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MATERIAIS DE TODAS AS AULAS

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RESILIÊNCIA

19/11/2024





RESILIÊNCIA: substantivo feminino

  1. 1.

física

propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica.

  1. 2.

figurado

capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças.


Tenhamos como modelo de luta interior, de resiliência, o que aconteceu com o ator Jeremy Renner:



Há 1 ano e meio, o ator Jeremy Renner sofreu um acidente. Ele estava removendo a neve da sua rua e, ao sair do equipamento, não puxou o freio. Para que o equipamento, que pesava mais de 30 toneladas, não atingisse seu sobrinho, ele se adiantou e foi atropelado.

Quebrou 38 ossos, teve pulmão perfurado, um dos olhos escapou da cavidade ocular, além de perder muito sangue. Na época, diante da gravidade do paciente, ele foi desenganado pelos médicos. Alguns dias depois, diante de sinais de recuperação ínfima, os médicos disseram que ele jamais andaria, e se andasse, não correria.

No entanto, dentro do paciente havia um lema: “entre a morte e a vida, eu escolho viver”. E assim, dia após dia, ele foi mostrando força, determinação, garra… resiliência.

Hoje, ele tem placa de titânio pelo corpo, parafusos e múltiplas marcas de cirurgias. Além disso, ele tem a vida pela qual lutou desde o primeiro segundo depois do acidente.

A resiliência foi o seu mote. Veja o vídeo abaixo:

Vamos criar um personagem resiliente?

Coloque-o em situação de risco e faça-o lutar para ganhar a vida, o sucesso ou resgatar pertences. 







O PASSADO DO PRESENTE

12/11/2024


Antes de mais nada, não comece uma história com toneladas de detalhes ou informações, será muito difícil envolver o leitor e arrastá-lo para o mundo de sua história. É muito curioso quando a história abre com uma cena dinâmica, como o modelo abaixo.

A história de fundo influenciará tudo o que acontece em sua narrativa, desde os eventos da trama até as motivações de seu personagem. E, até mesmo, a capacidade do autor de gerenciar seu subtexto temático. Será o passado do seu personagem que influenciará quem ele é no presente (família, hábitos, amigos, trabalho, formação, lembranças).

As experiências passadas de um personagem contribuem para sua visão de mundo atual, medos, valores e objetivos. É o que forma um contexto de história e significado, por meio de flashbacks, pensamento interno ou exposição para revelar o que aconteceu no passado. Na narrativa, é como se cada instante da história de fundo interrompesse o impulso da história. Preste atenção: O passado do personagem ajuda o escritor a guiar-se pela história e cria tentáculos para novos ganchos.

Aproveite o texto abaixo e crie sua história, sabendo que esse trecho é uma história de fundo, um pedaço do passado do seu personagem principal:

Ela correu desenfreadamente para o píer, àquela hora da madrugada. “Não posso perdê-lo, preciso impedi-lo de partir” — pensava aturdida, enquanto a lua era sua única companheira. A respiração sôfrega a impedia de ir mais rápido, a gestação tão adiantada pedia cautela. Até que uma dor a abateu de pronto quando viu lá adiante o barco de Zack já em alto-mar…” É o nosso fim! ” — Chorou Helena…




NOVE ANOS DE SILÊNCIO.

05/11/2024



TAREFA: Abaixo há a sinopse de um conto. A história precisa ser finalizada. E, é claro, esse texto (abaixo) ainda carece de subtextos, fluxo de pensamento, figuras, estratégia de enredo, etc.

 

Bento Di Lucca, é italiano, tem hoje 56 anos. Em 2015, seu automóvel desgovernado rolou pela ribanceira que dava no mar. O homem foi lançado para fora do veículo, pelo vidro frontal, e o carro, já em chamas, explodiu espirrando os destroços no oceano. 

Bento ficou enroscado na encosta. Como estava sozinho naquele trecho de estrada, ninguém viu o automóvel cair. Não fosse a explosão, seria impossível calcular que um homem estaria entalado numa fenda da rocha.

Ele sofreu inúmeras fraturas importantes. Foi socorrido após horas, devido à dificuldade de acesso.  Estava vivo, mas inconsciente. Foi levado para o hospital, passou por dezenas de cirurgias, mesmo desacordado. O estado de coma o manteve em silêncio por longos nove anos.

Quando voltou do estado de coma…






UM TEXTO DE MÃO CHEIA!

29/10/2024



Crie uma história de alguém muito rico, avarento. Um dia descobrem que...Ele começa a ter prejuízos financeiros e emocionais.... Tem que recorrer à ... etc.

Empregue algumas expressões sobre a MÃO de maneira contextualizada.

Nunca esqueça das ferramentas literárias.



Os diferentes sentidos da palavra MÃO, locuções e

 Expressões diversas:

 

1.  À MÃO ARMADA - com uso de arma

2.  ABRIR MÃO - renunciar a alguma coisa

3.  AGUENTAR A MÃO - suportar, esperar

4.  APERTAR AS MÃOS - cumprimentar, consolidar um acordo

5.  BAIXAR A MÃO - surrar alguém

6.  BOTAR A MÃO NA CONSCIÊNCIA - refletir

7.  CAI NAS MÃOS - estar sujeito ao poder de alguém

8.  CARTAS NA MÃO - poder de decisão

9.  COM A MÃO NA BOTIJA - no flagrante

10.             COM MÃOS ABANANDO - mãos vazias

11.             COM UMA MÃO NA FRENTE E OUTRA ATRÁS - sem mais nada, sem recursos

12.             DAR A MÃO À PALMATÓRIA - deixar-se convencer

13.             DAR AS MÃOS - unir-se uns aos outros

14.             DAR UMA MÃOZINHA - ajudar socorrer.

15.             DE MÃO BEIJADA - de graça, fácil

16.             DE MÃO EM MÃO - passado para as mãos de cada um

17.             DE MÃOS ATADAS - estar impedido de agir

18.             DE SEGUNDA MÃO - algo já usado, batido

19.             DEITAR A MÃO - bater em alguém ou em algo

20.             DEIXAR DE MÃO - abandonar, ignorar

21.             EM BOAS MÃOS - em mãos de pessoa indicada  

22.             EM MÃOS - presencialmente, pessoalmente

23.             EM PRIMEIRA MÃO - aquilo que ninguém usou antes

24.             ESTAR NAS MÃOS - estar sob domínio de alguém ou de alguma coisa.

25.             FAZER MÃO BAIXA - apoderar-se de algo que não lhe pertence, roubar

26.             FEITO A MÃO - feito com o uso das mãos, manufaturado

27.             FICAR NA MÃO - ficar sem nada ser prejudicado.

28.             LANÇAR MÃO - fazer uso de alguma coisa, usar

29.             LAVAR AS MÃOS - eximir se de alguma culpa.

30.             LEVANTAR AS MÃOS PARA O CÉU - agradecer o que tem

31.             MÃO ABERTA - permissivo

32.             MÃO CHEIA - Ótimo, perfeito, completo

33.             MÃO DA JOGADA - rodada completa que se joga cada vez que se distribuem as cartas

34.             MÃO DE DEUS - interferência divina

35.             MÃO DE FERRO - firmeza, tirania, autoridade, intransigência

36.             MÃO DE GENGIBRE - pele enrugada e murcha

37.             MÃO DE ONZE - fase ou período de aperto / hora de decisão

38.             MÃO DE PADRE - preguiçoso, malandro.

39.             MÃO DE SENTIDO - sentido, direção dos veículos

40.             MÃO DE VACA - avarento, pão-duro.

41.             MÃO DUPLA - dois lados de sentido dos veículos

42.             MÃO LEVE OU MÃO DE VELUDO - ladrão

43.             MÃO NA MULA – brincadeira infantil

44.             MÃO OU DEMÃO - camada de tinta na parede

45.             MÃO-BOBA - mão utilizada com intenções libidinosas

46.             MÃO-DE-OBRA - executar uma obra

47.             MÃO-FRANCESA - peça de apoio de uma bancada, escora.

48.             MÃO-FURADA - deixa cair tudo que segura

49.             MÃOS DE FADA - mãos delicadas

50.             MÃOS LARGAS - generosidade

51.             MÃOS-LIMPAS - sério, honesto

52.             METER A MÃO EM CUMBUCA - envolver-se em confusão.

53.             MOLHAR A MÃO - subornar.

54.             NÃO TER MÃO DE SI - não conseguir controlar-se

55.             PASSAR A MÃO NA CABEÇA - perdoar.

56.             PEDIR A MÃO - Pedir a mão de alguém em casamento.

57.             PÔR A MÃO NA MASSA - trabalhar executar alguma coisa

58.             PÔR A MÃO NO FOGO - confiar responsabilizar-se.

59. SAIR NA MÃO - brigar, ir às vias de fato.


e outras expressões...




 QUEM É MEU PATRÃO?

14/10/2024



Construa a história de uma empregada doméstica observadora, desconfiada, que espreita tudo e todos na residência onde trabalha, pois algo parece anormal naquela casa.

Diante de certos vestígios, de sinais cada vez mais claros, ela constata que o patrão não é quem ele diz ser.

Sinais: conversas ao telefone / redes sociais que ficavam abertas / documentos que chegavam endereçados para outro nome / pessoas que chegavam procurando sicrano, e o patrão o recebia…

Intrigada, ela procurou Duda, o filho adolescente do patrão, um garoto rebelde que não se dava bem com o pai, e conversou com ele sobre sua desconfiança. “Acho que tem um estranho se passando por seu pai, Duda!”. O jovem, que já havia percebido estranhezas, resolveu auxiliá-la na investigação.

E, eis que descobriram que…

 

** 


Cuide para a narrativa ser rica, 

cheia de emoção, enredo cativante.

Empregue as ferramentas de escrita que você conhece.

Releia o texto em voz alta.



Evite

  1. Descrição pobre e forçada, e desnecessária.
  2. Diálogos sem personalidade, e sem necessidade.
  3. Falta de harmonia entre os parágrafos. 
  4. Indecisão sobre aplicação da primeira ou terceira pessoa. 
  5. Personagens frágeis, sem atitudes, empurrados pelas frases e não pelas ações, pela empolgação.
  6. Parágrafos longos.
  7. Nomes parecidos para os personagens (Humberto e Alberto - por exemplo).







UM NATAL BEM DIFERENTE

08/10/2024



TAREFA: CONTE A HISTÓRIA DO PERSONAGEM ABAIXO, REVELE O QUE ACONTECEU QUE ILUMINOU SUA VIDA NAQUELE NATAL:

Temos um protagonista idoso que mora sozinho na mesma casa onde nasceu.

Seus pais faleceram após anos sob cuidados do protagonista. O lugar era ermo, os vizinhos ficavam a alqueires de distância. Era católico, acreditava que passara por um fardo, mas que um dia seria recompensado pelo amor dedicado aos pais. Ele andava devagar e lia a maioria dos dias, quando não, caminhava pelos pastos vazios. Às vezes pescava na lagoa, o que sempre lhe rendia peixes para o jantar. Raramente, tinha alguém para conversar sobre uma ou outra tarefa do campo. Tudo que precisava comprar, pedia pelo telefone e entregavam à sua porta.

Nunca pensara em se casar, ter filhos, e isso agora o torturava. Nunca tivera tempo para coletar amigos. Passava aniversários, natais, festejos, sempre sem nenhuma companhia. Com os anos que já lhe pesavam, a solidão o abatia, sentia-se cada vez mais fraco, sem perspectivas.

A angústia de mais um Natal solitário foi tomando conta dele. Sintomas depressivos já apareciam, choros involuntários, insônia, medo do amanhã. Este Natal queria que fosse diferente, divertido, com muitas vozes e risos, crianças correndo pelos pastos. Então, algo fantástico lhe ocorreu, quando ele resolveu pedir algo inusitado pelo telefone...

PARA QUEM ELE TELEFONOU?

QUAL FOI SEU PEDIDO?

COMO TERMINA ESSA HISTÓRIA?






PERSONIFICAÇÃO – OS SAPATOS

01/10/2024





Temos trabalhado intensamente com personagens humanos, e sempre nos deparamos com o fator emocional do personagem.

É certo que o autor que valoriza os sentimentos do protagonista, sai ganhando olhares da plateia.

Nosso protagonista de hoje é um sapato, ou um par deles. Mas não será um sapato qualquer, eles pertencem a alguém em especial, eles têm certa serventia.

Há de se valorizar aqui os sentimentos dos sapatos, o lado emocional deles, o senso de responsabilidade que eles têm (ou não), a vida útil, o momento do desapego, os sapatos mais caros que têm lugar especial nas vitrines, os mais fortes que vão para as guerras, os mais delicados para as senhorinhas, os mais macios para as criancinhas...

 

TAREFA: Criar uma história do ponto de vista dos sapatos. Se o dono dos sapatos for um executivo. Se for um adolescente jogador de basquete. Se for uma senhora da alta sociedade. Se for um roceiro de sol a sol. Se for uma mulher da periferia. Se for uma criança que está aprendendo andar, ou um soldado num campo de intensiva batalha. Ou outros sapatos que vierem à sua mente.

 

Solte-se, sinta o que sentem os sapatos.


**** 


personificação é uma figura de linguagem também chamada de prosopopeia, consiste em atribuir características humanas a animais ou objetos inanimados. No artigo a seguir explicaremos com mais detalhes do que se trata esse recurso estilístico da língua.

 

O que é personificação?

 

A personificação é um recurso estilístico também chamado de prosopopeia em que são atribuídas características humanas a entes não humanos. Também podem ser atribuídas ações típicas de seres humanos a esses objetos inanimados ou animais. 

Esse recurso linguístico pode ser conferido a objetos inanimados ou animais. Trata-se de uma figura de linguagem classificada como figura de pensamento. Por ser um recurso que confere estilo à escrita, está presente em contos, prosas e textos publicitários. 

A personificação pode ser usada como forma de gerar um efeito lírico ou cômico na produção textual. É aplicada a desenhos animais e quadrinhos por meio de personagens personificados. 

 

Confira exemplos de personificação

 

Na linguagem artística, a personificação é amplamente usada para expressar histórias, conceitos e características humanas por meio de entes não humanos. Abaixo listamos alguns exemplos do uso dessa figura de linguagem para ficar mais claro do que se trata. 

Exemplo 1: 

·         A virtude é preguiçosa e avara, não gasta tempo nem papel; só o interesse é ativo e pródigo.”

