente, comparece ao funeral ou velório errado.
3 2. Comece sua história com esta frase: “O
fogo crescia com muita rapidez, as labaredas estalavam, se agigantavam bem perto
de nós”.
1. 3. Era uma festa de casamento. Um hipnotizador profissional se oferece para fazer uma experiência de hipnose com a noiva, ela aceita, pois tudo lhe parece bem divertido, no entanto, o que acontece vai chocar os convidados.
DESAFIOS PARA OS GÊMEOS
06/08/2024
Dois irmãos
gêmeos, filhos de família abastada, têm uma exigência do pai, um desafio para
receberem suas heranças. Então, partem para uma viagem longa, trabalharão em
vilarejos de poucos recursos, ou sem nenhum benefício. São solteiros e cada um
serviria uma cidade/país diferente. Seria a primeira vez que se separariam.
Um deles é médico
e o pai escolhe Bronkhorst para o filho trabalhar.
Bronkhorst é uma pequena vila na província holandesa de
Gelderland.
É tecnicamente
uma cidade, apesar de ter menos de 100 residentes registrados em 2021. Essa
situação incomum a torna a menor cidade da Holanda.
Bronkhorst é mais
conhecida por suas construções pitorescas e cultura artística. Há muitos
mercados de artesanato e oportunidades para comprar obras de arte aqui. A
cidade está localizada à beira de um rio e tem muitos pátios ao ar livre para
jantar ao lado das românticas ruas de paralelepípedos.
Ele pretende
criar a melhor clínica médica para aquele simpático povo.
Estabeleça um conflito muito grande para este personagem.
Descreva expressões faciais, e corporais.
O outro jovem, um especialista
em engenharia mecânica e robótica, tem que seguir para Gásadalur – a menor
cidade do mundo que fica na Dinamarca. Ele planeja levar benefícios para a
população de apenas 20 habitantes.
Estabeleça um conflito muito grande para este personagem.
UMA CRIANÇA
COM SUPERPODERES
25/06/2024
Nosso projeto de hoje será o
de criar um super heroizinho, uma criança que ganhará poderes especiais.
Do ponto de vista infantil
(vai depender da faixa etária do seu personagem), quais os conflitos que ele
enxerga e com os quais ele terá que lutar?
Veja o “esquema” e trabalhe
com essa sinopse:
Um bando de crianças brinca
em uma rua sem saída onde há algumas casas vazias. Os quintais dessas casas são
palcos de várias brincadeiras dos pequenos.
No final do dia, quando a
noite já aponta no céu, eles se escondem uns dos outros, aproveitando as casas
abandonadas.
Até que um dia descobrem em uma dessas casas, um extraterrestre, ou um mago (ou...) que dá para um deles (ou mais de uma criança), um objeto mágico (ou uma magia qualquer) que lhes atribui poderes especiais (escolha uma ou mais de uma virtude): locomoção instantânea, camuflagem (mudança de fisionomia), transposição de época, visão de raio-x, força brutal, poder de voar, invisibilidade, sabedoria, poder da cura, telepatia, telecinesia (poder de mover objetos com a mente)...
Capriche na caracterização
deste personagem, pois ele poderá ser empregado em outras histórias que você
criará no futuro.
TAREFA:
Neste enredo, a criança usará seus poderes para realizar alguma coisa boa, e
assim resolver um conflito já aparente no enredo. Esta será sua história de
hoje.
Em casa, inventar um
personagem antagonista para criar dificuldade para seu heroizinho.
“Uma
imagem vale mais que mil palavras. ”
Vale mesmo?
Uma imagem pode, sem dúvida,
inspirar um escritor a escrever 1000 palavras. As imagens podem estimular
curiosidade, podem aguçar sentimentos, podem gerar questionamentos:
Quem fotografou? Por que fotografou
exatamente esse alvo? Por que deste ângulo? O que atraiu o fotógrafo para esta
imagem?
Como se vê, uma imagem gera intrigantes dúvidas que podem desencadear intermináveis linhas de pensamento.
Por
exemplo: Esta imagem de alguém cruzando o rio por uma estreita ponte. Parece
uma ponte frágil. Vê-se o agito das águas lá embaixo, deve haver risco nessa travessia.
Quem é essa pessoa? Por que está fazendo a travessia? O que há na outra
extremidade da ponte? Este será o mote para
sua TAREFA EM CASA: A TRAVESSIA
PARA HOJE faremos um passeio fotográfico
pelo clube, cada um escolhe o ponto que mais lhe agradar, o canto que mais atrairia
um fotógrafo, ou escritor, o alvo que oferece mais oportunidade de história,
que favorece mais sentimento. Faça várias fotos. Escolha uma para ser o mote de
um conto de ficção.
O MISTERIOSO ASSASSINATO
11/06/2024
Este é um exercício para fazer em grupo, por esta
razão não foi postado no blog, com antecedência.
Cada grupo tratará de um desses
itens.
Depois, cada pessoa lê seus
relatórios policiais.
Ao final, todos os itens se
interligarão e cada autor optará por uma motivação e por um desfecho.
o 1. Onde o assassinato ocorre? (por
exemplo, no Metrô, no Hotel, num cruzeiro, num beco…), etc.
o
o
2. Sobre os detalhes da vítima
(por exemplo, quem era ela, era um cantor, um foragido da prisão, uma freira,
um caminhoneiro...), etc.
o
o
3. Sobre os detalhes do
assassinato em si. Fale sobre a arma do crime, sobre o cenário, sobre as
possíveis circunstâncias, etc.
o
o
4. Sobre os detalhes de um
suspeito. Por exemplo: Ele deve mancar da perna esquerda pelas marcas dos
passos no local, tem cabelos escuros (havia fios de cabelos no local), será
possível fazer exame de DNA (ou não), etc.
DURANTE
A SEMANA DÊ REALCE PARA SUA HISTÓRIA.
INSIRA
MOVIMENTOS, AÇÕES, DINÂMICAS.
INSIRA
FERRAMENTAS QUE VALORIZEM O ENREDO.
NÃO
ESQUEÇA DE USAR FRASES CURTAS PARA CRIAR CLIMA DE SUSPENSE.
FAÇA
UMA LEITURA CRÍTICA.
E
DEPOIS REPITA, MAS AGORA EM VOZ ALTA.
OUÇA
SUA HISTÓRIA – GRAVE NO CELULAR.
VERIFIQUE
SE HÁ ALGUMA FALHA. CORRIJA, SE HOUVER.
QUANDO
ESTIVER PRONTO, ENVIE SEU TEXTO.
O MAR POR TESTEMUNHA
DETALHES DO CENÁRIO –
SUZANA E OSWALDO:
Estamos em pleno mar, o navio Violinos Cantantes, da Ocean King, que saiu do Porto de Santos, e
agora navega sem pressa, pela baia da Guanabara, para que seus viajantes
possam apreciar o Pão de Açúcar à sua direita, e o esplêndido pôr do sol
quase ao final da tarde.
No jantar, com mesas previamente reservadas. Nota-se que ficou um
lugar vago à mesa, o que causa alguma estranheza. Mas, depressa se esquece,
assim que é servido um vinho como cortesia.
