Borboleta Azul - José Vicente J. de Camargo


Borboleta Azul
José Vicente J. de Camargo

Na mesa de um bar, escondido na madrugada, no meio de tragos sorvidos entre suspiros e indagações à procura dos por quês, ele se abre à pergunta da amiga:

— Sim, amor proibido tive um só!

E lhe bateu aquela saudade que o tempo não consome:

“Vivia saltitando tal borboleta azul, impulsionado pelo amor que me explodia da alma.

A insônia das noites que levava meus olhos a abraçar a paixão do meu viver.

As horas do dia que pareciam morrer, postergando ao infinito o encontro boêmio num canto qualquer.

O tremer do corpo no caminhar ansioso ao encontro do tato que minha alma alimenta.

A despedida amarga na procura de palavras vãs que não quebrem o ébrio convívio. ”

— Puxa, que amor profundo que você viveu! Me arrepio toda só de ouvir. E terminou em casamento com ela?


— Não! De amor proibido só se leva saudade. E depois, não é ela e sim ele...

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