Nesse trecho do conto “A cartomante”, de Machado de Assis, a virtude e o interesse ganham características humanas. A primeira é referida como “preguiçosa” enquanto o último é definido como “ativo”. 

Exemplo 2: 

·         O dia acordou feliz.

Nessa frase é atribuída uma ação tipicamente humana (acordar) para o “dia” que é um substantivo inanimado. 

Exemplo 3: 

·         O gato sorriu para o vizinho.

Perceba que essa frase atribui uma ação humana (sorrir) para um animal (gato). Essa é uma forma de personificar o gato. 

Exemplo 4: 

·         Naquela noite a lua beijou o céu.

Novamente uma ação humana (beijar) é atribuída para um objeto inanimado. 

Exemplo 5: 

·         Assim que a erupção do vulcão começou, o fogo passou a dançar entre as casas. 

O fogo (inanimado) recebe a atribuição de uma ação humana (dançar). 

Exemplo 6:

·         A lua, tal qual a dona de um bordel / Pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel”

Trecho da canção “O bêbado e a equilibrista”, composição de João Bosco e Aldir Blanc. Na música, há o uso da personificação, pois se diz que a lua pede um brilho de aluguel às estrelas. Tanto a lua quanto as estrelas são astros inanimados a que se atribuem ações humanas para gerar efeito lírico. 

Algumas considerações do blog Exag





AMOR DE PEDRAS, CONCRETO, 

MÁRMORE OU GRANITO

 24/09/2024


O AMOR nas artes construtivas.

Que dure para sempre!


A varanda de Julieta, em Verona: A famosa tragédia de Shakespeare Romeu e Julieta é um dos amores proibidos mais famosos da literatura universal e fica perpetuado com a arquitetura de um balcão de um sobrado na bela Verona, onde ocorrem os conflitos entre os Montéquio e os Capuleto



Taj Mahal, uma história de amor palacianaFruto de uma romântica história de amor, considerado uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno e declarado Patrimônio da Humanidade, o Taj Mahal, na Índia, data do século XVII. Um presente, símbolo do amor do imperador mongol Xá Jeã à sua mulher Mumtaz Mahal.



O palácio de Mirabell e a história de amor mais famosa da Áustria: Uma enorme escultura de estilo barroco nos jardins do palácio de Mirabell, situado junto ao rio Salzach e rodeado de belos jardins, o palácio, é um dos monumentos mais importantes de Salzburgo. O edifício foi construído em 1606 por ordem do príncipe-arcebispo Wolf Dietrich para servir de residência de sua amante Salomé Alt, com quem teve 15 filhos.



O templo de Nefertari e a paixão nos tempos dos faraós: É um dos monumentos mais famosos do Antigo Egito. Nefertari foi uma das poucas esposas de faraós que conseguiram ter um templo à altura dos grandes governadores do Antigo Egito, pois, até esse momento, esse tipo de construção era dedicada apenas aos homens.



Sweetheart Abbey e um coração viajante: Sweetheart Abbey, uma abadia que esconde uma história de amor e, também, uma tragédia

Escócia abriga outros destes monumentos sustentados pelos pilares do amor. Para conhecer sua história, temos que viajar ao século XIII, quando a mãe do Rei João da Escócia perde seu esposo. Lady Dervorgilla, atormentada pela morte de João Balliol, ordena embalsamar o coração do marido para poder levá-lo consigo a todos os lugares em um cofre de mármore. 

Lady Dervorgilla ordena construir a abadia de Sweetheart Abbey onde, como último desejo, decide ser enterrada junto ao coração de seu amado. Uma história triste e repleta de melancolia, mas, ao mesmo tempo, movida pela união de duas almas gêmeas. 




As cruzes de Leonor e a tristeza de um rei: Réplica de uma das cruzes de Leonor no exterior da estação de Charing Cross, em Londres

Leonor de Castela, filha de Fernando III, o Santo, foi rainha consorte da Inglaterra pelo seu casamento com Eduardo I. Quando Leonor morreu, em 1290, a procissão fúnebre transportou seu corpo de Harby até Londres para ser enterrada na abadia de Westminster.

O monarca, triste por sua perda, mandou construir uma cruz comemorativa em cada um dos lugares onde a procissão real parou para descansar. Essas são as chamadas cruzes de Leonor. Embora originalmente fossem 12, hoje em dia apenas restam três delas, a de Geddington, Hardingstone e Waltham.


Através da arte, o amor foi registrado nas ruas, praças, nas pinturas, na arquitetura do mundo, e chegou aos cemitérios em São Paulo.



O último adeus - o amor que nunca morre: Como diz o escritor José de Souza Martins: “Uma das obras mais comentadas no campo da arte tumular paulistana é a obra”O Último Adeus”, de Alfredo Oliani, no Cemitério São Paulo.

Muitos a consideram uma proclamação de erotismo estético, até mesmo uma ousadia profunda e indevida na arte funerária paulistana... Enganam-se. Ali é o túmulo de Antônio Cantarella, falecido nas antevésperas do Natal de 1942, com 65 anos, e de sua esposa, Maria Cantarella, dez anos mais moça. Ela faleceria muitos anos depois do marido, em 1982.

Os dizeres inscritos na pedra do túmulo, quando de seu falecimento, informam que “aqui repousa Maria Cantarella ao lado de seu inseparável e amado esposo…”. Quando da morte do marido, mandara ela própria esculpir na pedra fria estas palavras calorosas e apaixonadas: “Ó Nino, meu esposo, meu guia e motivo eterno de minha saudade e de meu pranto. Tributo de Maria”. É como se ela fizesse questão de apresentar aos passantes anônimos o homem de sua vida, apresentando-se a si mesma assim tão exposta na imortalidade de seu amor...” .

No Blog, você verá as imagens dos itens citados, além de outras.

TAREFA: Um amor que não acaba com a morte, e nem depois dela, que fica perpetuado de alguma maneira, que fica exposto em forma de escultura, de tela, de música, de jardim...

Conte a história de um amor que perdurou além da vida. 



Origem das imagens e parcial dos textos: civitatis.com - e Crônicas de José de Souza Martins


PRIMEIROS PASSOS DE UMA PEÇA TEATRAL

17/09/2024



PRINCIPAL PERSONAGEM: SEU BRUCK - Um velhinho, que há mais de cem anos nasceu num país (ou cidade) que já não existe mais. Sua terra, vítima de uma guerra quando foi quase liquidada, e depois de um tsunami, quando finalmente desapareceu do mapa.

Esse idoso cheio de histórias instigantes de um lugar que não existe, que ninguém ouviu falar, e que não consta dos mapas, nem dos livros, guarda algumas notícias de jornais, fotografias, eventos de festejos de sua cidade de quando ainda era moleque, e um velho mapa, e lá está a terra dele.

Ele fica sabendo (não se sabe como) que está sendo procurado por organizações internacionais, então não frequenta eventos, nem tem conta no banco. Por que estariam procurando SEU BRUCK? Quem estaria procurando por ele? Por que ele se esconde?

Ele é um sujeito curioso, tem a personalidade de homem irritadiço, porque tem um grau de surdez muito elevado e precisa pedir sempre para repetirem o que lhe dizem. Ele também anda com dificuldade, mas luta para não demonstrar, e assim se esforça para ir e vir. Usa uma lupa de grau altíssimo para leitura. Apesar da idade, e de tantas dificuldades físicas, ele tem uma voz bem postada. É culto, fala da história que viveu, fala de pessoas importantes que não estão mais na terra, de façanhas de homens heróicos, de inventos mirabolantes. 


***

Temos aí um personagem para fazer parte do nosso trabalho de hoje.

Não se prenda a apenas um fato da vida dele, revele situações, traços, dinâmicas desse personagem. Utilize o DISCURSO DIRETO, isto é, empregue muitos diálogos, movimentos corporais, expressões faciais (linguagem corporal e gestual).

Trabalhe uma peça teatral para ser encenada. Lembrando que, assim como no conto, a peça precisa de INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E DESFECHO. 

O texto dramático não requer narrador. Ele se guia através dos diálogos, e das rubricas.

As indicações, ou orientações que o autor oferece ao ator, chamamos de RUBRICA, e essas indicações vêm em itálico ou entre parênteses.



Por exemplo:

PERSONAGENS:

Seu Bruck

Nair

Nando

Primeiro ato

(Homem idoso arrasta o chinelo de couro até a poltrona do alpendre onde senta à espera de passantes. O calor o incomoda, ele enxuga o suor da testa com frequência).

(Como não enxerga bem, força a vista para identificar a voz feminina que está cantarolando.)

NAIR: Pisa na fulô, pisa na fulô. – (cantarola a vizinha enquanto pendura roupas no varal do quintal).

SEU BRUCK: (estica o ouvido para lado da voz que ouve) - Logo cedo e esse calorão de assar de um boi, hein Nair!

NAIR: (Ela olha para ele, e sorri) - É bom pra secar minha roupa, Seu Buck – (Ela se lembra de algo, vira para ele, se aproxima do muro) – O Nando, meu filho, disse que na aula de história que ele teve ontem, citaram um tal Cavaleiro Branco que viveu na sua terra. (Levanta as sobrancelhas). Quer dizer, então sua cidade existiu mesmo?

SEU BRUCK: (fica irritado, se ergue da cadeira num ímpeto, e grita muito bravo) - Mas é isso, a senhora acha que minto! Onde já se viu! – (Franze a testa e enxuga imediatamente o suor) – (senta-se devagar e amansa a voz demonstrando curiosidade) - O que falaram sobre o Cavaleiro? O povo de hoje não sabe nada dele.

 

A história não será uma história curta, mas será cheia de viços por conta da dinâmica desse homem, dos segredos da vida dele, e do gênero literário.

Sua história deverá ter até 3 episódios (atos). Cuide para ser intrigante, atraia a curiosidade do leitor.


Submeteremos os melhores textos aos olhares da Christiane do teatro do clube.


Para inspirá-los, aqui estão 2 vídeos de países que não existem, ou será que existem?
















UMA LOUCA NA MINHA HISTÓRIA

10/09/2024



Essa mulher entrará na sua história.

Os temas que você abordará para que a mulher participe, podem ser qualquer um abaixo (ou outro de sua criação):

1.  O stress do meu novo emprego, e a mulher que gritava na calçada.

2.  Desesperador, fui buscar meu filho na escola e ele já tinha ido embora com outra pessoa.

3. Quando o Papai-Noel chegou no meu prédio, com as duas renas, caixas de presentes, sacos de cetim vermelhos, meninas-Noel-ajudantes, e deram com ela no portão.

Preocupe-se com as ferramentas literárias. Insira figuras de linguagem. Dinâmica dos personagens. Descrições.





PROJETO MEU CONTO ESMIUÇADO 
03/09/2024

Selecionamos um conto de cada um para ser "esmiuçado".

Para o texto que será realizado em sala, cada um de vocês recebeu um destino para o personagem.

Há uma aula que deverão preparar sobre o conto em questão, mas a data para essa aula, ainda não foi fixada:


A SEGUNDA BALA PERDIDA –

 ADRIANA FROSONI

COLOQUE SUA PERSONAGEM, dona Florinda, de alguma forma em uma notícia famosa, por exemplo: incêndios provocados no interior de SP.

A SEGUNDA BALA PERDIDA

 Adriana Frosoni

 

Por um período morei no bairro Bela Vista, mais precisamente no Bixiga, região de São Paulo muito movimentada de dia e de noite. Sempre me lembro de uma senhora que ficava na janela do primeiro andar de um predinho antigo observando tudo o que se passava na rua. Todos a conheciam de vista, inclusive eu, que nunca guardei nomes e já nem os perguntava mais, e apenas a apelidei de Dona Florinda, em referência à personagem do programa do Chaves que também usava um lenço na cabeça.

Ela dava palpite em tudo que acontecia lá embaixo e sempre acabava por puxar papo ou, menos frequentemente, briga com alguém. Se bem que era total insensatez de quem se atrevesse a brigar com Dona Florinda, depois disso a única solução seria não passar mais por ali e não dar brecha para continuar a desavença. Ela se recolhia tarde, depois das 22 horas, sempre que o caminhão do lixo entrava na rua, vindo lá da Brigadeiro Luiz Antônio. Dizendo que não gostava do barulho dele fechava a veneziana com força, como se quisesse ofender o caminhão ou avisar a todos que acabara seu expediente.

Num dia qualquer, que eu estava voltando do trabalho, parei para perguntar-lhe sobre a origem de uma perfuração que havia na veneziana de sua janela e ela me pareceu muito feliz em poder contar. Disse que a inquilina anterior havia saído do imóvel por conta do tal incidente: uma bala perdida. Riu-se da medrosa porque considerava que quando era chegada a hora da pessoa não tinha o que a salvasse, se não, não havia bala que a acertasse. Adicionou mais alguns detalhes à história e gargalhou gostosamente ao final, como sempre fazia, e quando me despedi continuou a resmungar a mesma história na esperança de um outro transeunte ouvir e puxar papo.

Bastante tempo depois, estranhei quando vi a janela fechada. Ninguém sabia o motivo e passei a observar mais atentamente: o sumiço de Dona Florinda foi definitivo. Intrigada, parei para observar o lugar que ela ficava e percebi que agora havia duas perfurações na janela. Nunca soube se ela havia se ferido, passado dessa para melhor ou simplesmente se mudado. Nem tive certeza de que foi uma segunda bala perdida que a tirou de lá e lamentei que o predinho não tivesse um porteiro para me informar. Senti falta dos resmungos e principalmente das gargalhadas, mas com o tempo me acostumei. Lembrei do que ela me disse sobre a hora de cada um e, do fundo do coração, desejei que não tivesse chegado a hora dela.


***

A VIAGEM SEM VOLTA – 

Ana Maria Pinto

COLOQUE SEU PERSONAGEM, ANTONIO, de alguma forma, numa situação diferente. Por exemplo: De repente ele se vê numa dessas viagens internacionais, indo para uma entrevista importante, quando o avião tem que desviar da rota, e seu personagem tem que pousar num lugarejo minúsculo. 

A viagem sem volta

Ana Maria Pinto

 

Antonio, desde muito novo, se deslocava de país em país, por força de trabalho ou porque a falta dele o fazia mudar de lugar. Era bem recebido, mas havia sempre algo, nas pessoas que o recebiam, que o fazia sentir-se “estrangeiro”. Uma vez era o idioma difícil demais para ser aprendido, outra era a culinária exótica que o assustava. Foi assim na China, no México e em outros países. 