Depois, um show, no enorme palco, onde se apresentou um pianista
extremamente talentoso. Tocou algumas conhecidas melodias e após, ainda
atendeu a alguns pedidos da plateia entusiasmada.
Após sua performance, foi oferecida alguma bebida ao pianista,
apresentado como Edgar, croata, provavelmente, de nascença, mas cidadão
brasileiro por opção.
Finalizada a apresentação de Edgard, ainda se viu ele se retirando,
talvez estivesse se recolhendo. Mas, logo se ouviu uma gritaria enorme e
correria de muitas pessoas se movimentando ao mesmo tempo.
— Nosso convidado, o pianista Boris, foi assassinado em sua cabine, logo
que retornou do seu show.
DETALHES DO ASSASSINATO – seria a parte da
Yara – Mas este trecho veio a Suzana. Estamos aguardando o trecho da Yara)
Como ainda havia terra à vista,
foi acionada a polícia local. O navio lançou âncora e ficou esperando que a
guarda costeira subisse.
Foi relativamente fácil
verificar a identidade da vítima, pois seus documentos estavam todos na sua
cabine.
Acionaram a Interpol, pois
embora naturalizado brasileiro, verificaram que era croata de nascimento e numa
época conturbada: era menino ainda na cruenta Guerra da Bósnia, entre 1992/95,
quando houve a fragmentação da antiga Iugoslávia, mantida até então pela férrea
mão de Tito.
Seria uma morte por vingança? O
que se sabia até então, e antes da polícia técnica fazer suas averiguações, é
que ele devia ter sido asfixiado por uma corda de náilon, que ainda estava em
seu pescoço.
Por enquanto, não havia nenhum
suspeito aparente.
Seria ele uma vítima ou queima
de arquivo? Ou Vingança?
Foi quando a Polícia subiu ao
navio, interditou a cabine, colocou seus técnicos em ação, que esmiuçaram a
cabine inteira, atrás de digitais ou quaisquer pistas da identidade do assassino, ou assassina (não acreditavam que seria mulher porque Boris era
bem forte, precisaria alguém de seu porte para subjugá-lo).
O corpo foi retirado da cabine e
enviado à terra para a necropsia.
O navio precisava seguir a viagem.
Ficaram com a lista de passageiros e mesmo o navio seguindo seu rumo, os
policiais passaram a viagem inteira interrogando os 2.500 passageiros.
Outra equipe de policiais foi ao
porto de origem, para ver se havia tido alguma anormalidade ou atitudes fora do
comum no embarque.
DETALHES DA VÍTIMA – TEXTO ENVIADO PELA
ISES:
O
pianista Edgar era um sujeito de uns cinquenta anos. Tocava em bares e
restaurantes e navios de cruzeiro. Tinha sido recentemente contratado para
trabalhar em um enorme navio de cruzeiro, o “Ocean King” que zarparia do porto de Santos. Falava um português
mesclado de palavras em espanhol, porém com um leve sotaque que denotava sua
origem de algum país da Europa oriental. Talvez da Sérvia, ou da república tcheca, ou ainda húngaro. Era fluente em inglês e alemão e também se virava no
francês.
Era um
pianista popular competente, dominando o repertório internacional de hits
românticos dos compositores da primeira metade do século XX, americanos e
franceses e improvisava bem no jazz e na bossa nova. Seu horário de trabalho em
navios era das oito da noite até a uma da manhã com quatro intervalos de quinze
minutos. Era metódico. Após usar o banheiro lavava cuidadosamente as mãos e
aplicava um creme hidratante com massagens ao longo dos dedos. Depois fazia várias
flexões de joelhos e exercícios com os braços para aliviar as tensões da
posição ereta ao tocar o instrumento. Voltando ao palco de bar ou restaurante, parava
no bar, ou encomendava ao garçom um copo de suco e um de água. Bebia o primeiro
e o segundo costumava levar a uma pequena mesa ao lado da banqueta do piano.
Jamais tomava bebida alcoólica nos intervalos. Apenas ao terminar sua
apresentação de madrugada bebia uma dose de vodca gelada de um só gole. Depois
descia para sua cabine localizada nas entranhas do navio onde se situavam as
cabines dos empregados. Essa era a rotina que costumava adotar nas viagens de
navio com eventuais pequenos ajustes.
Edgar
era muito reticente sobre seu passado e suas origens. Era um homem elegante, de
estatura média, porém o smoking impecável o fazia parecer mais alto. Tinha
cabelo liso escuro penteado para trás deixando a testa livre. O rosto tinha
algo de oriental ou mongol pelos olhos escuros ligeiramente oblíquos e as maçãs
do rosto altas. Esta seria sua primeira viagem no Ocean King. Quando se apresentou a bordo, pediu ao imediato
para ver a lista dos demais empregados sob o pretexto de verificar se haveria
algum conhecido de viagens anteriores. Percorreu atentamente a extensa lista.
Desde os maquinistas, comunicadores, até o pessoal da cozinha, os que
trabalhavam nos restaurantes e bares, arrumadeiras e animadores, grupos de
dança e atores. Enfim, a lista enorme de mais de duas centenas de empregados
para atender alguns milhares de passageiros. Ao devolver a lista comentou que
não havia encontrado nenhum conhecido, porém era explicável porque seus outros
empregos foram em navios de rotas no Caribe e norte da Europa.
O
navio zarpou de manhã do porto de Santos para um cruzeiro de 14 dias costeando
o Brasil até Manaus. Às 19 horas Edgar começou a se aprontar para sua função
noturna. Tocaria no restaurante principal até onze horas e depois no amplo bar
contíguo até a uma da manhã. Essa tinha sido a determinação do coordenador de
entretenimentos do navio.
DETALHES DO SUSPEITO - ENVIADO PELA LEDICE:
O
homem com cara de poucos amigos, cabeleira farta, cabelos negros, pesando mais
do que devia, que andava, manquitolando de um lado para o outro do enorme
navio, chamava a atenção dos passageiros, que procuravam curtir os primeiros
momentos da viagem, apreciando a vista.
Havia
algo de estranho no indivíduo. A forma como observava tudo e todos, fazia com
que parecesse estar à procura de alguém.
Chegou
afobado para o jantar, pedindo desculpas pelo atraso. Os integrantes daquela
mesa, já enturmados, conversavam animadamente. O homem ficou ali meio à parte,
um pouco constrangido.
Procuraram
trazê-lo para o papo, perguntaram-lhe o nome. Respondeu como se não estivesse a
fim de se enturmar:
–
Aleksander!
Jantou
rapidamente, não quis vinho, nem sobremesa. Parecia estar com pressa. Pediu
licença, levantando-se e dirigindo-se para uma das inúmeras salas de teatro do
andar, deixando cair no chão o guardanapo utilizado no jantar.
Não deixou boa impressão entre os comensais. Acharam que ele destoava dos demais, parecia sujo, com pouca higiene. Muito esquisito.