Depois de muito rodar, resolveu que iria para o Brasil e que dali não sairia mais, mesmo que essa sensação de estrangeiro se mantivesse.

 No Brasil foi muito bem recebido, estranhou, pensou que isso seria um cenário bem restrito. No entanto, o tempo foi passando, ele foi se integrando, tanto que até se esqueceu do seu trauma. Até que lhe veio um convite para regressar à sua terra de origem, ele percebeu que não queria ir e que finalmente encontrara o seu lugar.

 


***

PEDRO JOSÉ, O MENINO DE

 MOÇAMBIQUE – 

ANTONIA

 MARCHESIN GONÇALVES 

COLOQUE SEU PERSONAGEM, PEDRO JOSÉ, de alguma forma em um CONTO DE FADAS. Por exemplo, ele participaria do Conto da Bela Adormecida, ou Chapeuzinho Vermelho.


PEDRO JOSÉ, O MENINO DE MOÇAMBIQUE

ANTONIA MARCHESIN GONÇALVES 

 

                No avião Pedro José sentia-se emocionado, estava pousando em sua terra natal, Moçambique. Lembrou-se de quando pequeno com seus irmãos, pés descalços brincando no quintal com a bola que a mãe havia feito com meias velhas e barbante. Moravam na periferia, num casebre simples, com fogão de lenha, onde a mãe cozinhava a pouca comida que o pai trazia. Trabalhava duro como mineiro, eram felizes e unidos. Lembrou-se dos primeiros dias na escola, um caderno e um lápis, ansioso para aprender a ler e escrever. A escola era feita de barro e sapé, com muitas crianças de vários tamanhos, sem acomodação para todos, ele sentava no chão, mas nunca deixava que isso o impedisse de fazer a lição ou que faltasse nas aulas.

                Lembra também que foi através da sua vontade de aprender que chamou atenção de um casal de médicos voluntários italianos, que se encantaram com ele. Iam todos os dias na escola para dar vacinas ou saber se alguém faltara e logo se inteiravam do porquê e tentavam ajudar. Júlio e Giordana, os médicos, passaram a frequentar a casa de Pedro e ficaram amigos dos pais dele, a ponto de os convencerem a deixarem que a educação do menino fosse responsabilidade deles. Para isso conseguiram a autorização para levá-lo a morar com eles na Itália. A partir daí o mundo mudou para Pedro. Chorou quando soube, tendo apenas dez anos, mas, lembra bem quando eles sentaram em volta dele com seus pais, ele sentiu que era a chance de poder estudar para um dia ajudar a família, foi convencido.

                Os pais italianos eram carinhosos, proviam de tudo, sentia-se como um filho verdadeiro. Sempre que podiam nas férias iam ver a família e levavam provimentos de toda espécie, nunca mais passaram necessidades. Pedro formou-se médico, fez pós-graduação, tornou-se um homem bonito, alto, com bom gosto ao vestir-se. Logo ficou famoso na cidade de Milão, onde moravam. Assediado pelas mulheres, dizia que não queria nada sério até cumprir a missão de dar melhores condições aos pais e irmãos, assim o fez. Comprou casa mais centralizada, pagou os estudos dos irmãos e tirou o pai da mina, conseguindo uma pensão.

                Júlio e Giordana tinham orgulho do seu filho e o amor era tanto que transparecia quando juntos.

Quando os conheci eram amigos dos meus pais. Eu estudava em Londres, e ao voltar para a Itália e instalar o meu consultório de psiquiatra em Milão, por coincidência, era o mesmo prédio de Pedro. E foi assim que começou nossa história de amor.


 ***


O SEGREDO DO CASTELO – 

LEDICE PEREIRA

COLOQUE SEU PERSONAGEM, DITINHO, de alguma forma, numa situação diferente. De repente ele se vê dentro do navio do Pirata Capitão Gancho, do Peter Pan. 

O segredo do Castelo

Ledice Pereira

 

Aquele casarão escondido no meio de tantas árvores era tido como

Mal-assombrado.

Ditinho tinha sido alertado para não chegar perto dali. Mas quem disse que o menino obedeceu? A curiosidade foi mais forte.

O garoto chamou a turminha de amigos, tão levada quanto ele, e os convenceu a descobrir o segredo do casarão.

Os adultos chamavam de castelo, mas pra ele castelo tinha um monte de torres e era bonito. Aquele era escuro, coberto por uma folhagem que escondia até as janelas.

Munidos de ferramentas que pegaram dos pais, os intrépidos meninos rumaram para lá, chegando bem perto da entrada, pé ante pé.

A casa parecia vazia e, apesar de estarem com medo, tentaram abrir a porta. Rui havia trazido um pé de cabra. Acontece que não tinham força suficiente para usar o instrumento.

Como a janela fosse alta, resolveram fazer uma escadinha humana e Júnior, o menorzinho, foi o último a subir, com a intenção de abrir e pular para dentro. Combinaram que, uma vez lá dentro, ele viria abrir a porta para os outros. Simples assim.

O pequeno, depois de muito, conseguiu pular para dentro, usando uma pequena fresta.

Nunca mais voltou.

Os outros ficaram ali aguardando, aguardando, o dia virou noite e nada.

Os meninos não sabiam como iriam contar para os pais. E o pior, como contariam para os pais de Júnior. Afinal, haviam infringido uma regra familiar e iriam com certeza ser castigados por isso.

 

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O SOCORRO PRECISA SER

 SOCORRIDO – MARIA VERÔNICA

 AZEVEDO

COLOQUE SEU PERSONAGEM, HONÓRIO, de alguma forma, numa situação diferente. Por exemplo: De repente ele se vê refletido no vidro da ambulância e se assusta ao perceber que está com a roupa de um super-herói que pode voar, e que tem muita força. 


O SOCORRO PRECISA SER SOCORRIDO

Maria Verônica Azevedo


         Um dia, ao atravessar a Avenida Nove de Julho, tremendamente movimentada naquele horário, vi, no sentido contrário, uma mulher toda bem vestida que vinha se equilibrando nos saltos dos sapatos altíssimos. Ela não se incomodou em nenhum instante com o risco de atravessar, naquele ponto da via, sem a devida sinalização para motoristas e pedestres. Com feições de alegria plena, ela flutuava pelo trajeto atraindo olhares de todos os lados.

         De repente a anunciada chuva forte despencou, provocando susto e alvoroço. Corri e tratei de me abrigar, embaixo do toldo da loja de óculos. E, de lá, olhei para a tal mulher que, para minha surpresa, ainda não havia completado a travessia. Nem a chuva a apressou.

         Foi quando uma ambulância apontou numa das extremidades da via. Vinha em desvairada corrida, fazendo zigue-zague, com sirene ligada e tudo mais.

         Como a mulher não saía da via e continuava seus passos lentos, o motorista não teve alternativa a não ser desviar abruptamente numa tentativa louca de evitar um acidente fatal. Acabou subindo na calçada e batendo a ambulância no portão de uma bela mansão.

         A curiosidade tomou conta de mim. Deixei meu posto de observação e me aproximei da casa atingida.

         A sequência dos fatos eu descobri numa conversa com a copeira da casa. Foi mais ou menos assim:

         A chuva continuava forte. O estrondo assustou a família que estava à mesa do almoço.

         — Maria! Vá lá fora ver o que foi este barulho! Alarmada, ordenou Consuelo, para a copeira.

         A família composta de pai, Honório, mãe, Consuelo e dois adolescentes, Henrique e Patrícia, continuaram placidamente na mesa do almoço.

         Num instante, Maria voltou aos gritos:

         — Patroa! Derrubaram o portão e parte do muro da frente. Foi a ambulância. Está o maior furdunço. Já juntou muita gente.

         — Ambulância? Como pode ser isso? Honório, eu acho melhor você chamar logo a companhia de seguro. Isso dará dor de cabeça com certeza.

         — Calma, Consuelo. Primeiro vou sair para ver o que houve.

         Os filhos com seus fones de ouvido, de olho no celular, nem estavam percebendo o que estava por vir. Continuaram comendo calmamente.

         Quando o pai se levantou e saiu apressado da sala, deixando seu prato de comida sem terminar, Patrícia tirou o fone de ouvido e perguntou:

         — O que houve? Por que o papai não acabou de almoçar e já saiu?

         Henrique nem se abalava. Estava noutra dimensão.

         — Seu pai foi ver o que aconteceu lá fora. Continuemos nosso almoço com calma. Tudo vai se resolver.

         Lá fora, na calçada, Honório analisava o estrago. O portão estava todo retorcido. Uma das folhas totalmente no chão, ao lado do muro destroçado.

         A ambulância, parcialmente em cima da calçada, tinha a frente destruída. Em pé na calçada, estava o motorista com a testa machucada, o rosto ensanguentado, o uniforme todo sujo, sem saber o que fazer. Um enfermeiro, com uma caixa de socorro aberta na calçada, tentava estancar o sangue da cabeça do rapaz. O médico, que vinha na ambulância para atender um chamado de urgência, estava sentado, no que restou do muro, tentando um contato pelo celular.

         — Alô! Aqui é o Dr. Ovídio. A ambulância se envolveu num acidente com vítimas. Não havíamos atendido ao chamado ainda. Mandem com urgência socorro. Estamos na Avenida Nove de Julho próximo ao cruzamento com a Rua Espéria.

         Com o acidente, o trânsito adquiriu mais lentidão. Os curiosos passavam bem devagar querendo ver o que o ocorrido. O congestionamento inevitável não demorou. Logo o buzinaço. À medida que os curiosos se aglomeravam em torno daquela cena, tudo piorava.

         Afinal, não é sempre que se vê uma ambulância acidentada.



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A MORTE NUNCA SE ENGANA, A

 GENTE SIM – Oswaldo U. Lopes

COLOQUE SEU PERSONAGEM, JOÃO PEDRO, de alguma forma, numa situação diferente. Por exemplo: De repente ele se vê aturdido com o comunicado de sua própria morte.

A MORTE NUNCA SE ENGANA, A GENTE SIM

Oswaldo Lopes

 

       João Pedro parou sua caminhada e perseguinou-se. Em nome do pai… Podia esperar tudo, menos notícia da morte de Antônio Carlos. Tinham a mesma idade, o que só aumentava o choque. Podia ter sido eu… A notícia não falava em acidente, tão comum nestes tempos, mas em longa e consuntiva moléstia.

       Leia-se câncer. Com o que começou a filosofia barata. Entramos neste mundo com data marcada de saída. Não sendo peru, ninguém vai de véspera, a tal filosofia estava ficando muito barata.

       Era uma história comum e até muito frequente. Haviam estudado o secundário no mesmo Colégio. Colégio de padres, classe média, só meninos. Quer dizer, ontem, hoje todos são mistos graças a Deus. A pedofilia é menor, as meninas com sua habitual frescura, de frescor, oh, mal pensantes costumeiros.

       Namoraram a Rita e a Luiza, ele a Rita, Antônio Carlos e a Luiza. Não foi com quem casaram. Fizeram a Poli e aí, sim, casaram com a Ligia, ele, com a Antônia, o Antônio Carlos. Foram uns dos outros padrinhos da cerimônia civil. A religiosa era mais solene, os padrinhos gente mais velha e respeitada, engenheiros bem se vê.

Os cruzamentos tão agradáveis começaram a rarear. Antônio Carlos especializou-se em petróleo e com isso sumiu em alto mar. Não o sumir literal, tinha endereço, mulher, filhos e coisa e tal. É que às vezes, muitas vezes, passava mais de um mês em poços de perfuração em alto mar. Era curioso, trabalhava para a Petrobras, ganhava muito bem, mas não era empregado da própria. Ele, João Pedro, especializara-se em construção civil e era até conhecido como rei do concreto, até nisso eram parecidos, ganhavam muito bem, apesar das fontes serem diferentes.

Tinha que ir ao velório, era o mínimo. Lembrava que a mensagem falava em Morumbi, mas faltavam informações ou era ele que não lembrava. Morumbi, cemitério ou velório. Parou para lembrar e lembrou de nada. Procurou pela mensagem e também, nada. Malditos WhatsApp iam e vinham como folhas de outono. Pois é aquela bolsa no Canadá fora soberba, além de tudo que aprendera, aprendera a viver no outono, com folhas de plátano caindo por toda parte.

       Cemitério ou Casa Funeral? Optou pelo cemitério que também tinha velórios. Chegou lá, gente à beça, todo mundo engravatado que nem ele, a viúva só viu de longa estava próxima do caixão, de véu de braço dado com amigas e, provavelmente, filhos. Chegou a hora do fecha caixão. Ela levantou o véu para o último beijo, Plegária brota de mi alma… De que músicas lembrava agora, essa era argentina pelo jeito. Epa, essa não era a Antônia, com certeza, a única que tivera o dia todo. E agora, caramba, Antônio onde está você?

 

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O BALEIRO SE FOI – 

SILVIA HELENA DE ÁVILA

 BALLARATI 

COLOQUE SEU PERSONAGEM, TIO BETO, de alguma forma em um CONTO DE FADAS.  De repente, seu personagem está alinhadíssimo com João e Maria na floresta.


O BALEIRO SE FOI

Silvia Helena De Ávila Ballarati

 

          Quero apresentar pra vocês uma pessoa encantadora, um ser humano especial, o tio Beto. Ele não era meu tio de sangue, mas eu o considerava como se fosse. Aliás, quando soube da dura verdade, chorei por uma semana, fiquei arrasado, não havia meios de me consolar. Isso foi há muito tempo…

          Tio Beto tinha sempre o bolso da calça repleto de balas para dá-las às crianças. Agradá-las era o que o movia na vida. Desde sempre fora assim e agora, com a doença de Alzheimer se avizinhando, estava esquecendo quase tudo, menos as suas preciosas crianças, parecia se lembrar apenas delas mesmo.

          A própria esposa fora confundida com a funcionária doméstica várias vezes, o que lhe causava uma pontada de tristeza; mas na maioria das vezes, acabava rindo da situação. Entretanto, a meninada, esses nunca perderam a identidade e importância para tio Beto.

          Chamava os mais próximos de nomes, os mais inusitados, Reco-reco, Farofinha e por aí iam os variados apelidos. Os olhinhos ansiavam pela convocação, parecia a hora da chamada na escola. Eu também incorporava profundamente essa fantasia, era chamado de Chico-Juca.

          Tio Beto dizia que o segredo da felicidade estava na comida mais saudável do mundo, o Mufurufo e a partir disso, todos comiam com satisfação. Deixavam as mães enlouquecidas quando pediam para fazer a receita do tal prato que não existia. Nada mais era, do que arroz, feijão, carne moída, ovo e tomate, delicioso! Se comerem direitinho o mufurufo, vocês vão ficar circuncisfláuticos, dizia tio Beto, abrindo aquele sorriso.

          Quando nos empoleirávamos em seu pescoço, deixando-o em apuros, era fácil tirar-nos de lá. Bastava chamar Tchau-tchau, Manezinho, vamos tomar um diurético anacreôntico, que era um simples copo d’água. Mas essa água era a própria energia que nos revigorava. Corríamos atrás do tio Beto, fazendo fila para beber do maravilhoso elixir.

 

          Se algum menino chorava, ele punha a mão no bolso, tirava um punhado de balas e o distraía dizendo que ele era muito silamagnático, isto e aquilo. Fazia muitos gestos e caretas e a tristeza passava como que por encanto.

          Quando a doença foi tomando conta de tio Beto pra valer, as poucas visitas que sua mulher permitia, eram as crianças. Em geral, receber pessoas deixava-o muito agitado e para ela ficava difícil acalmá-lo depois. Só mesmo para a meninada ela abria uma exceção.

 

          Nós não o achávamos doente; o fato de repetir incessantemente as perguntas e respostas era prazeroso, parte da brincadeira. Quem é você? E a gente apressava em se apresentar, gritando, sou o Chico-Juca. De novo, quem é esse? Sou a Farofinha, o Miau-Miau, e assim passávamos a tarde.

          A mulher dele conservava a bombonière cheia de balas, no intuito de manter a tradição de dá-las para as crianças, e principalmente, por saber que pequenos gestos como esses traziam conforto ao marido. Nós adorávamos! E ela, na sua altiva resiliência, cada vez mais, via-se na condição de uma desconhecida cuidadora.

          A cada termo que tio Beto nos ouvia dizer, daquele palavreado inventado, ele sorria e seus olhos ficavam marejados. E nós disputávamos para falar mais alto, para sentar no colo dele em primeiro lugar, sem nunca nos darmos conta da emoção que nossa visita causava nele.

           O fato de tio Beto se alterar, preocupava a esposa, mas esses momentos valiam a pena. Eles traziam um pouco do que restava do passado, vinha-lhe à mente a alegria contagiante do marido, o amor que os unia, enfim, resquícios da felicidade que viveram um dia. Célia, companheira de décadas, fora definitivamente esquecida; em contrapartida, as crianças e suas alegres brincadeiras, jamais, essas, permaneciam no mais profundo e inexplicável recanto da memória, totalmente preservadas.  

          Hoje, olhando para trás, acho tudo muito interessante. Do que nossa mente mais gosta e prefere recordar, ninguém tem a menor ideia. Esses caminhos são o verdadeiro segredo, principalmente para pessoas especiais como o tio Beto.

 

 

***


A CULTURA JAPONESA – SILVIA

 VILLAC

COLOQUE SUA PERSONAGEM, Sr. NAOMI, de alguma forma, numa situação investigativa através da qual, ela descobre uma verdade que não é a do seu conto.  


A cultura japonesa

Silvia Maria Villac Vicente de Carvalho

 

A Sr. Naomi morava sozinha desde que seu marido, Sr. Akira, falecera de aneurisma cerebral aos 87 anos. Seus filhos não se opuseram, uma vez que o isolamento social é muito comum na cultura japonesa e existe até um nome específico para as pessoas que preferem se isolar em casa: hikikomori.

O casal havia se conhecido na montadora Toyota, mais especificamente na linha de montagem de painel do modelo Corolla. Ele era gerente da área e ela acabara de ser promovida como supervisora daquela divisão. Ambos se formaram em engenharia mecânica e nasceram na capital, Tóquio.

A Sr. Naomi, uma típica japonesa no alto de seus 78 anos, apesar da baixa estatura, é muito reservada e calada. Está habituada a passar seu tempo em silêncio, por cultivar o hábito de respeitar os outros e contribuir para um ambiente mais harmonioso.

Aos domingos, vai sempre almoçar na casa da filha Ayumi, casada com um alto executivo da Panasonic, para ver a família, sem nunca deixar de levar um “omiyageum presente — que é a forma que eles encontram de demonstrar respeito e fortalecer os laços.

Seu outro filho, Yuri, mora no Brasil já há 4 anos, desde que se casou com uma nissei, Kira, que conheceu quando houve aquela febre de brasileiros que iam para o Japão, trabalhar em fábricas, para juntar dinheiro e ajudar suas famílias.

Em um desses domingos, como de costume, a Sr. Naomi aguarda o relógio dar 11h45, coloca sua máscara facial, pois se preocupa com a saúde coletiva, acredita que esse seu gesto de cortesia evita a propagação de germes, e parte para a casa da filha, que fica a alguns minutos a pé da sua. O outono já acusa que está se despedindo porque as árvores com aquelas folhas lindas, coloridas de vermelho, vinho, cobre, amarelo e verde quase não podem mais ser vistas e um vento frio sopra pelas ruas, indicando que o inverno pode ser rigoroso neste ano.

De repente, seu celular toca e, pelo visor, percebe que é uma chamada do Brasil, porém de um número desconhecido. Ao atender, a pessoa começa a falar em um inglês precário que ela tem muita dificuldade para compreender, mas consegue ouvir com nitidez as palavras Yuri e Kira. Como já está próxima da casa da filha, apressa o passo para chegar mais rápido, sem se dar conta de que chegará um pouco antes do meio-dia, que é horário pontual combinado.

Um pouco ofegante por andar depressa, ela chega à casa, cumprimenta a todos com a famosa inclinação de cabeça, chamada “ojigi” e, na primeira oportunidade, conta à filha sobre o telefonema recebido. Ayumi, então, pega o aparelho da mãe e faz uma pesquisa para tentar descobrir de onde é o número do telefone. Infelizmente, sem sucesso.

Sem compreender o que está acontecendo, a Sr. Naomi pega seu celular de volta e diz que ligará para Yuri para saber, de fato, o que se sucedeu. Faz a ligação, mas após tocar várias vezes, acaba caindo na caixa postal. Ayumi, então, tem a ideia de ligar para o número de sua cunhada, Kira, e quem atende é uma voz de homem, falando naquele inglês “macarrônico”. Como está na viva-voz, a Sr. Naomi, de imediato, confirma que é a mesma pessoa que havia lhe telefonado um pouco antes. A filha, então, cancela o viva-voz para poder conversar com mais privacidade com o tal indivíduo.

A mãe, observando sua filha, nota que ela está pálida e que esta acaba por se sentar no tatame. A conversa se estende e vai ficando mais tensa, e o inglês falado cada vez mais rápido. Uma hora, a Sr. Naomi percebe que Ayumi está fornecendo seu e-mail e seu número de celular particular e, de repente, sem mais nem menos, ela desliga o aparelho.

Por alguns instantes, que pareceram horas, há um silêncio no ambiente, até que a filha, finalmente, coloca a mãe a par da situação. Yuri e sua mulher Kira estavam em apuros porque pediram um empréstimo na colônia japonesa e só depois descobriram que se tratavam de agiotas ligados à máfia do Japão. O prazo dado para o pagamento já havia sido adiado por duas vezes e o casal tinha até 3ª feira para quitar a dívida. Como garantia, o rapaz havia sido pego como refém.

Nesse momento, entra uma videochamada no celular de Ayumi e surge na tela seu irmão, com um grande hematoma do lado esquerdo da testa, pedindo para que a família os ajudasse. Pediram um empréstimo bancário, mas a burocracia emperrou o negócio e eles não queriam perder a oportunidade de dar entrada no imóvel de seus sonhos pelo preço oferecido. Então, um amigo disse ter um conhecido que emprestava dinheiro e, como contavam com o pagamento de seu maior cliente para reembolsá-los, acabaram aceitando a oferta, uma vez que os juros exorbitantes seriam por apenas 1 mês. Entretanto, o tal do maior cliente acabou por não os pagar porque faliu, a dívida foi só aumentando e eles acabaram nessa situação.

A Sr. Naomi então, já tranquila, pede os dados dos agiotas, faz a transferência bancária, certifica-se de que seu filho fora solto e com toda a calma peculiar do oriental diz para a filha:  

— Ayumi, toda essa adrenalina abriu meu apetite. Podemos almoçar?

 


***


PRÓLOGO – SUZANA DA CUNHA

 LIMA 

COLOQUE SEU PERSONAGEM, APOLINÁRIO NOGUEIRA, de alguma forma em um avião plantando terror, se dizendo terrorista.

PRÓLOGO

Suzana da Cunha Lima

 

Ficou ali olhando, como se não entendesse nada, o corpo submerso num mar de sangue.

 

Ele teria feito aquilo? Uau! Pensou. Sentiu-se poderoso como há muito tempo não sentia. Agora eles iam ver quem ele era realmente! Ah, iam ver mesmo!

 

Saiu rapidamente da sala, tomando cuidado para não esbarrar em nada.  Pensou o que iria fazer com a arma ainda em sua mão.  Limpou-a na toalha do lavatório e aproveitou para passar uma água no rosto. Tornou-se mais apresentável.  Suas roupas estavam inacreditavelmente limpas, apesar da sangueira lá na classe.  Examinou os sapatos. Infelizmente estavam respingados de sangue, teria que descartá-los e logo, porque sangue coagula, fica seco e difícil de limpar. Usou papel higiênico para uma limpeza superficial até que chegasse em casa e pudesse trocá-los. Saiu silenciosamente pelo lado da quadra, e logo estava na calçada. Foi caminhando evitando olhar de um lado para o outro, para não parecer culpado. Ele não era culpado de nada! Quem havia mandado o professor zombar dele e da sua roupa, como se fosse um qualquer? 

 

Agora aquela cambada ia saber quem era Apolinário Nogueira, o cotista como chamavam.  Fazia parte da quota de negros e era esta a razão de o desprezarem. Tinha que dar um fim à arma e jogá-la no mar pareceu-lhe a melhor solução.  Subiu a trilha do Leme e atirou-a nas ondas em ressaca. Pegou um ônibus para voltar para casa. Chegou tranquilo, foi à cozinha comer algo. A mãe estava fazendo um bolo e perguntou-lhe se já havia almoçado. Havia recados da escola para ele. — O professor está pedindo que você devolva a pistola cenográfica o mais rápido possível.  Tem ensaio geral da peça hoje e vão precisar. — Suspirou olhando para o filho — Ele me disse que você descarregou a pistola inteirinha nele, quase se afoga no meio de tanta tinta.

 

— Tinta? Como tinta? Não era sangue então?

 

Sentou-se cambaleante, sentindo-se o último dos homens.  Não havia matado o professor, afinal. Continuava o mesmo palerma de sempre.

 

 


***


A CARTOMANTE – YARA MOURÃO

COLOQUE SUA PERSONAGEM, CECÍLIA, de alguma forma, numa situação diferente. Por exemplo: De repente ela se vê numa viagem internacional fazendo parte de um grupo que seguia um guia local, e lá ela vê o Raul em atitude suspeita, ele não deveria estar ali...

A Cartomante

Yara Mourão

 

A primavera chegara indecisa, ensolarada, porém fria demais. A garoa diária deixava os jardins viçosos e enlameados, nada convidativos para um passeio. Estava um clima estranho, não dava para confiar.

De certa forma Cecília experimentava uma semelhança desse tempo com sua própria vida, desde que se mudara da cidade para sua bela chácara no interior.

Viera recentemente, assim que seu marido adoecera. Esse retiro sagrado era uma recomendação médica para Raul.

Ele adoecera assim repentinamente. Uma tristeza enorme se abatera sobre ele causando-lhe um recolhimento total, um distanciamento dos prazeres da vida.

Na verdade, Cecilia tinha uma suspeita antiga, alimentada pelo fato de que Raul, um dia, estivera na casa de uma cartomante. Ele mesmo lhe contara, sem, entretanto, revelar o que a vidente lhe dissera.

Nem precisava contar. 

Cecília intuía o pesadelo.

Sua história de ¨ amor secreto¨, ¨ encontros furtivos¨, certamente foram reveladas pela cartomante ao seu marido, que desde então se afastara totalmente.

Era um tormento para ela imaginar-se sem Raul, seu porto seguro, garantia de um futuro tranquilo, bem-posto e bem mantido.

Mas, no turbilhão de sentimentos, Cecília se sentia menos culpada e sim mais ofendida; pois fora desmascarada, assim na surdina, pelo assalto ao seu mais recôndito segredo.

Agora ela via seu castelo ruir.

O que a cartomante teria revelado? Teria sido o início daquele romance nascido nos encontros de família? Os momentos inesquecíveis vividos desde o primeiro olhar? O primeiro beijo?

Era um tormento! Não havia um só dia, uma só noite em que ela não se afligisse com esses pensamentos.

Tudo era nebuloso agora, angustiante, desde que aquela cartomante sem eira nem beira, passara a assombrar sua vida. Que rasteira do destino!

E o tempo que ia passando tanto queimava seu coração quanto congelava corpo e alma de Raul.

Quanto sofrimento pelos descaminhos do amor…

Raul sucumbia lentamente, silenciosamente, como quem já quer partir, enfim.

Cecília, no ardor do desespero, amaldiçoava o universo inteiro, os sonhos idos, a vã felicidade desfeita.

Assim, a primavera de seu desassossego caminhou para o inverno de suas aflições. Pois ela mal podia crer que isto tudo se desfizera tão completamente, num único dia, por causa de uma reles cartomante, sem eira nem beira.

 




DESENVOLVIMENTO DE PERSONAGEM PERMANENTE

27/08/2024

Esta atividade de escrita aprimora as habilidades de escrita descritiva, e previne personagens que estarão no estoque, e sempre habitarão suas narrativas.


Desenvolvimento de um personagem

 detetive/investigador (homem ou mulher) que

 atuará em investigações nas histórias que você

 criar:

Como é seu personagem investigador?

Como será o nome permanente dele?