A HISTÓRIA DE UM GIRASSOL
04/06/2024
HISTÓRIAS PARA CRIANÇAS
27/05/2024
1 Crushy
era um gênio antipático, rabugento,
que morava numa lâmpada mágica esquecida no interior de uma caverna. Já estava
há tantos anos encolhido naquele objeto que dormia o tempo todo e sonhava em descobrir uma mágica que o libertasse
daquela castigo de ter que se recolher naquela lâmpada. Se contorcia de um
lado para outro, mas nenhuma posição era confortável. Uma vez o nariz ficava
espremido, outra vez eram os braços que se apertavam tanto que pareciam desaparecer.
“É um pesadelo ser gênio de lâmpada”, ele reclamava.
Um
dia, crianças brincando de explorar o lugar, encontraram a tal estranha, fina e
gelada lâmpada, que não se parecia nada com aquela lâmpada de Aladim. Só
descobriram que era mágica quando saltou de dentro dela, um ser magricelo, com
barbas espichadas, corpo elástico e olhos brilhantes. A voz, que mais parecia
um rugido, precisava ser treinada, disse ele, pedindo que as crianças
esperassem um pouco, pois há tantos anos não falava nada...
TEXTO 2:
2. A
tarefa de cuidar do neto nas férias era motivo de muita alegria para o vô Quim.
Denis tinha 8 anos, estava na fase das descobertas, e o avô era cheio de
assunto.
Quim
contou-lhe sobre a árvore mais forte que
havia na fazenda, na verdade, nem era uma árvore, era um arbusto de folhagem frágil como a pena,
que teve que crescer, ficar muito forte,
muito ágil, para não ser arrancado pelo vento. Ele lutava diariamente
contra o vento, se debatia numa dança desenfreada, rangia os galhos,
esticava-se para lá e para cá, numa luta arriscada. O garoto ficou muito
curioso. Imaginava a árvore numa luta corporal com um vento vigoroso, agressivo
e barulhento.
Tarefa: desenvolver esses temas aproveitando
a ideia central dos textos.
TRÊS PERSONAGENS
DENTRO DA HISTÓRIA
21/05/2024
PERSONAGEM 1 -
Ela era jovem, charmosa, cativante, de riso fácil, muito requisitada nas rodas
de amigos. Mas, o que de mais importante precisa ser dito sobre ela é que por
trás daquela simpatia havia uma mocinha mentirosa, manipuladora, falsa,
invejosa, capaz de mover o mundo para obter o que desejasse. Agia na calada da
noite, sempre de modo a não ser descoberta.
PERSONAGEM 2 –
Era reservada, muito inteligente, vivia na biblioteca ou no laboratório de
Letras. Ganhava algum dinheiro escrevendo crônica para uma revista muito lida,
mas não queria que soubessem que ela era a autora daquelas crônicas que
levantavam tantas polêmicas, então usava um pseudônimo (escolha um apelido para
ela). Não frequentava rodinha de amigos, nem namorava. Tinha certo carinho para
com o professor de literatura que fazia revisão de suas crônicas, e
educadamente não revela o que sabia.
PERSONAGEM 3 –
Homem jovem, alegre, atraente, professor de literatura na Universidade.
Estudioso, um escritor renomado, premiado, muito requisitado para palestras,
podcasts e eventos literários. Ele tinha preferência sofisticada, gostava de
música clássica, viagens, era solteiro, mas usava uma aliança na mão esquerda.
TAREFA
1: Qual
destes personagens será seu protagonista?
Os 3 atuarão na sua
história. No mesmo conto, esses 3 personagens participarão do enredo. Há um “ponto de vista” para cada personagem.
O clima da história e o gênero terão apelos diferentes diante de cada um.
TAREFA
2:
CRIE UM PERSONAGEM NOVO PARA ENTRAR EM CENA E MUDAR TUDO NA SUA HISTÓRIA.
AQUELA COISA
14/05/2024
"Coisas" do português.
Gramaticalmente,
"coisa" pode ser substantivo, adjetivo, advérbio. Também pode ser
verbo: o Houaiss registra a forma "coisificar". E no Nordeste há
"coisar":
“Ô,
seu "coisinha", você já "coisou" aquela coisa que eu mandei
você "coisar"?
Coisa-ruim
é o capeta. Na boca dos exagerados, "coisa nenhuma" vira um monte de
coisas...
Mas
a "coisa" tem história mesmo é na MPB. No II Festival da Música Popular Brasileira,
em 1966, a coisa estava na letra das duas vencedoras: Disparada, de Geraldo
Vandré: Prepare seu coração pras "coisas" que eu vou contar..., e A
Banda, de Chico Buarque: pra ver a banda passar, cantando "coisas" de
amor... E a turma da Jovem Guarda e as coisas: “coisa" linda,
"coisa" que eu adoro! Já para Maria Bethânia, o diminutivo de coisa é
uma questão de quantidade afinal, são tantas "coisinhas" miúdas.
"Alguma
coisa acontece no meu coração"!...
Um
cara cheio de coisas é o indivíduo chato, pleno de não-me-toques. Já um cara
cheio das coisas, vive dando risada. Gente fina é outra coisa. A coisa pública
não funciona no Brasil. Político, quando está na oposição, é uma coisa, mas,
quando assume o poder, a coisa muda de figura.
Mas,
deixemos de "coisa", cuidemos da vida, senão chega a morte, ou
"coisa" parecida... Por isso, faça a coisa certa e não esqueça o
grande mandamento: "AMARÁS A DEUS SOBRE TODAS AS "COISAS".
Do livro do
autor, (texto parcial) –
"Coisas
do Português: a língua nossa de cada dia", de Francicarlos Diniz
ESSAS COISAS
Poema de Carlos Drummond de Andrade
“Você
não está na idade
de sofrer por essas coisas.”
Há então a idade de sofrer
e a de não sofrer mais
por essas, essas coisas ?
As coisas só deviam acontecer
para fazer sofrer
na idade própria de sofrer ?
Ou não se devia sofrer
pelas coisas que causam sofrimento
pois vieram fora de hora, e a hora é calma ?
E se não estou mais na idade de sofrer
é porque estou morto, e morto
é a idade de não sentir as coisas, essas coisas ?
A Coisa
A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra
e o leitor entende uma terceira coisa... e, enquanto se passa tudo isso, a
coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita. MARIO QUINTANA
Que a importância de uma coisa não se mede com
fita métrica nem com balanças, nem barômetros etc. Que a importância de uma
coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós. MANOEL DE BARROS
TAREFAS
TEXTO 1: Ainda pensando nos textos acima,
e, para você, sobre que coisa gostaria de falar? QUE COISA MEXE COM SEU
PERSONAGEM?
TEXTO2: O seu personagem guarda uma coisa,
um objeto. Essa coisa faz dele um “suspeito”. Ele é ganancioso, articulado, mas
deixa-se passar por bom-rapaz...
O hotel fazenda ainda estava quieto demais naquela quarta-feira, o que era ótimo para Américo, que precisava descansar de tantas reuniões, acordos, projetos e pessoas desinteressantes.
Américo era um homem exigente e metódico, o que muitas vezes fazia dele um sujeito intragável. Conhecia seu instinto ameaçador quando algo saía errado, já passou por problemas delicados por não conseguir moderar suas reações. Precisava pensar sua postura, estava pesando demais. O resort, indicado pelo chefe, era realmente acolhedor. Hospedara-se pela manhã e ficaria à espera da namorada, que só chegaria no sábado.
Um resort de luxo é lugar que agrada até os mais chatos – pensou se referindo a ele mesmo.
Tudo lhe parecia tranquilo, o clima morno o convidava para uma corrida, então no dia seguinte saiu muito cedo para correr os seus dez quilômetros costumeiros. Ao chegar de volta, estranhamente, não conseguiu abrir a porta do quarto. Na recepção, quando ele se queixou da chave eletrônica que não funcionou, foram taxativos: “Não há nenhum Américo Brunaldi hospedado aqui”. Ele riu. Só podia ser uma brincadeira, fosse o que fosse, ele não aprovou. Ou será que errou o número do quarto? Mas, ao ouvir a insistência do atendente em repetir que o nome dele não estava da lista de hóspedes, ficou transtornado. Conseguiu convencê-los a abrir a unidade para provar que estavam enganados, afinal poderia mostrar documentos, seu celular que ficara na escrivaninha, e sua bagagem toda. Mas, para sua surpresa, o quarto estava limpo e fresco, não havia nenhum vestígio de seus pertences. Nem no estacionamento, nem nas câmeras, constava entrada de algum Jetta preto...
(Decida por um conto de suspense com final impactante).
Tarefa
para hoje: O QUE ESSES AMERICANOS
ENCONTRARAM NA CASA VELHA?
DESENVOLVA ESSA HISTÓRIA
Dois jovens americanos vêm morar em São Paulo. São
primos e vão estudar e trabalhar aqui. Ainda não dominam a língua portuguesa,
mas andam sempre com o tradutor acionado no celular. Com isso, acabam se
entendendo com os brasileiros. Eles são curiosos, afoitos e investigativos. Ambos
são empreendedores. Compraram uma casa antiga, muito velha no bairro de Santa
Cecília, imóvel que eles mesmos se propõem a executar reforma conforme puderem.
E têm em mente que vão explorar ao máximo o bairro onde moram.
Na primeira fase da reforma, eles percebem o piso do
corredor com som oco quando pisam. Detectam, de imediato, muito cupim, então
removem o antigo piso de tábuas corridas. Verificam que há outro piso de tacos
longos servindo de contra piso. Ali, encontram muito mais cupim alojado entre
as peças, e removem o contra piso. Eis que descobrem uma escadaria que os leva
ao porão. Esse porão, desconheciam, o proprietário não disse que havia, e não
constava da planta baixa do imóvel. " É um espaço secreto! ” – Concluíram.
Mas, as surpresas estavam apenas começando para
aqueles dois jovens curiosos:
. Encontraram um refém, uma vítima de sequestro.
. Encontraram rádios de comunicação, computadores,
livros e documentos escritos em idiomas que eles não conheciam.
. Um homem (ou mulher) que habitava o lugar, clandestinamente.
. Um espião em franco trabalho de espionagem.
. Encontraram um mapa de tesouro.
. Encontraram uma família fugitiva da guerra que
acabou há anos, mas essa família não sabia.
. Encontraram um desertor de guerra.
Os detalhes virão por meio de subtextos, histórias
de fundo, fluxos de pensamentos e expressões corporais e faciais. Mostre as
expressões faciais, e corporais dos personagens. Use narrador onisciente.
Um dia, Franz Kafka escreveu à mão
uma carta de 45 páginas ao seu pai, ele talvez não estivesse consciente de que
ela acabaria sendo um documento literário a ser treinado através dos tempos. A
escrita criativa epistolar é uma forma de expressão artística que inspira os
escritores a usarem a imaginação para trazer personalidade ao enredo, para
processar a emoção dos personagens e provocar o leitor.
Quando se trata de escrita criativa,
você pode lançar mão de inúmeros recursos literários e montar uma estratégia
engenhosa para seu texto. A emoção é um
ingrediente que nunca deve faltar à receita. A carta é um desses recursos.
O processo criativo por meio de cartas é o que chamo de “emoção de envelope”. Quando recebemos uma carta, antes mesmo de conhecer o remetente, a ânsia de conhecer o conteúdo nos afeta. O reconhecimento do remetente nos provoca curiosidade. E somente depois virá o sabor com a leitura da missiva. Como podem ver, nossa emoção começa quando chega um envelope...
No
texto abaixo, a personagem fica excitada com a chegada do carro do correio, tem
o coração acelerado só de pensar no que viria. É claro, toda essa “espera
ansiosa” tem por trás um passado, uma história que a faz ansiar pela carta.
Você vai MOSTRAR porque ela está ansiosa.
Faça
uma transição suave entre o texto que você está criando e o assunto da carta. A
frase que precede seu texto deve dar ao leitor um sinal para entender que ele
irá mergulhar na carta. Não seja enfadonho com repetições ou formatos severos
de uma carta. O entremeado do assunto da carta e seu texto deve ser sutil e necessário
para provocar o leitor:
A
ÚLTIMA CARTA
(O
que vem em uma carta não se deleta, não se apaga jamais)
Foi
há vinte anos, não consigo esquecer nenhum detalhe, o ruído do automóvel do correio
entrando na propriedade, a revoada de andorinhas formando um cordão num
sobrevoo artístico. O ronco do motor que se aproximava parecia áspero desta
vez, os estalidos dos gravetos, mais secos, gritavam sons angustiantes: “Ah,
Meu Deus, aí vem más notícias” – logo pensei. Estava no alpendre debruçada em
uma leitura antiga, estiquei os olhos ansiosos para o carro que acabara de
estacionar. Meu coração se exaltou, me
lembro muito bem disso, ele sabia que uma tempestade chegaria um dia dentro de
um envelope.
O
carteiro sorriu para mim:
—
Bom dia, Dona Verinha. O sol está ardido hoje, hein! Tem uma limonada gelada aí
pra mim?
Corri
para atendê-lo. Era quarta-feira, dia do correio, sempre o esperava com suco
gelado. Lá de dentro, ouvi sua voz de tenor:
— Trouxe
a encomenda da loja do Nico. Ele mandou dizer que, se não servir, pode ir lá
trocar. Tem também uma sacola com fazendas estampadas, que a senhora pediu na
loja de tecidos do Francisco. E trouxe uma carta vinda de...
Parei
onde estava, com a jarra na mão, os olhos cravados no homem, o coração
acelerado...
Comece sua história com seu PERSONAGEM REDONDO
jurando vingança, mediante um brado, um pensamento, ou uma ameaça direta.
Personagem
redondo é aquele cheio de complexos psicológicos, perturbações, inseguranças,
problemas aparentes no decorrer da história. Eles geralmente desempenham um
papel importante na história. Eles são escritos especificamente para que o
público possa prestar atenção neles por um motivo específico.
Um personagem
redondo é intenso, deve evoluir, deve ser dinâmico, em constante transformação
(evolução). Sua história deve aumentar seu próprio conflito, para que o enredo cresça
e as complicações brotem o tempo todo, já que suas atitudes não são
previsíveis.