Escolha uma das personalidades abaixo:



Sinta-se seguro com seu personagem para colocá-lo no enredo, para isso, estabeleça o histórico dele, mantendo em todos os contos seu estado psicológico. 

Defina uma história de fundo para ele (quem é ele, de onde vem), estabeleça motivação e objetivos, desenvolva segredos, fraquezas deles.

O que ele faz no momento de folga? 

O que ele faz quando ninguém está olhando?









Qual é seu tema preferido?

20/08/2024


Os contos ou romances, muitas vezes brotam de uma frase, de uma cena, de um gesto. 
Neste caso, temos 3 sugestões para você criar uma história. 
Leve em conta as ferramentas que você já conhece, aproveite-as no desenvolvimento desses enredos.


1   1. Protagonista, recebe a notícia da morte de alguém muito querido. Atordoado, acidentalmente, comparece ao funeral ou velório errado.

 

3   2. Comece sua história com esta frase: “O fogo crescia com muita rapidez, as labaredas estalavam, se agigantavam bem perto de nós”.


1.    3. Era uma festa de casamento. Um hipnotizador profissional se oferece para fazer uma experiência de hipnose com a noiva, ela aceita, pois tudo lhe parece bem divertido, no entanto, o que acontece vai chocar os convidados.









DESAFIOS PARA OS GÊMEOS

06/08/2024

 


Dois irmãos gêmeos, filhos de família abastada, têm uma exigência do pai, um desafio para receberem suas heranças. Então, partem para uma viagem longa, trabalharão em vilarejos de poucos recursos, ou sem nenhum benefício. São solteiros e cada um serviria uma cidade/país diferente. Seria a primeira vez que se separariam.

 

Um deles é médico e o pai escolhe Bronkhorst para o filho trabalhar.




Bronkhorst é uma pequena vila na província holandesa de Gelderland.

É tecnicamente uma cidade, apesar de ter menos de 100 residentes registrados em 2021. Essa situação incomum a torna a menor cidade da Holanda.

Bronkhorst é mais conhecida por suas construções pitorescas e cultura artística. Há muitos mercados de artesanato e oportunidades para comprar obras de arte aqui. A cidade está localizada à beira de um rio e tem muitos pátios ao ar livre para jantar ao lado das românticas ruas de paralelepípedos.

Ele pretende criar a melhor clínica médica para aquele simpático povo.




Estabeleça um conflito muito grande para este personagem.

Descreva expressões faciais, e corporais.


O outro jovem, um especialista em engenharia mecânica e robótica, tem que seguir para Gásadalur – a menor cidade do mundo que fica na Dinamarca. Ele planeja levar benefícios para a população de apenas 20 habitantes. 


Estabeleça um conflito muito grande para este personagem.

Descreva expressões faciais, e corporais.

Clique aqui para conhecer um pouco da cidade





UMA CRIANÇA 

COM SUPERPODERES

25/06/2024



Nosso projeto de hoje será o de criar um super heroizinho, uma criança que ganhará poderes especiais.

Do ponto de vista infantil (vai depender da faixa etária do seu personagem), quais os conflitos que ele enxerga e com os quais ele terá que lutar?

Veja o “esquema” e trabalhe com essa sinopse:

Um bando de crianças brinca em uma rua sem saída onde há algumas casas vazias. Os quintais dessas casas são palcos de várias brincadeiras dos pequenos.

No final do dia, quando a noite já aponta no céu, eles se escondem uns dos outros, aproveitando as casas abandonadas.

Até que um dia descobrem em uma dessas casas, um extraterrestre, ou um mago (ou...) que dá para um deles (ou mais de uma criança), um objeto mágico (ou uma magia qualquer) que lhes atribui poderes especiais (escolha uma ou mais de uma virtude):   locomoção instantânea, camuflagem (mudança de fisionomia), transposição de época, visão de raio-x, força brutal, poder de voar, invisibilidade, sabedoria, poder da cura, telepatia, telecinesia (poder de mover objetos com a mente)...

Capriche na caracterização deste personagem, pois ele poderá ser empregado em outras histórias que você criará no futuro.

 

TAREFA: Neste enredo, a criança usará seus poderes para realizar alguma coisa boa, e assim resolver um conflito já aparente no enredo. Esta será sua história de hoje.

Em casa, inventar um personagem antagonista para criar dificuldade para seu heroizinho.

 





UMA IMAGEM VALE MAIS 

QUE MIL PALAVRAS

18/06/2024



“Uma imagem vale mais que mil palavras. ”

Vale mesmo?  

Uma imagem pode, sem dúvida, inspirar um escritor a escrever 1000 palavras. As imagens podem estimular curiosidade, podem aguçar sentimentos, podem gerar questionamentos:

Quem fotografou? Por que fotografou exatamente esse alvo? Por que deste ângulo? O que atraiu o fotógrafo para esta imagem?

Como se vê, uma imagem gera intrigantes dúvidas que podem desencadear intermináveis linhas de pensamento.


Por exemplo: Esta imagem de alguém cruzando o rio por uma estreita ponte. Parece uma ponte frágil. Vê-se o agito das águas lá embaixo, deve haver risco nessa travessia. Quem é essa pessoa? Por que está fazendo a travessia? O que há na outra extremidade da ponte? Este será o mote para sua TAREFA EM CASA: A TRAVESSIA

PARA HOJE faremos um passeio fotográfico pelo clube, cada um escolhe o ponto que mais lhe agradar, o canto que mais atrairia um fotógrafo, ou escritor, o alvo que oferece mais oportunidade de história, que favorece mais sentimento. Faça várias fotos. Escolha uma para ser o mote de um conto de ficção.








O MISTERIOSO ASSASSINATO

11/06/2024



Este é um exercício para fazer em grupo, por esta razão não foi postado no blog, com antecedência.

 

Cada grupo tratará de um desses itens.

Depois, cada pessoa lê seus relatórios policiais. 

Ao final, todos os itens se interligarão e cada autor optará por uma motivação e por um desfecho.

o    1. Onde o assassinato ocorre? (por exemplo, no Metrô, no Hotel, num cruzeiro, num beco…), etc.

o     

o    2. Sobre os detalhes da vítima (por exemplo, quem era ela, era um cantor, um foragido da prisão, uma freira, um caminhoneiro...), etc.

o     

o    3. Sobre os detalhes do assassinato em si. Fale sobre a arma do crime, sobre o cenário, sobre as possíveis circunstâncias, etc.

o     

o    4. Sobre os detalhes de um suspeito. Por exemplo: Ele deve mancar da perna esquerda pelas marcas dos passos no local, tem cabelos escuros (havia fios de cabelos no local), será possível fazer exame de DNA (ou não), etc.

 

DURANTE A SEMANA DÊ REALCE PARA SUA HISTÓRIA.

INSIRA MOVIMENTOS, AÇÕES, DINÂMICAS.

INSIRA FERRAMENTAS QUE VALORIZEM O ENREDO.

NÃO ESQUEÇA DE USAR FRASES CURTAS PARA CRIAR CLIMA DE SUSPENSE.

FAÇA UMA LEITURA CRÍTICA.

E DEPOIS REPITA, MAS AGORA EM VOZ ALTA.

OUÇA SUA HISTÓRIA – GRAVE NO CELULAR.

VERIFIQUE SE HÁ ALGUMA FALHA. CORRIJA, SE HOUVER.

QUANDO ESTIVER PRONTO, ENVIE SEU TEXTO.






Do material em sala, os alunos criaram as informações solicitados, e delas será extraía a ideia central para o conto de cada um de vocês.
Vejam que há algumas incongruências, alguns detalhes não conferem, mas como cada um de vocês vai extrair daqui apenas o conflito e alguns detalhes para compor a tarefa, então cada um fará as mudanças que melhor lhe convier:


 

O MAR POR TESTEMUNHA

 

 DETALHES DO CENÁRIO – SUZANA E OSWALDO:

 

Estamos em pleno mar, o navio Violinos Cantantes, da Ocean King, que saiu do Porto de Santos, e agora navega sem pressa, pela baia da Guanabara, para que seus viajantes possam apreciar o Pão de Açúcar à sua direita, e o esplêndido pôr do sol quase ao final da tarde.

No jantar, com mesas previamente reservadas. Nota-se que ficou um lugar vago à mesa, o que causa alguma estranheza. Mas, depressa se esquece, assim que é servido um vinho como cortesia.

Depois, um show, no enorme palco, onde se apresentou um pianista extremamente talentoso.  Tocou algumas conhecidas melodias e após, ainda atendeu a alguns pedidos da plateia entusiasmada. 

Após sua performance, foi oferecida alguma bebida ao pianista, apresentado como Edgar, croata, provavelmente, de nascença, mas cidadão brasileiro por opção.

Finalizada a apresentação de Edgard, ainda se viu ele se retirando, talvez estivesse se recolhendo. Mas, logo se ouviu uma gritaria enorme e correria de muitas pessoas se movimentando ao mesmo tempo.

— Nosso convidado, o pianista Boris, foi assassinado em sua cabine, logo que retornou do seu show.

 

 DETALHES DO ASSASSINATO – seria a parte da Yara – Mas este trecho veio a Suzana. Estamos aguardando o trecho da Yara)

 

Como ainda havia terra à vista, foi acionada a polícia local. O navio lançou âncora e ficou esperando que a guarda costeira subisse.

Foi relativamente fácil verificar a identidade da vítima, pois seus documentos estavam todos na sua cabine.

Acionaram a Interpol, pois embora naturalizado brasileiro, verificaram que era croata de nascimento e numa época conturbada: era menino ainda na cruenta Guerra da Bósnia, entre 1992/95, quando houve a fragmentação da antiga Iugoslávia, mantida até então pela férrea mão de Tito.

Seria uma morte por vingança? O que se sabia até então, e antes da polícia técnica fazer suas averiguações, é que ele devia ter sido asfixiado por uma corda de náilon, que ainda estava em seu pescoço.

Por enquanto, não havia nenhum suspeito aparente.

Seria ele uma vítima ou queima de arquivo? Ou Vingança?

Foi quando a Polícia subiu ao navio, interditou a cabine, colocou seus técnicos em ação, que esmiuçaram a cabine inteira, atrás de digitais ou quaisquer pistas da identidade do assassino, ou assassina (não acreditavam que seria mulher porque Boris era bem forte, precisaria alguém de seu porte para subjugá-lo). 

O corpo foi retirado da cabine e enviado à terra para a necropsia.

O navio precisava seguir a viagem. Ficaram com a lista de passageiros e mesmo o navio seguindo seu rumo, os policiais passaram a viagem inteira interrogando os 2.500 passageiros.

Outra equipe de policiais foi ao porto de origem, para ver se havia tido alguma anormalidade ou atitudes fora do comum no embarque.

 

 

DETALHES DA VÍTIMA – TEXTO ENVIADO PELA ISES:

 

O pianista Edgar era um sujeito de uns cinquenta anos. Tocava em bares e restaurantes e navios de cruzeiro. Tinha sido recentemente contratado para trabalhar em um enorme navio de cruzeiro, o “Ocean King” que zarparia do porto de Santos. Falava um português mesclado de palavras em espanhol, porém com um leve sotaque que denotava sua origem de algum país da Europa oriental. Talvez da Sérvia, ou da república tcheca, ou ainda húngaro. Era fluente em inglês e alemão e também se virava no francês.

Era um pianista popular competente, dominando o repertório internacional de hits românticos dos compositores da primeira metade do século XX, americanos e franceses e improvisava bem no jazz e na bossa nova. Seu horário de trabalho em navios era das oito da noite até a uma da manhã com quatro intervalos de quinze minutos. Era metódico. Após usar o banheiro lavava cuidadosamente as mãos e aplicava um creme hidratante com massagens ao longo dos dedos. Depois fazia várias flexões de joelhos e exercícios com os braços para aliviar as tensões da posição ereta ao tocar o instrumento. Voltando ao palco de bar ou restaurante, parava no bar, ou encomendava ao garçom um copo de suco e um de água. Bebia o primeiro e o segundo costumava levar a uma pequena mesa ao lado da banqueta do piano. Jamais tomava bebida alcoólica nos intervalos. Apenas ao terminar sua apresentação de madrugada bebia uma dose de vodca gelada de um só gole. Depois descia para sua cabine localizada nas entranhas do navio onde se situavam as cabines dos empregados. Essa era a rotina que costumava adotar nas viagens de navio com eventuais pequenos ajustes.

Edgar era muito reticente sobre seu passado e suas origens. Era um homem elegante, de estatura média, porém o smoking impecável o fazia parecer mais alto. Tinha cabelo liso escuro penteado para trás deixando a testa livre. O rosto tinha algo de oriental ou mongol pelos olhos escuros ligeiramente oblíquos e as maçãs do rosto altas. Esta seria sua primeira viagem no Ocean King.  Quando se apresentou a bordo, pediu ao imediato para ver a lista dos demais empregados sob o pretexto de verificar se haveria algum conhecido de viagens anteriores. Percorreu atentamente a extensa lista. Desde os maquinistas, comunicadores, até o pessoal da cozinha, os que trabalhavam nos restaurantes e bares, arrumadeiras e animadores, grupos de dança e atores. Enfim, a lista enorme de mais de duas centenas de empregados para atender alguns milhares de passageiros. Ao devolver a lista comentou que não havia encontrado nenhum conhecido, porém era explicável porque seus outros empregos foram em navios de rotas no Caribe e norte da Europa.

O navio zarpou de manhã do porto de Santos para um cruzeiro de 14 dias costeando o Brasil até Manaus. Às 19 horas Edgar começou a se aprontar para sua função noturna. Tocaria no restaurante principal até onze horas e depois no amplo bar contíguo até a uma da manhã. Essa tinha sido a determinação do coordenador de entretenimentos do navio.

 

 

DETALHES DO SUSPEITO - ENVIADO PELA LEDICE:

 

O homem com cara de poucos amigos, cabeleira farta, cabelos negros, pesando mais do que devia, que andava, manquitolando de um lado para o outro do enorme navio, chamava a atenção dos passageiros, que procuravam curtir os primeiros momentos da viagem, apreciando a vista.

Havia algo de estranho no indivíduo. A forma como observava tudo e todos, fazia com que parecesse estar à procura de alguém.

Chegou afobado para o jantar, pedindo desculpas pelo atraso. Os integrantes daquela mesa, já enturmados, conversavam animadamente. O homem ficou ali meio à parte, um pouco constrangido.