Abaixo
tem uma lista de características do personagem redondo:
• Conflito
externo: O personagem se sente muito desagradável em relação a certas
pessoas e personalidades. A maioria dos personagens redondos são identificáveis
pela dificuldade em se relacionar com as pessoas.
• Conflito
interno: Ele é seu próprio obstáculo. Um personagem bom e redondo terá suas
próprias falhas, contradições, inseguranças, dissimulações, filosofias e
problemas a superar. Em geral, o padrão de diálogo de um personagem redondo é
marcado pela complexidade psicológica.
• História
de fundo: quando encontramos um personagem pela primeira vez, ele
geralmente é um adulto ou, no mínimo, um pré-adolescente. Como não acompanhamos
a vida do personagem desde o momento em que ele nasce, a história desse
personagem é essencial para compreender suas complexidades, traumas,
sentimentos, desejos e falhas.
Exemplo
de personagem redondo: Os Irmãos Karamazov é um romance sobre os três filhos de
Fiódor Pavlovich Karamazov, rico, mas grosseiro, de uma pequena cidade. Ivan, o
filho do meio, é profundamente inteligente e profundamente perturbado. Ele é
acadêmico e ensaísta e frequentemente fala sobre questões de religião, ateísmo
e crueldade humana. Ele está apaixonado pela noiva de seu irmão, Dmitri.
Outro
personagem complexo, tido como redondo, ou esférico, é a CAPITU do livro Dom
Casmurro, de Machado de Assis.
O QUE ACONTECEU ANTES DESTES FATOS?
A camionete parou bruscamente ao lado da
cena do acidente. Era um sedan cinza capotado, todo retorcido, na faixa
esquerda da rodovia. Bento saltou do veículo, precisava ajudar, e já pode ouvir
os socos que retumbavam ao longe. Era um homem que, desesperadamente, tentava
quebrar a janela do carro capotado. O suor escorria do rosto de Gregório, mas
ele não esmorecia. Sua voz trépida gemia por socorro. E havia um choro
incontido que não se sabia de onde vinha. Bento aproximou o rosto do vidro do
para-brisa do veículo tombado e viu lá dentro uma criança aos berros, presa na
cadeirinha do banco traseiro. À frente,
uma mulher desacordada. Viu o combustível traiçoeiro escorrer lentamente sob o
veículo e encostar na sua bota:
— Vai explodir essa coisa! –
Gritou.
Correu até seu carro e, com a chave de
rodas, estilhaçou o vidro do sedan. Mas,
a porta emperrada, não cedia.
— Meu Deus! Não consigo abrir essa
porcaria! Me ajudem aqui! – Gritou num fôlego.
Vendo que o tempo era seu inimigo, ele,
num ímpeto, se enfiou pelo vão da janela, atropelando-se pelo espaço apertado,
e conseguiu liberar a criança do cinto de segurança. Percebeu uma nesga de fogo
clarear na parte dianteira e se avantajar acintosamente pelo painel do automóvel.
— Pega aí!! – Gritou, Bento, colocando a criança
nas mãos de Gregório.
Já ia sair, mas arriscou olhar para a mulher com a
cabeça tombada ao volante. Tinha muito sangue escorrendo pelo couro cabeludo, mas surpreendeu-se com
um discreto movimento de mão:
— Ela parece estar viva! Meu Deus! Examinou o comportamento do fogo, sabia que se expandiria a qualquer momento.
E Gregório, com o bebê nos braços, foi
se distanciando do sedan, gritando:
— Sai daí, está pegando fogo, vai
explodir! ...
Tarefa para hoje: O QUE ACONTECEU ANTES DESTES FATOS?
Tarefa para casa: O QUE ACONTECEU 10 ANOS DEPOIS?
--##-
Neste exercício vamos trabalhar cenas dinâmicas, cenários dinâmicos, personagens dinâmicos.
A história se fará entender em 3 tempos: o antes, o agora, e o depois. Não descuide da emoção, nem dos subtextos.
Boa escrita!
Na
passagem do século XVIII para o XIX, sete meninas costumavam passar os finais
de semana em uma chácara, de propriedade do Tenente General José Arouche de
Toledo Rendon, de quem eram irmãs. O referido militar foi pessoa
importantíssima em São Paulo. Além de ter inúmeras propriedades, foi o primeiro
diretor da Faculdade de Direito do Largo São Francisco e hoje dá nome ao Largo
do Arouche.
Da
casa sede desta chácara, localizada às margens do Rio Tietê, onde hoje está o
bairro da Casa Verde, nada ficou, a não ser a lenda de que a casa teria a cor
que hoje dá nome ao bairro, o que não é correto, pois a verdadeira casa verde
ficava no centro da cidade, onde moravam essas sete meninas, mais propriamente
na travessa do Colégio, hoje Rua Anchieta, exatamente no número 11.
Paulo Cursino
Moura, em seu livro São Paulo de Outrora, aponta que as sete
irmãs chamavam a atenção porque eram graciosas e atraentes: "Eram pudicas,
recatadas, olhos baixos de soslaio rapidíssimos, inquietos aos primos
sedutores, de anquinhas gorduchas em adoráveis saias-balão".
"As
meninas partiam em revoada aos finais de semana ou feriados". O que faziam
elas? Com certeza, banhavam-se nas águas do Tietê, ainda livre, limpo e
curvilíneo; desfrutavam da equitação e de tudo aquilo que a natureza quase
intocada pode oferecer. Oficialmente, no entanto, ninguém jamais poderá
responder. Sabe-se que as meninas eram vítimas dos boquejadores, aquelas
pessoas cuja maior diversão, é falar da vida alheia. É que os passeios das
meninas despertavam a curiosidade na pacata São Paulo. “Lá vem as meninas da
casa verde", diziam com ironia.
Quem
eram elas: Caitana, Ana, Pulquéria, Maria Rosa, Gertrudes, Joaquina e
Rudesinda. Todas elas morreram solteiras e bem novas. Caitana, (assim mesmo com
"i") a mais velha entre as sete, nasceu em 1752. Ela é uma das irmãs
remanescentes quando da assinatura de documentos relativos à transferência das terras,
em 1830, com 78 anos. (Fonte: Geraldo Nunes - Jornal O Estado de São Paulo,
2015)
TAREFA: Tomemos esse texto como mote para escrever um conto de ficção sobre uma dessas 7 meninas da Casa Verde. Considerem a época. Considerem o figurino possível, considerem o transporte, o cenário, os gestos, o vocabulário. Transporte-se para aquele cenário.
Será
necessária releitura e pesquisa, para que seu texto se encha de passado e verissimilhança.
Faça do Japão (ou da cultura japonesa) o
tema da sua história
Que tal transitarmos por outras culturas,
personagens engajados em outro ritmo, outros sentimentos, outra educação?
Hoje, neste encontro, vamos criar a história de um jovem japonês que veio morar no Brasil, mal chegou e já se meteu numa “encrenca” qualquer. Talvez devido ao idioma, ou desconhecia a cidade, ou os costumes tão diferentes. Capriche na caracterização do personagem. As características do personagem, lembrando que ele acabou de chegar, tem muito da cultura japonesa.
Em casa vamos elaborar uma
história mais centrada na cultura japonesa, seus hábitos e costumes. Desta vez a
história é sobre uma idosa japonesa que mora no Japão, que tem um familiar no
Brasil, e esse familiar está em apuros. O Japão poderá ser o cenário, e o texto
conterá “estrangeirismo”. O narrador será onisciente. E se você desejar, esta
idosa senhora poderá ter algum parentesco com aquele jovem que veio para o
Brasil, na história de hoje.
Para isso, abaixo há sugestões de nomes para os personagens japoneses, além de diversas pontuações da cultura japonesa, cujas podem ser aproveitadas para compor sua história. Mas, sugiro que façam mais pesquisas dependendo do contexto.
Vejam que trago os nomes utilizados para
os entes familiares, apliquem em suas histórias., e temos também outras Curiosidades japonesas:
https://youtu.be/crj4gC8g2JM?si=J0IITcW9f7il8xNZ
Este vídeo mostra algumas interessantes passgens
Na sociedade japonesa, existe o conceito
do “Uchi” e “Soto”, que significam, respectivamente, a ideia de dentro e fora,
ou de interior e exterior e tem a ver com a relação que a sociedade japonesa se
relaciona entre si. Por exemplo:
- Os
membros da família são uchi, os vizinhos são soto.
- Os japoneses são uchi, os
estrangeiros são soto.
- Os
colegas de trabalho são uchi, os clientes são soto.
- kazoku, quer dizer família, tanto no
singular quanto no plural, mas também tem o significado de membro da
família em japonês.
Irmãos = Kyoudai 兄弟(きょうだい)
Irmão mais velho = Ani 兄(あに)
Irmão mais velho = Oniisan お兄さん(おにいさん)
Irmão mais novo = Otouto 弟(おとうと)
A maioria dos japoneses tem vergonha de comunicar suas emoções. Assim, grande parte da família japonesa não demonstra muito seus sentimentos uns para os outros. O sentimento de um indivíduo pode torná-lo inconveniente para uma reunião familiar. Além disso, para a cultura do país, falar sempre sobre os seus sentimentos, te torna uma pessoa não confiável.
Nomes Japoneses Femininos Mais Vistos
1. Kira Significa
“senhora”, “que tem plena autoridade”, “feixe de luz”,...
2. Naomi Significa
“meu deleite”, “minha doçura”, “aquela que é bonita e...
3. Ayumi Significa
"razão da beleza asiática", “mar de paz e prazer”, “beleza...
4. Yumi Significa
“beleza abundante”, “mulher extremamente bela”. Delicado,...
5. Mahina Significa
“Lua”, “deusa”, “a iluminada”; “pássaro...
6. Sayuri Significa
“pequeno lírio”, “lírio que nasce adiantado”,...
7. Nara Significa
"a que está mais próxima", "carvalho", "a que achata,
torna plano",...
8. Hana Significa “dom da graça de Deus”, “graça”,
“graciosa”, “bem...
9. Yuna Significa
"maçã vermelha superior", "maçã vermelha gentil" ou
"vegetal...
10. Mayumi Significa
"arco e flecha real", "arco recurvo genuíno"; "bonita
razão",...
Nomes Japoneses Masculinos Mais
Vistos
1. Yuri Significa
"pequeno agricultor", "aquele que trabalha com a terra",
"fazendeiro";...
2. Koda Significa
“amigo”, “companheiro”, “arroz em casca de...
3. Akira Significa
“brilhante”, “luz”, “brilhando”, “próspero”,...
4. Yuki Significa "esperança
superior", "esperança gentil"; "nobre rico",
"precioso...
5. Yoshi Significa
"boa sorte"; "justo" ou "bom",
"virtuoso", "respeitável". Como...
6. Gohan Significa
“aquele que é alimentado pelo entendimento” ou “esclarecimento...
7. Shin Significa
“verdadeiro”, “crente”, “avançado”. Shin é um nome de...
8. Kenji Significa "o
segundo que é saudável, forte" ou "o segundo aprimorado,...
9. Yudi Significa "bravo,
corajoso", "superior, gentil", "homem forte". É...
10. Naruto Significa “massa de peixe servida sobre o lámen”,
“redemoinho”. Naruto...
SAKURA: A
primavera, no Japão, é famosa pela floração em massa das flores de cerejeira,
também conhecidas como sakura ,
um evento tão bonito que atrai turistas de todo o mundo. Devido ao seu
florescimento impressionante, mas de curta duração, a flor simboliza a
fascinante natureza transitória da vida - mas também está associada a uma
mensagem de renovação e esperança para o futuro
Carne de cavalo crua é popular no
Japão. Em japonês, ela também é chamada de sakura
ou sakuraninki, que significa “carne de flor de cerejeira” devido à sua cor
rosada. Normalmente, ela é servida crua como sashimis, em fatias bem finas,
para serem molhadas no shoyu (molho de soja), mas também pode ser temperada com
gengibre e cebola (e passa a ser chamada basashi), lá também fazem sashimi de carne de baleia.
O café da manhã tradicional japonês
chama-se Asa gohan, que significa
arroz matinal. Trata-se de uma refeição completa similar ao almoço e jantar,
com direito a arroz branco, peixe, misoshiro e tsukemono.
- Há
mais de 80.000 restaurantes/lojas de macarrão instantâneo por todo o
Japão. De fato, o ramen é um dos pratos que todo turista precisa provar no
país, juntamente com o sushi. Apesar de, até poucos anos atrás, o macarrão
não ser tão popular e ser basicamente conhecido apenas como uma opção
rápida, barata e prática para as refeições, houve uma expansão da sua
popularidade e lojas especializadas começaram a aparecer por todos os
lados, as chamadas ramen-ya. Além disso, é normal levar a tigela até a sua
boca ao invés de usar colher. E isso vale também para os alimentos que
exigem o uso dos hashis:
- Lojas de conveniência, chamadas de Konbinis, são encontradas em toda parte, às vezes dois no mesmo quarteirão.
- Muitos
japoneses ainda tem o hábito de tomar banho em “sentos”. (Banhos
públicos).
Existem mais de 2 mil templos em Kyoto.
Kyoto e Nara foram poupados do
bombardeio atômico durante a Segunda Guerra Mundial devido à sua arquitetura
e importância cultural.
- No
Japão, há um trem que “flutua” acima dos trilhos por magnetismo e alcança
até 600 km/h. O Maglev, de magnetic levitation (levitação magnética)
percorre 1,8 quilômetros em 11 segundos e “levita” a 10 centímetros dos
trilhos durante o percurso, impulsionado por ímãs carregados
eletricamente. Os trens no Japão
são tão pontuais que as empresas inclusive se desculpam se, por acaso,
algum trem parte da estação segundos antes do horário oficial.
- Existe uma expressão para as pessoas viciadas em celulares que precisam passar o tempo todo conectadas: “fear of missing out”, também conhecida como FoMO, ou “medo de estar perdendo algo”, aquela sensação de isolamento que se tem ao ficar afastado dos aparelhos eletrônicos e da internet que acaba levando ao vício.