Procuraram trazê-lo para o papo, perguntaram-lhe o nome. Respondeu como se não estivesse a fim de se enturmar:

– Aleksander! 

Jantou rapidamente, não quis vinho, nem sobremesa. Parecia estar com pressa. Pediu licença, levantando-se e dirigindo-se para uma das inúmeras salas de teatro do andar, deixando cair no chão o guardanapo utilizado no jantar.

Não deixou boa impressão entre os comensais. Acharam que ele destoava dos demais, parecia sujo, com pouca higiene. Muito esquisito.


 


A HISTÓRIA DE UM GIRASSOL

04/06/2024




Os dois vídeos abaixo tratam do sublime esforço da planta para germinar, se desenvolver e florescer

No segundo vídeo podemos acompanhar, e até torcer por um girassol. A história dramática desse girassol que luta pela sobrevivência sob um tórrido sol, e sem água que garanta sua subnutrição. Mas, eis que nasce nele uma esperança de vida quando vê outro jardim sendo aspergido abundantemente, e então num esforço desmedido, se lança para fora daquela terra seca e tenta caminhar até o outro jardim.

Excelentes animações.

Vamos criar hoje a história desse girassol, o fluxo de pensamento dele, os detalhes descritivos do caule se contorcendo para se livrar daquele deserto, a calçada quente que queima suas raízes...
E o ato final, uma ação de, num último esforço descomunal, lançar das sementes... E o resultado desse ato. a diferença de vida dos novos girassóis.

Qual seria a moral dessa história?







 





HISTÓRIAS PARA CRIANÇAS

27/05/2024




TEXTO 1:
 

Crushy era um gênio antipático, rabugento, que morava numa lâmpada mágica esquecida no interior de uma caverna. Já estava há tantos anos encolhido naquele objeto que dormia o tempo todo e sonhava em descobrir uma mágica que o libertasse daquela castigo de ter que se recolher naquela lâmpada. Se contorcia de um lado para outro, mas nenhuma posição era confortável. Uma vez o nariz ficava espremido, outra vez eram os braços que se apertavam tanto que pareciam desaparecer. “É um pesadelo ser gênio de lâmpada”, ele reclamava.

Um dia, crianças brincando de explorar o lugar, encontraram a tal estranha, fina e gelada lâmpada, que não se parecia nada com aquela lâmpada de Aladim. Só descobriram que era mágica quando saltou de dentro dela, um ser magricelo, com barbas espichadas, corpo elástico e olhos brilhantes. A voz, que mais parecia um rugido, precisava ser treinada, disse ele, pedindo que as crianças esperassem um pouco, pois há tantos anos não falava nada...

 

TEXTO 2:


2.  A tarefa de cuidar do neto nas férias era motivo de muita alegria para o vô Quim. Denis tinha 8 anos, estava na fase das descobertas, e o avô era cheio de assunto.

Quim contou-lhe sobre a árvore mais forte que havia na fazenda, na verdade, nem era uma árvore, era um arbusto de folhagem frágil como a pena, que teve que crescer, ficar muito forte, muito ágil, para não ser arrancado pelo vento. Ele lutava diariamente contra o vento, se debatia numa dança desenfreada, rangia os galhos, esticava-se para lá e para cá, numa luta arriscada. O garoto ficou muito curioso. Imaginava a árvore numa luta corporal com um vento vigoroso, agressivo e barulhento.



Tarefa: desenvolver esses temas aproveitando

a ideia central dos textos.




TRÊS PERSONAGENS 

DENTRO DA HISTÓRIA

21/05/2024


PERSONAGEM 1 - Ela era jovem, charmosa, cativante, de riso fácil, muito requisitada nas rodas de amigos. Mas, o que de mais importante precisa ser dito sobre ela é que por trás daquela simpatia havia uma mocinha mentirosa, manipuladora, falsa, invejosa, capaz de mover o mundo para obter o que desejasse. Agia na calada da noite, sempre de modo a não ser descoberta.

 

PERSONAGEM 2 – Era reservada, muito inteligente, vivia na biblioteca ou no laboratório de Letras. Ganhava algum dinheiro escrevendo crônica para uma revista muito lida, mas não queria que soubessem que ela era a autora daquelas crônicas que levantavam tantas polêmicas, então usava um pseudônimo (escolha um apelido para ela). Não frequentava rodinha de amigos, nem namorava. Tinha certo carinho para com o professor de literatura que fazia revisão de suas crônicas, e educadamente não revela o que sabia.

 

PERSONAGEM 3 – Homem jovem, alegre, atraente, professor de literatura na Universidade. Estudioso, um escritor renomado, premiado, muito requisitado para palestras, podcasts e eventos literários. Ele tinha preferência sofisticada, gostava de música clássica, viagens, era solteiro, mas usava uma aliança na mão esquerda.

 

TAREFA 1: Qual destes personagens será seu protagonista?

Os 3 atuarão na sua história. No mesmo conto, esses 3 personagens participarão do enredo.  Há um “ponto de vista” para cada personagem. O clima da história e o gênero terão apelos diferentes diante de cada um.

TAREFA 2: CRIE UM PERSONAGEM NOVO PARA ENTRAR EM CENA E MUDAR TUDO NA SUA HISTÓRIA.



AQUELA COISA

14/05/2024


"Coisas" do português.

Gramaticalmente, "coisa" pode ser substantivo, adjetivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss registra a forma "coisificar". E no Nordeste há "coisar":

“Ô, seu "coisinha", você já "coisou" aquela coisa que eu mandei você "coisar"?

Coisa-ruim é o capeta. Na boca dos exagerados, "coisa nenhuma" vira um monte de coisas...

Mas a "coisa" tem história mesmo é na MPB.  No II Festival da Música Popular Brasileira, em 1966, a coisa estava na letra das duas vencedoras: Disparada, de Geraldo Vandré: Prepare seu coração pras "coisas" que eu vou contar..., e A Banda, de Chico Buarque: pra ver a banda passar, cantando "coisas" de amor... E a turma da Jovem Guarda e as coisas: “coisa" linda, "coisa" que eu adoro! Já para Maria Bethânia, o diminutivo de coisa é uma questão de quantidade afinal, são tantas "coisinhas" miúdas. 

"Alguma coisa acontece no meu coração"!...

Um cara cheio de coisas é o indivíduo chato, pleno de não-me-toques. Já um cara cheio das coisas, vive dando risada. Gente fina é outra coisa. A coisa pública não funciona no Brasil. Político, quando está na oposição, é uma coisa, mas, quando assume o poder, a coisa muda de figura.

Mas, deixemos de "coisa", cuidemos da vida, senão chega a morte, ou "coisa" parecida... Por isso, faça a coisa certa e não esqueça o grande mandamento: "AMARÁS A DEUS SOBRE TODAS AS "COISAS".

Do livro do autor, (texto parcial) –

"Coisas do Português: a língua nossa de cada dia", de Francicarlos Diniz

 

ESSAS COISAS

Poema de Carlos Drummond de Andrade


“Você não está na idade
de sofrer por essas coisas.”

Há então a idade de sofrer
e a de não sofrer mais
por essas, essas coisas ?

As coisas só deviam acontecer
para fazer sofrer
na idade própria de sofrer ?

Ou não se devia sofrer
pelas coisas que causam sofrimento
pois vieram fora de hora, e a hora é calma ?

E se não estou mais na idade de sofrer
é porque estou morto, e morto
é a idade de não sentir as coisas, essas coisas ?


 

A Coisa
A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira coisa... e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita. MARIO QUINTANA

 

Que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças, nem barômetros etc. Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós. MANOEL DE BARROS

 

TAREFAS

TEXTO 1: Ainda pensando nos textos acima, e, para você, sobre que coisa gostaria de falar? QUE COISA MEXE COM SEU PERSONAGEM?

 

TEXTO2: O seu personagem guarda uma coisa, um objeto. Essa coisa faz dele um “suspeito”. Ele é ganancioso, articulado, mas deixa-se passar por bom-rapaz...





    O hotel fazenda ainda estava quieto demais naquela quarta-feira, o que era ótimo para Américo, que precisava descansar de tantas reuniões, acordos, projetos e pessoas desinteressantes. 


   Américo era um homem exigente e metódico, o que muitas vezes fazia dele um sujeito intragável. Conhecia seu instinto ameaçador quando algo saía errado, já passou por problemas delicados por não conseguir moderar suas reações. Precisava pensar sua postura, estava pesando demais. O resort, indicado pelo chefe, era realmente acolhedor. Hospedara-se pela manhã e ficaria à espera da namorada, que só chegaria no sábado. 


  Um resort de luxo é lugar que agrada até os mais chatos – pensou se referindo a ele mesmo.

 

Tudo lhe parecia tranquilo, o clima morno o convidava para uma corrida, então no dia seguinte saiu muito cedo para correr os seus dez quilômetros costumeiros. Ao chegar de volta, estranhamente, não conseguiu abrir a porta do quarto. Na recepção, quando ele se queixou da chave eletrônica que não funcionou, foram taxativos: “Não há nenhum Américo Brunaldi hospedado aqui”. Ele riu. Só podia ser uma brincadeira, fosse o que fosse, ele não aprovou. Ou será que errou o número do quarto? Mas, ao ouvir a insistência do atendente em repetir que o nome dele não estava da lista de hóspedes, ficou transtornado. Conseguiu convencê-los a abrir a unidade para provar que estavam enganados, afinal poderia mostrar documentos, seu celular que ficara na escrivaninha, e sua bagagem toda. Mas, para sua surpresa, o quarto estava limpo e fresco, não havia nenhum vestígio de seus pertences. Nem no estacionamento, nem nas câmeras, constava entrada de algum Jetta preto... 


(Decida por um conto de suspense com final impactante).

 



Tarefa para hoje: O QUE ESSES AMERICANOS ENCONTRARAM NA CASA VELHA? DESENVOLVA ESSA HISTÓRIA

Dois jovens americanos vêm morar em São Paulo. São primos e vão estudar e trabalhar aqui. Ainda não dominam a língua portuguesa, mas andam sempre com o tradutor acionado no celular. Com isso, acabam se entendendo com os brasileiros. Eles são curiosos, afoitos e investigativos. Ambos são empreendedores. Compraram uma casa antiga, muito velha no bairro de Santa Cecília, imóvel que eles mesmos se propõem a executar reforma conforme puderem. E têm em mente que vão explorar ao máximo o bairro onde moram.

Na primeira fase da reforma, eles percebem o piso do corredor com som oco quando pisam. Detectam, de imediato, muito cupim, então removem o antigo piso de tábuas corridas. Verificam que há outro piso de tacos longos servindo de contra piso. Ali, encontram muito mais cupim alojado entre as peças, e removem o contra piso. Eis que descobrem uma escadaria que os leva ao porão. Esse porão, desconheciam, o proprietário não disse que havia, e não constava da planta baixa do imóvel. " É um espaço secreto! ” – Concluíram.

Mas, as surpresas estavam apenas começando para aqueles dois jovens curiosos:

. Encontraram um refém, uma vítima de sequestro.

. Encontraram rádios de comunicação, computadores, livros e documentos escritos em idiomas que eles não conheciam.

. Um homem (ou mulher) que habitava o lugar, clandestinamente.

. Um espião em franco trabalho de espionagem.

. Encontraram um mapa de tesouro.

. Encontraram uma família fugitiva da guerra que acabou há anos, mas essa família não sabia.

. Encontraram um desertor de guerra.

 

Os detalhes virão por meio de subtextos, histórias de fundo, fluxos de pensamentos e expressões corporais e faciais. Mostre as expressões faciais, e corporais dos personagens. Use narrador onisciente. 






Um dia, Franz Kafka escreveu à mão uma carta de 45 páginas ao seu pai, ele talvez não estivesse consciente de que ela acabaria sendo um documento literário a ser treinado através dos tempos. A escrita criativa epistolar é uma forma de expressão artística que inspira os escritores a usarem a imaginação para trazer personalidade ao enredo, para processar a emoção dos personagens e provocar o leitor.

Quando se trata de escrita criativa, você pode lançar mão de inúmeros recursos literários e montar uma estratégia engenhosa para seu texto.  A emoção é um ingrediente que nunca deve faltar à receita. A carta é um desses recursos.

O processo criativo por meio de cartas é o que chamo de “emoção de envelope”. Quando recebemos uma carta, antes mesmo de conhecer o remetente, a ânsia de conhecer o conteúdo nos afeta. O reconhecimento do remetente nos provoca curiosidade. E somente depois virá o sabor com a leitura da missiva. Como podem ver, nossa emoção começa quando chega um envelope...

No texto abaixo, a personagem fica excitada com a chegada do carro do correio, tem o coração acelerado só de pensar no que viria. É claro, toda essa “espera ansiosa” tem por trás um passado, uma história que a faz ansiar pela carta. Você vai MOSTRAR porque ela está ansiosa.

Faça uma transição suave entre o texto que você está criando e o assunto da carta. A frase que precede seu texto deve dar ao leitor um sinal para entender que ele irá mergulhar na carta. Não seja enfadonho com repetições ou formatos severos de uma carta. O entremeado do assunto da carta e seu texto deve ser sutil e necessário para provocar o leitor:


A ÚLTIMA CARTA

(O que vem em uma carta não se deleta, não se apaga jamais)

 

Foi há vinte anos, não consigo esquecer nenhum detalhe, o ruído do automóvel do correio entrando na propriedade, a revoada de andorinhas formando um cordão num sobrevoo artístico. O ronco do motor que se aproximava parecia áspero desta vez, os estalidos dos gravetos, mais secos, gritavam sons angustiantes: “Ah, Meu Deus, aí vem más notícias” – logo pensei. Estava no alpendre debruçada em uma leitura antiga, estiquei os olhos ansiosos para o carro que acabara de estacionar.  Meu coração se exaltou, me lembro muito bem disso, ele sabia que uma tempestade chegaria um dia dentro de um envelope.

O carteiro sorriu para mim:

— Bom dia, Dona Verinha. O sol está ardido hoje, hein! Tem uma limonada gelada aí pra mim?

Corri para atendê-lo. Era quarta-feira, dia do correio, sempre o esperava com suco gelado. Lá de dentro, ouvi sua voz de tenor:

— Trouxe a encomenda da loja do Nico. Ele mandou dizer que, se não servir, pode ir lá trocar. Tem também uma sacola com fazendas estampadas, que a senhora pediu na loja de tecidos do Francisco. E trouxe uma carta vinda de...