- Há
quatro sistemas de escrita diferentes no Japão: Kanji, de ideogramas de
origem chinesa; Katakana e Hiragana, silabários japoneses; e romaji, a
escrita da língua japonesa em caracteres do alfabeto latino.
- O
Japão detém 18 ganhadores de Prêmios Nobel.
- A
maioria das ruas do Japão NÃO tem nome. Ao invés disso, eles numeram os
quarteirões e deixam os espaços entre eles – as ruas – sem nome.
Fábulas
são histórias cujos personagens, em geral, são animais personificados ou seres
inanimados. Esse gênero fantástico da literatura procura transmitir uma “lição
de moral” utilizando uma máxima como base para desenvolver o enredo,
enfatizando o bem contra o mal, o certo contra o errado.
Esopo,
um fabulista da Grécia antiga, é considerado um dos maiores criadores desse
gênero literário. Para criar suas fábulas, Esopo utilizou máximas como:
Unidos,
venceremos. Divididos, cairemos. / O amor constrói, a violência arruína. /
Quem tudo quer, tudo perde. / Não se deve contar com o ovo quando ele está
dentro da Galinha.
E
assim foram criadas fábulas como:
O
leão e o rato: Um leão pega um rato, que implora para ser
solto. O rato promete retribuir ao leão em troca de sua vida. O leão concorda e
solta o rato. Poucos dias depois, o rato encontra o leão preso na rede de um
caçador e, lembrando-se da misericórdia do leão, roe a corda até que o leão se
liberte. A moral da história é: “Uma
gentileza nunca é desperdiçada”.
A
tartaruga e a lebre: A
tartaruga e a lebre entram em uma corrida. A lebre zomba da tartaruga,
observando como ela é naturalmente muito mais rápida do que a tartaruga lenta.
Durante a corrida, a lebre faz várias pausas longas e perde tempo relaxando
entre as corridas rápidas. Enquanto isso, a tartaruga avança continuamente. No
final, a tartaruga vence. A moral da história é: “Devagar e sempre vence a corrida”.
A
raposa e as uvas: Esta fábula é a origem da frase “uvas
verdes”. Uma raposa avista um cacho de uvas no alto de um galho e as quer
muito. Ele dá um salto com corrida para alcançá-los, mas erra. Ele tenta várias
vezes, mas sem sucesso. Finalmente, ele desiste e vai embora com desdém. A
moral da história é: “Há muitos que
fingem desprezar e menosprezar aquilo que está além do seu alcance”.
Várias
frases coloquiais foram brotando, derivadas de fábulas, como “um lobo em pele
de cordeiro” e “uvas verdes”.
O
enredo de uma fábula inclui um conflito simples e uma resolução, seguida de uma
máxima. As fábulas apresentam animais personificados e elementos naturais como
personagens principais. O gênero pode ter uma pitada de humor quando exalta as
tolices do homem. Algumas fábulas também são utilizadas para ensinar às
crianças o comportamento e os valores apropriados à sua cultura.
Para
criar uma fábula, comece escolhendo uma máxima, tema de sua história. Por
exemplo: “Trate os outros como você gostaria de ser tratado”. “Devagar e
sempre, vence a corrida”. “As aparências podem enganar”.
Depois,
escolha dois animais ou objetos inanimados para servirem como personagens
principais. E, escolha as características de seus personagens. Coruja sábia;
raposa astuta; abelha laboriosa; aranha complicada; boi forte, etc.
Escolha
um conflito simples que demonstre seus traços de personalidade. Por exemplo, em
A Tartaruga e a Lebre, uma corrida a pé é o cenário perfeito para contrastar um
personagem que é lento.
A Lamparina
Uma lamparina cheia de óleo gabava-se de ter um brilho superior ao do
Sol. Um assobio, uma rajada de vento e ela apagou-se. Acenderam-na de novo e
lhe disseram:
- Ilumina e cala-te. O brilho dos astros não conhece o eclipse.
Esopo
Moral: o brilho das glórias não deve te encher de orgulho. Tudo o que se tem,
pode se perder.
A lamparina ensina-nos que não devemos nos gabar do que temos no
momento. Devemos ter humildade, porque tudo o que é bom pode uma hora também
acabar.
Tanto as derrotas
quanto as vitórias são passageiras.
A cigarra e a formiga
A cigarra passou o verão cantando, enquanto a formiga juntava seus
grãos. Quando chegou o inverno, a cigarra veio à casa da formiga para pedir que
lhe desse o que comer.
A formiga então perguntou a ela:
— E o que você fez durante todo o verão?
— Durante o verão, eu cantei — disse a cigarra.
E a formiga respondeu: — Muito bem, pois agora dance!
Esopo
MORAL: Temos que nos esforçar agora, para podermos colher os
frutos do nosso trabalho mais tarde. Se não o fizermos, ficaremos
dependentes da ajuda das outras pessoas.
A lebre e a tartaruga
Uma tartaruga e uma lebre discutiam sobre qual era a mais rápida entre
as duas. E, então, marcaram um dia e um lugar para uma corrida. A lebre,
confiando em sua rapidez natural, não se apressou em correr, se deitou no
caminho e dormiu. Mas a tartaruga, consciente de sua lentidão, não parou de
correr e, assim, ultrapassou a lebre que dormia e chegou ao fim, obtendo a
vitória.
Esopo
MORAL: Persistência
e esforço aumentam as nossas capacidades e a
probabilidade de vencermos. A negligência e o excesso de confiança, por sua
vez, podem nos prejudicar.
Agora que você já está mais familiarizado com o gênero, vamos criar a sua fábula.
E se
você escrevesse sua fábula em verso? Rima e métrica tornarão sua fábula
memorável e divertida, isso também oferecerá um desafio para a habilidade de
escrita.
Vamos à sua fábula?
Quando os autores não se preocupam em empenhar emoção na história, é muito provável que a história não faça a necessária conexão com o leitor. Pois é através da emoção contida na trama que o leitor sentirá empatia com o enredo. Se não houver essa conexão, é porque não houve emoção suficiente no texto.
Não tenham medo da pieguice, não fujam daquilo que é importante para segurar seu leitor: emoção textual. O texto é sua mercadoria, ofereça a melhor, a mais atraente, a mais empolgante.
Além do já costumeiro conselho “mostre, em vez de contar”, vocês, escritores, precisam ir mais fundo, se apoderando dos pensamentos dos personagens, das expressões faciais, dos sinais através dos olhares, dos movimentos corporais. Não devem ter receio de levar o personagem às lágrimas, ou às últimas consequências. Façam isso e explorem os sentimentos deles para contagiar o leitor. Invoquem o passado do personagem para provocá-lo, tragam à tona um amor esquecido que vem agora torturá-lo, um crime escondido, um segredo que ele jamais imaginou as consequências se fosse revelado. Provoquem seus personagens! Trabalhem arduamente na emoção do personagem, na emoção textual.
Descrevam dores e sofrimentos, mostrem seus corações batendo forte, o suor escorrendo pelas costas ou suas mãos ficando dormentes por cerrar os punhos. Podem ir além, dizendo ao leitor que ele teme pela sua vida. Sim, numa conversa do narrador com o leitor, ou do personagem com o leitor, mostrem a insegurança, o medo do personagem. Explorem tudo através das figuras de linguagem, escolham um título chamativo, façam valer as ferramentas literárias que moram nos confins de tantas escritas.