Parei onde estava, com a jarra na mão, os olhos cravados no homem, o coração acelerado...

 

 






Comece sua história com seu PERSONAGEM REDONDO jurando vingança, mediante um brado, um pensamento, ou uma ameaça direta.

 

Personagem redondo é aquele cheio de complexos psicológicos, perturbações, inseguranças, problemas aparentes no decorrer da história. Eles geralmente desempenham um papel importante na história. Eles são escritos especificamente para que o público possa prestar atenção neles por um motivo específico.

Um personagem redondo é intenso, deve evoluir, deve ser dinâmico, em constante transformação (evolução). Sua história deve aumentar seu próprio conflito, para que o enredo cresça e as complicações brotem o tempo todo, já que suas atitudes não são previsíveis.

Abaixo tem uma lista de características do personagem redondo:

•      Conflito externo: O personagem se sente muito desagradável em relação a certas pessoas e personalidades. A maioria dos personagens redondos são identificáveis pela dificuldade em se relacionar com as pessoas.

•      Conflito interno: Ele é seu próprio obstáculo. Um personagem bom e redondo terá suas próprias falhas, contradições, inseguranças, dissimulações, filosofias e problemas a superar. Em geral, o padrão de diálogo de um personagem redondo é marcado pela complexidade psicológica.

•      História de fundo: quando encontramos um personagem pela primeira vez, ele geralmente é um adulto ou, no mínimo, um pré-adolescente. Como não acompanhamos a vida do personagem desde o momento em que ele nasce, a história desse personagem é essencial para compreender suas complexidades, traumas, sentimentos, desejos e falhas.

Exemplo de personagem redondo: Os Irmãos Karamazov é um romance sobre os três filhos de Fiódor Pavlovich Karamazov, rico, mas grosseiro, de uma pequena cidade. Ivan, o filho do meio, é profundamente inteligente e profundamente perturbado. Ele é acadêmico e ensaísta e frequentemente fala sobre questões de religião, ateísmo e crueldade humana. Ele está apaixonado pela noiva de seu irmão, Dmitri.

Outro personagem complexo, tido como redondo, ou esférico, é a CAPITU do livro Dom Casmurro, de Machado de Assis. 





O QUE ACONTECEU ANTES DESTES FATOS?


A camionete parou bruscamente ao lado da cena do acidente. Era um sedan cinza capotado, todo retorcido, na faixa esquerda da rodovia. Bento saltou do veículo, precisava ajudar, e já pode ouvir os socos que retumbavam ao longe. Era um homem que, desesperadamente, tentava quebrar a janela do carro capotado. O suor escorria do rosto de Gregório, mas ele não esmorecia. Sua voz trépida gemia por socorro. E havia um choro incontido que não se sabia de onde vinha. Bento aproximou o rosto do vidro do para-brisa do veículo tombado e viu lá dentro uma criança aos berros, presa na cadeirinha do banco traseiro.  À frente, uma mulher desacordada. Viu o combustível traiçoeiro escorrer lentamente sob o veículo e encostar na sua bota:

— Vai explodir essa coisa! – Gritou. 

Correu até seu carro e, com a chave de rodas, estilhaçou o vidro do sedan.  Mas, a porta emperrada, não cedia.

— Meu Deus! Não consigo abrir essa porcaria! Me ajudem aqui! – Gritou num fôlego.

Vendo que o tempo era seu inimigo, ele, num ímpeto, se enfiou pelo vão da janela, atropelando-se pelo espaço apertado, e conseguiu liberar a criança do cinto de segurança. Percebeu uma nesga de fogo clarear na parte dianteira e se avantajar acintosamente pelo painel do automóvel.

— Pega aí!! – Gritou, Bento, colocando a criança nas mãos de Gregório.

Já ia sair, mas arriscou olhar para a mulher com a cabeça tombada ao volante. Tinha muito sangue escorrendo pelo couro cabeludo, mas surpreendeu-se com um discreto movimento de mão:

— Ela parece estar viva! Meu Deus! Examinou o comportamento do fogo, sabia que se expandiria a qualquer momento.

E Gregório, com o bebê nos braços, foi se distanciando do sedan, gritando:

— Sai daí, está pegando fogo, vai explodir! ...

Tarefa para hoje: O QUE ACONTECEU ANTES DESTES FATOS?

Tarefa para casa: O QUE ACONTECEU 10 ANOS DEPOIS?


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Neste exercício vamos trabalhar cenas dinâmicas, cenários dinâmicos, personagens dinâmicos. 

A história se fará entender em 3 tempos: o antes, o agora, e o depois. Não descuide da emoção, nem dos subtextos.

Boa escrita!








Na passagem do século XVIII para o XIX, sete meninas costumavam passar os finais de semana em uma chácara, de propriedade do Tenente General José Arouche de Toledo Rendon, de quem eram irmãs. O referido militar foi pessoa importantíssima em São Paulo. Além de ter inúmeras propriedades, foi o primeiro diretor da Faculdade de Direito do Largo São Francisco e hoje dá nome ao Largo do Arouche.

Da casa sede desta chácara, localizada às margens do Rio Tietê, onde hoje está o bairro da Casa Verde, nada ficou, a não ser a lenda de que a casa teria a cor que hoje dá nome ao bairro, o que não é correto, pois a verdadeira casa verde ficava no centro da cidade, onde moravam essas sete meninas, mais propriamente na travessa do Colégio, hoje Rua Anchieta, exatamente no número 11.

Paulo Cursino Moura, em seu livro São Paulo de Outrora, aponta que as sete irmãs chamavam a atenção porque eram graciosas e atraentes: "Eram pudicas, recatadas, olhos baixos de soslaio rapidíssimos, inquietos aos primos sedutores, de anquinhas gorduchas em adoráveis saias-balão".

"As meninas partiam em revoada aos finais de semana ou feriados". O que faziam elas? Com certeza, banhavam-se nas águas do Tietê, ainda livre, limpo e curvilíneo; desfrutavam da equitação e de tudo aquilo que a natureza quase intocada pode oferecer. Oficialmente, no entanto, ninguém jamais poderá responder. Sabe-se que as meninas eram vítimas dos boquejadores, aquelas pessoas cuja maior diversão, é falar da vida alheia. É que os passeios das meninas despertavam a curiosidade na pacata São Paulo. “Lá vem as meninas da casa verde", diziam com ironia.

Quem eram elas: Caitana, Ana, Pulquéria, Maria Rosa, Gertrudes, Joaquina e Rudesinda. Todas elas morreram solteiras e bem novas. Caitana, (assim mesmo com "i") a mais velha entre as sete, nasceu em 1752. Ela é uma das irmãs remanescentes quando da assinatura de documentos relativos à transferência das terras, em 1830, com 78 anos. (Fonte: Geraldo Nunes - Jornal O Estado de São Paulo, 2015)


TAREFA: Tomemos esse texto como mote para escrever um conto de ficção sobre uma dessas 7 meninas da Casa Verde. Considerem a época. Considerem o figurino possível, considerem o transporte, o cenário, os gestos, o vocabulário. Transporte-se para aquele cenário.

Será necessária releitura e pesquisa, para que seu texto se encha de passado e verissimilhança. 




Em homenagem aos japoneses que ajudaram a agriculturar o Brasil. 




Faça do Japão (ou da cultura japonesa) o tema da sua história

Que tal transitarmos por outras culturas, personagens engajados em outro ritmo, outros sentimentos, outra educação?

Hoje, neste encontro, vamos criar a história de um jovem japonês que veio morar no Brasil, mal chegou e já se meteu numa “encrenca” qualquer. Talvez devido ao idioma, ou desconhecia a cidade, ou os costumes tão diferentes. Capriche na caracterização do personagemAs características do personagem, lembrando que ele acabou de chegar, tem muito da cultura japonesa.

Em casa vamos elaborar uma história mais centrada na cultura japonesa, seus hábitos e costumes. Desta vez a história é sobre uma idosa japonesa que mora no Japão, que tem um familiar no Brasil, e esse familiar está em apuros. O Japão poderá ser o cenário, e o texto conterá “estrangeirismo”. O narrador será onisciente. E se você desejar, esta idosa senhora poderá ter algum parentesco com aquele jovem que veio para o Brasil, na história de hoje.

Para isso, abaixo há sugestões de nomes para os personagens japoneses, além de diversas pontuações da cultura japonesa, cujas podem ser aproveitadas para compor sua história. Mas, sugiro que façam mais pesquisas dependendo do contexto.

Vejam que trago os nomes utilizados para os entes familiares, apliquem em suas histórias., e temos também outras Curiosidades japonesas:


https://youtu.be/crj4gC8g2JM?si=J0IITcW9f7il8xNZ

Este vídeo mostra algumas interessantes passgens


Na sociedade japonesa, existe o conceito do “Uchi” e “Soto”, que significam, respectivamente, a ideia de dentro e fora, ou de interior e exterior e tem a ver com a relação que a sociedade japonesa se relaciona entre si. Por exemplo:

 

  • Os membros da família são uchi, os vizinhos são soto.
  • Os japoneses são uchi, os estrangeiros são soto.
  • Os colegas de trabalho são uchi, os clientes são soto.
  • kazoku, quer dizer família, tanto no singular quanto no plural, mas também tem o significado de membro da família em japonês.


Irmãos = Kyoudai   兄弟(きょうだい)

Irmão mais velho = Ani   兄(あに)   

Irmão mais velho = Oniisan      お兄さん(おにいさん)    

Irmão mais novo = Otouto        弟(おとうと)      


A maioria dos japoneses tem vergonha de comunicar suas emoções. Assim, grande parte da família japonesa não demonstra muito seus sentimentos uns para os outros. O sentimento de um indivíduo pode torná-lo inconveniente para uma reunião familiar. Além disso, para a cultura do país, falar sempre sobre os seus sentimentos, te torna uma pessoa não confiável.


Nomes Japoneses Femininos Mais Vistos

1.     Kira Significa “senhora”, “que tem plena autoridade”, “feixe de luz”,...

2.     Naomi Significa “meu deleite”, “minha doçura”, “aquela que é bonita e...

3.     Ayumi Significa "razão da beleza asiática", “mar de paz e prazer”, “beleza...

4.     Yumi Significa “beleza abundante”, “mulher extremamente bela”. Delicado,...

5.     Mahina Significa “Lua”, “deusa”, “a iluminada”; “pássaro...

6.     Sayuri Significa “pequeno lírio”, “lírio que nasce adiantado”,...

7.     Nara Significa "a que está mais próxima", "carvalho", "a que achata, torna plano",...

8.     Hana Significa “dom da graça de Deus”, “graça”, “graciosa”, “bem...

9.     Yuna Significa "maçã vermelha superior", "maçã vermelha gentil" ou "vegetal...

10.  Mayumi Significa "arco e flecha real", "arco recurvo genuíno"; "bonita razão",...

 

Nomes Japoneses Masculinos Mais Vistos

1.     Yuri Significa "pequeno agricultor", "aquele que trabalha com a terra", "fazendeiro";...

2.     Koda Significa “amigo”, “companheiro”, “arroz em casca de...

3.     Akira Significa “brilhante”, “luz”, “brilhando”, “próspero”,...

4.     Yuki Significa "esperança superior", "esperança gentil"; "nobre rico", "precioso...

5.     Yoshi Significa "boa sorte"; "justo" ou "bom", "virtuoso", "respeitável".  Como...

6.     Gohan Significa “aquele que é alimentado pelo entendimento” ou “esclarecimento...

7.     Shin Significa “verdadeiro”, “crente”, “avançado”. Shin é um nome de...

8.     Kenji Significa "o segundo que é saudável, forte" ou "o segundo aprimorado,...

9.     Yudi Significa  "bravo, corajoso", "superior, gentil", "homem forte". É...

10.  Naruto Significa “massa de peixe servida sobre o lámen”, “redemoinho”. Naruto...



SAKURA: A primavera, no Japão, é famosa pela floração em massa das flores de cerejeira, também conhecidas como sakura , um evento tão bonito que atrai turistas de todo o mundo. Devido ao seu florescimento impressionante, mas de curta duração, a flor simboliza a fascinante natureza transitória da vida - mas também está associada a uma mensagem de renovação e esperança para o futuro



Carne de cavalo crua é popular no Japão. Em japonês, ela também é chamada de sakura ou sakuraninki, que significa “carne de flor de cerejeira” devido à sua cor rosada. Normalmente, ela é servida crua como sashimis, em fatias bem finas, para serem molhadas no shoyu (molho de soja), mas também pode ser temperada com gengibre e cebola (e passa a ser chamada basashi), lá também fazem sashimi de carne de baleia.



O café da manhã tradicional japonês chama-se Asa gohan, que significa arroz matinal. Trata-se de uma refeição completa similar ao almoço e jantar, com direito a arroz branco, peixe, misoshiro e tsukemono.


  • Há mais de 80.000 restaurantes/lojas de macarrão instantâneo por todo o Japão. De fato, o ramen é um dos pratos que todo turista precisa provar no país, juntamente com o sushi. Apesar de, até poucos anos atrás, o macarrão não ser tão popular e ser basicamente conhecido apenas como uma opção rápida, barata e prática para as refeições, houve uma expansão da sua popularidade e lojas especializadas começaram a aparecer por todos os lados, as chamadas ramen-ya. Além disso, é normal levar a tigela até a sua boca ao invés de usar colher. E isso vale também para os alimentos que exigem o uso dos hashis:

  • Lojas de conveniência, chamadas de Konbinis, são encontradas em toda parte, às vezes dois no mesmo quarteirão.
  • Muitos japoneses ainda tem o hábito de tomar banho em “sentos”. (Banhos públicos).



Existem mais de 2 mil templos em Kyoto.

Kyoto e Nara foram poupados do bombardeio atômico durante a Segunda Guerra Mundial devido à sua arquitetura e importância cultural.