Criar dois contos tendo o cuidado de empenhar emoção nos textos.
TAREFA 1: “Uma mulher faz inquietas descobertas por meio de linhas telefônicas cruzadas”
TAREFA 2: Um homem de negócios está em viagem, quando sofre um mal súbito e perde a memória.
IN MEDIAS RES: In medias res é uma frase latina que significa “no meio das coisas”. Na escrita, usamos esse termo para descrever uma história que começa no meio da ação, sem o preâmbulo de uma introdução. O impacto imediato no público provoca a emoção que o fará seguir adiante. O narrador colocando o leitor no centro da ação, ele emprega uma sensação de urgência tornando a narrativa mais imersiva. É uma estratégia poderosa para cativar o público. Muito diferente das histórias que seguem uma sequência linear de cronologia.
Ilíada de Homero, já começa no meio da Guerra de gregos e troianos. Odisseia, o poema começa 10 anos após a Guerra de Troia, com o protagonista, Odisseu, sendo mantido em cativeiro pela deusa Calipso. O resto da história é contada em flashbacks, que exploram os acontecimentos que levaram à cena de abertura.
1. Comece pelo meio. Escolha um momento culminante, conflito, discussão, briga, revelação – qualquer coisa que indique que alguma cadeia de eventos ocorreu neste mundo antes do momento crucial.
2. Injete sua história de fundo. Se você começar sua história no meio, o público eventualmente precisará saber quem são esses personagens e o que está acontecendo. Informações relevantes podem ser fornecidas por meio de flashbacks, fluxos de pensamento, alteração da voz do narrador, ou por meio de diálogo - mas há um equilíbrio que todo escritor deve encontrar ao fornecer informações suficientes ao leitor para que ele entenda a situação atual sem despejar um tesouro de conhecimento sobre ele.
3. Torne isso urgente. A cena que você escolher para iniciar deve ser um momento crucial e de alto risco para os personagens principais de sua história e deve fazer parte integrante do enredo. Provoque o leitor, deixe-o ansioso imaginando como e por que aconteceu, e ansioso também para saber se tudo vai dar certo para os protagonistas.
TAREFA 1: Um segredo que gera ganância, desconfiança, e um crime.
TAREFA 2: Uma pessoa está desaparecida, ela foi sequestrada, e isso gera tumulto familiar e empresarial.
As emoções humanas nos ajudam a lidar com a vida cotidiana, permitindo-nos comunicar ou demonstrar o que sentimos em relação a certas situações, pessoas, fatos, pensamentos, sentidos, sonhos e memórias.
Muitos psicólogos acreditam que existem seis tipos principais de emoções, também chamadas de emoções básicas. Eles são: felicidade, raiva, medo, tristeza, desgosto e surpresa. A felicidade é a nossa reação ao positivo, assim como o desgosto é o revoltante e a surpresa é o inesperado. Da mesma forma, reagimos à aversão por meio da raiva, ao perigo por meio do medo e à dificuldade ou perda por meio da tristeza.
Todas as outras emoções são variedades de emoções básicas. Depressão e luto, por exemplo, são variedades de tristeza. O prazer é uma variedade de felicidade, e o horror é uma variedade de medo. De acordo com psicólogos, as emoções secundárias se formam combinando graus variados de emoções básicas. Assim, surpresa e tristeza produzem decepção, enquanto nojo e raiva produzem desprezo. Múltiplas emoções também podem produzir uma única emoção. Por exemplo, raiva, amor e medo produzem ciúme.
Cada emoção é caracterizada por qualidades fisiológicas e comportamentais, incluindo as de movimento, postura, voz, expressão facial e flutuação da taxa de pulso. O medo é caracterizado por tremores e aperto dos músculos. A tristeza aperta a garganta e relaxa os membros. A surpresa é uma emoção particularmente interessante, caracterizada por olhos arregalados e queixo caído, que dura apenas um momento e é sempre seguido por outro tipo de emoção.
Com os personagens literários, não é diferente. Eles têm reações reais aos conflitos, e essas reações são gatilhos emocionais que promovem a sequência da história.
Aqui apontamos algumas delas para ajudar o escritor no desenvolvimento emocional do personagem:
Apatia / Ansiedade / Tédio / Compaixão / Desprezo / Êxtase / Empatia / Inveja / Medo / Constrangimento / Euforia / Perdão / Frustração / Gratidão / Mágoa / Culpa / Ódio / Esperança / Horror / Saudades / Histeria / Amor / Paranoia / Piedade / Prazer / Orgulho / Raiva / Arrependimento / Remorso / Simpatia...
Hoje, porém, falaremos apenas do MEDO, emoção que atribuiremos ao nosso protagonista na história que será criada em sala:
O medo é a reação emocional a uma fonte real e específica de perigo. Um mecanismo de sobrevivência, o medo está geralmente relacionado a uma apreensão em relação à dor. O medo severo é uma reação ao perigo terrível que se aproxima, e o medo trivial ocorre como resultado de um confronto que não representa uma ameaça significativa. Os graus de medo variam de uma leve cautela à paranoia. O medo pode afetar a mente inconsciente por meio de pesadelos.
O medo é muitas vezes confundido com a ansiedade, que é uma emoção muitas vezes exagerada e vivenciada mesmo quando a fonte do perigo não está presente ou tangível. Embora o medo esteja ligado à ansiedade e a outras condições emocionais, como paranoia e pânico, é uma emoção separada por si só.
Os psicólogos descobriram que o medo pode ser ensinado. Por exemplo, as crianças podem ser condicionadas a temer certas coisas. Além disso, acidentes acendem medos. Uma criança que cai em uma piscina e luta para nadar pode desenvolver um medo de piscinas, natação ou água.
Em casa nova história será criada, e o protagonista reagirá com RAIVA: (pesquisar mais)
A raiva é a emoção que expressa aversão ou oposição a uma pessoa, ou coisa que é considerada a causa da aversão. Os psicólogos consideram a raiva uma emoção natural necessária para a sobrevivência. A raiva pode trazer melhorias comportamentais; no entanto, a raiva descontrolada pode causar problemas sociais e pessoais.
Os psicólogos dividem a raiva em três categorias. Um tipo de raiva é uma reação instintiva a ser preso ou ferido. Outro tipo é uma reação à percepção de ser intencionalmente prejudicado ou maltratado por outros. O terceiro tipo de raiva, que inclui a irritabilidade, reflete os traços de caráter pessoal de um indivíduo.
A raiva às vezes é exibida por meio de atos agressivos repentinos e evidentes. Um indivíduo incontrolavelmente zangado é suscetível a perder a capacidade de fazer julgamentos sensatos e agir com responsabilidade. A raiva extrema é obviamente autodestrutiva, assim como a raiva que não é expressa externamente e mantida internamente. A raiva é muitas vezes mal utilizada por indivíduos que agem com raiva como um meio de manipular os outros.
Todos os textos devem ser enviados por e-mail para:
oficinadetextosescreviver@gmail.com
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