  • No Japão, há um trem que “flutua” acima dos trilhos por magnetismo e alcança até 600 km/h. O Maglev, de magnetic levitation (levitação magnética) percorre 1,8 quilômetros em 11 segundos e “levita” a 10 centímetros dos trilhos durante o percurso, impulsionado por ímãs carregados eletricamente.  Os trens no Japão são tão pontuais que as empresas inclusive se desculpam se, por acaso, algum trem parte da estação segundos antes do horário oficial.
  • Existe uma expressão para as pessoas viciadas em celulares que precisam passar o tempo todo conectadas: “fear of missing out”, também conhecida como FoMO, ou “medo de estar perdendo algo”, aquela sensação de isolamento que se tem ao ficar afastado dos aparelhos eletrônicos e da internet que acaba levando ao vício.
  • Há quatro sistemas de escrita diferentes no Japão: Kanji, de ideogramas de origem chinesa; Katakana e Hiragana, silabários japoneses; e romaji, a escrita da língua japonesa em caracteres do alfabeto latino.
  • O Japão detém 18 ganhadores de Prêmios Nobel.
  • A maioria das ruas do Japão NÃO tem nome. Ao invés disso, eles numeram os quarteirões e deixam os espaços entre eles – as ruas – sem nome.

 





Fábulas são histórias cujos personagens, em geral, são animais personificados ou seres inanimados. Esse gênero fantástico da literatura procura transmitir uma “lição de moral” utilizando uma máxima como base para desenvolver o enredo, enfatizando o bem contra o mal, o certo contra o errado.

Esopo, um fabulista da Grécia antiga, é considerado um dos maiores criadores desse gênero literário. Para criar suas fábulas, Esopo utilizou máximas como:

Unidos, venceremos. Divididos, cairemos. / O amor constrói, a violência arruína. / Quem tudo quer, tudo perde. / Não se deve contar com o ovo quando ele está dentro da Galinha.

E assim foram criadas fábulas como:

O leão e o rato: Um leão pega um rato, que implora para ser solto. O rato promete retribuir ao leão em troca de sua vida. O leão concorda e solta o rato. Poucos dias depois, o rato encontra o leão preso na rede de um caçador e, lembrando-se da misericórdia do leão, roe a corda até que o leão se liberte. A moral da história é: “Uma gentileza nunca é desperdiçada”.

A tartaruga e a lebre: A tartaruga e a lebre entram em uma corrida. A lebre zomba da tartaruga, observando como ela é naturalmente muito mais rápida do que a tartaruga lenta. Durante a corrida, a lebre faz várias pausas longas e perde tempo relaxando entre as corridas rápidas. Enquanto isso, a tartaruga avança continuamente. No final, a tartaruga vence. A moral da história é: “Devagar e sempre vence a corrida”.

A raposa e as uvas: Esta fábula é a origem da frase “uvas verdes”. Uma raposa avista um cacho de uvas no alto de um galho e as quer muito. Ele dá um salto com corrida para alcançá-los, mas erra. Ele tenta várias vezes, mas sem sucesso. Finalmente, ele desiste e vai embora com desdém. A moral da história é: “Há muitos que fingem desprezar e menosprezar aquilo que está além do seu alcance”.

Várias frases coloquiais foram brotando, derivadas de fábulas, como “um lobo em pele de cordeiro” e “uvas verdes”.

O enredo de uma fábula inclui um conflito simples e uma resolução, seguida de uma máxima. As fábulas apresentam animais personificados e elementos naturais como personagens principais. O gênero pode ter uma pitada de humor quando exalta as tolices do homem. Algumas fábulas também são utilizadas para ensinar às crianças o comportamento e os valores apropriados à sua cultura.

Para criar uma fábula, comece escolhendo uma máxima, tema de sua história. Por exemplo: “Trate os outros como você gostaria de ser tratado”. “Devagar e sempre, vence a corrida”. “As aparências podem enganar”.

Depois, escolha dois animais ou objetos inanimados para servirem como personagens principais. E, escolha as características de seus personagens. Coruja sábia; raposa astuta; abelha laboriosa; aranha complicada; boi forte, etc.

Escolha um conflito simples que demonstre seus traços de personalidade. Por exemplo, em A Tartaruga e a Lebre, uma corrida a pé é o cenário perfeito para contrastar um personagem que é lento.



A Lamparina

Uma lamparina cheia de óleo gabava-se de ter um brilho superior ao do Sol. Um assobio, uma rajada de vento e ela apagou-se. Acenderam-na de novo e lhe disseram:

- Ilumina e cala-te. O brilho dos astros não conhece o eclipse.

Esopo

Moral: o brilho das glórias não deve te encher de orgulho. Tudo o que se tem, pode se perder.

A lamparina ensina-nos que não devemos nos gabar do que temos no momento. Devemos ter humildade, porque tudo o que é bom pode uma hora também acabar.

Tanto as derrotas quanto as vitórias são passageiras.


A cigarra e a formiga

A cigarra passou o verão cantando, enquanto a formiga juntava seus grãos. Quando chegou o inverno, a cigarra veio à casa da formiga para pedir que lhe desse o que comer.

A formiga então perguntou a ela:
— E o que você fez durante todo o verão?
— Durante o verão, eu cantei — disse a cigarra.
E a formiga respondeu: — Muito bem, pois agora dance!

Esopo

MORAL: Temos que nos esforçar agora, para podermos colher os frutos do nosso trabalho mais tarde. Se não o fizermos, ficaremos dependentes da ajuda das outras pessoas.


A lebre e a tartaruga

Uma tartaruga e uma lebre discutiam sobre qual era a mais rápida entre as duas. E, então, marcaram um dia e um lugar para uma corrida. A lebre, confiando em sua rapidez natural, não se apressou em correr, se deitou no caminho e dormiu. Mas a tartaruga, consciente de sua lentidão, não parou de correr e, assim, ultrapassou a lebre que dormia e chegou ao fim, obtendo a vitória.

Esopo

MORAL: Persistência e esforço aumentam as nossas capacidades e a probabilidade de vencermos. A negligência e o excesso de confiança, por sua vez, podem nos prejudicar.


Agora que você já está mais familiarizado com o gênero, vamos criar a sua fábula.

E se você escrevesse sua fábula em verso? Rima e métrica tornarão sua fábula memorável e divertida, isso também oferecerá um desafio para a habilidade de escrita.

Vamos à sua fábula?







Quando os autores não se preocupam em empenhar emoção na história, é muito provável que a história não faça a necessária conexão com o leitor. Pois é através da emoção contida na trama que o leitor sentirá empatia com o enredo. Se não houver essa conexão, é porque não houve emoção suficiente no texto.

Não tenham medo da pieguice, não fujam daquilo que é importante para segurar seu leitor: emoção textual. O texto é sua mercadoria, ofereça a melhor, a mais atraente, a mais empolgante.

Além do já costumeiro conselho “mostre, em vez de contar”, vocês, escritores, precisam ir mais fundo, se apoderando dos pensamentos dos personagens, das expressões faciais, dos sinais através dos olhares, dos movimentos corporais. Não devem ter receio de levar o personagem às lágrimas, ou às últimas consequências. Façam isso e explorem os sentimentos deles para contagiar o leitor. Invoquem o passado do personagem para provocá-lo, tragam à tona um amor esquecido que vem agora torturá-lo, um crime escondido, um segredo que ele jamais imaginou as consequências se fosse revelado. Provoquem seus personagens! Trabalhem arduamente na emoção do personagem, na emoção textual.

Descrevam dores e sofrimentos, mostrem seus corações batendo forte, o suor escorrendo pelas costas ou suas mãos ficando dormentes por cerrar os punhos. Podem ir além, dizendo ao leitor que ele teme pela sua vida. Sim, numa conversa do narrador com o leitor, ou do personagem com o leitor, mostrem a insegurança, o medo do personagem. Explorem tudo através das figuras de linguagem, escolham um título chamativo, façam valer as ferramentas literárias que moram nos confins de tantas escritas.

Criar dois contos tendo o cuidado de empenhar emoção nos textos.

TAREFA 1: “Uma mulher faz inquietas descobertas por meio de linhas telefônicas cruzadas”

 

TAREFA 2Um homem de negócios está em viagem, quando sofre um mal súbito e perde a memória.

 






IN MEDIAS RES: In medias res é uma frase latina que significa “no meio das coisas”. Na escrita, usamos esse termo para descrever uma história que começa no meio da ação, sem o preâmbulo de uma introdução. O impacto imediato no público provoca a emoção que o fará seguir adiante. O narrador colocando o leitor no centro da ação, ele emprega uma sensação de urgência tornando a narrativa mais imersiva. É uma estratégia poderosa para cativar o público. Muito diferente das histórias que seguem uma sequência linear de cronologia.

Ilíada de Homero, já começa no meio da Guerra de gregos e troianos. Odisseia, o poema começa 10 anos após a Guerra de Troia, com o protagonista, Odisseu, sendo mantido em cativeiro pela deusa Calipso. O resto da história é contada em flashbacks, que exploram os acontecimentos que levaram à cena de abertura.

 

1. Comece pelo meio. Escolha um momento culminante, conflito, discussão, briga, revelação – qualquer coisa que indique que alguma cadeia de eventos ocorreu neste mundo antes do momento crucial.

2. Injete sua história de fundo. Se você começar sua história no meio, o público eventualmente precisará saber quem são esses personagens e o que está acontecendo. Informações relevantes podem ser fornecidas por meio de flashbacks, fluxos de pensamento, alteração da voz do narrador, ou por meio de diálogo - mas há um equilíbrio que todo escritor deve encontrar ao fornecer informações suficientes ao leitor para que ele entenda a situação atual sem despejar um tesouro de conhecimento sobre ele.

3. Torne isso urgente. A cena que você escolher para iniciar deve ser um momento crucial e de alto risco para os personagens principais de sua história e deve fazer parte integrante do enredo. Provoque o leitor, deixe-o ansioso imaginando como e por que aconteceu, e ansioso também para saber se tudo vai dar certo para os protagonistas.

 

TAREFA 1: Um segredo que gera ganância, desconfiança, e um crime.

TAREFA 2: Uma pessoa está desaparecida, ela foi sequestrada, e isso gera tumulto familiar e empresarial.








As emoções humanas nos ajudam a lidar com a vida cotidiana, permitindo-nos comunicar ou demonstrar o que sentimos em relação a certas situações, pessoas, fatos, pensamentos, sentidos, sonhos e memórias.

Muitos psicólogos acreditam que existem seis tipos principais de emoções, também chamadas de emoções básicas. Eles são: felicidade, raiva, medo, tristeza, desgosto e surpresa. A felicidade é a nossa reação ao positivo, assim como o desgosto é o revoltante e a surpresa é o inesperado. Da mesma forma, reagimos à aversão por meio da raiva, ao perigo por meio do medo e à dificuldade ou perda por meio da tristeza.

Todas as outras emoções são variedades de emoções básicas. Depressão e luto, por exemplo, são variedades de tristeza. O prazer é uma variedade de felicidade, e o horror é uma variedade de medo. De acordo com psicólogos, as emoções secundárias se formam combinando graus variados de emoções básicas. Assim, surpresa e tristeza produzem decepção, enquanto nojo e raiva produzem desprezo. Múltiplas emoções também podem produzir uma única emoção. Por exemplo, raiva, amor e medo produzem ciúme.

Cada emoção é caracterizada por qualidades fisiológicas e comportamentais, incluindo as de movimento, postura, voz, expressão facial e flutuação da taxa de pulso. O medo é caracterizado por tremores e aperto dos músculos. A tristeza aperta a garganta e relaxa os membros. A surpresa é uma emoção particularmente interessante, caracterizada por olhos arregalados e queixo caído, que dura apenas um momento e é sempre seguido por outro tipo de emoção.

Com os personagens literários, não é diferente. Eles têm reações reais aos conflitos, e essas reações são gatilhos emocionais que promovem a sequência da história.  

Aqui apontamos algumas delas para ajudar o escritor no desenvolvimento emocional do personagem:

Apatia / Ansiedade / Tédio / Compaixão / Desprezo / Êxtase / Empatia / Inveja / Medo / Constrangimento / Euforia / Perdão / Frustração / Gratidão / Mágoa / Culpa / Ódio / Esperança / Horror / Saudades / Histeria / Amor / Paranoia / Piedade / Prazer / Orgulho / Raiva / Arrependimento / Remorso / Simpatia...

 

 

Hoje, porém, falaremos apenas do MEDO, emoção que atribuiremos ao nosso protagonista na história que será criada em sala:

 

O medo é a reação emocional a uma fonte real e específica de perigo. Um mecanismo de sobrevivência, o medo está geralmente relacionado a uma apreensão em relação à dor. O medo severo é uma reação ao perigo terrível que se aproxima, e o medo trivial ocorre como resultado de um confronto que não representa uma ameaça significativa. Os graus de medo variam de uma leve cautela à paranoia. O medo pode afetar a mente inconsciente por meio de pesadelos.

O medo é muitas vezes confundido com a ansiedade, que é uma emoção muitas vezes exagerada e vivenciada mesmo quando a fonte do perigo não está presente ou tangível. Embora o medo esteja ligado à ansiedade e a outras condições emocionais, como paranoia e pânico, é uma emoção separada por si só.

Os psicólogos descobriram que o medo pode ser ensinado. Por exemplo, as crianças podem ser condicionadas a temer certas coisas. Além disso, acidentes acendem medos. Uma criança que cai em uma piscina e luta para nadar pode desenvolver um medo de piscinas, natação ou água.

 

Em casa nova história será criada, e o protagonista reagirá com RAIVA: (pesquisar mais)

 

A raiva é a emoção que expressa aversão ou oposição a uma pessoa, ou coisa que é considerada a causa da aversão. Os psicólogos consideram a raiva uma emoção natural necessária para a sobrevivência. A raiva pode trazer melhorias comportamentais; no entanto, a raiva descontrolada pode causar problemas sociais e pessoais.

Os psicólogos dividem a raiva em três categorias. Um tipo de raiva é uma reação instintiva a ser preso ou ferido. Outro tipo é uma reação à percepção de ser intencionalmente prejudicado ou maltratado por outros. O terceiro tipo de raiva, que inclui a irritabilidade, reflete os traços de caráter pessoal de um indivíduo.

A raiva às vezes é exibida por meio de atos agressivos repentinos e evidentes. Um indivíduo incontrolavelmente zangado é suscetível a perder a capacidade de fazer julgamentos sensatos e agir com responsabilidade. A raiva extrema é obviamente autodestrutiva, assim como a raiva que não é expressa externamente e mantida internamente. A raiva é muitas vezes mal utilizada por indivíduos que agem com raiva como um meio de manipular os outros.



Todos os textos devem ser enviados por e-mail para:

 oficinadetextosescreviver@gmail.com

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