Paixão pela sereia - Oswaldo Romano


PAIXÃO PELA  SEREIA
Oswaldo Romano                                                                                                                   

Tive medo da vida
Quando lhe conheci.
Você estava tão linda
Logo vi que lhe perdi.

Sua beleza agitaria os mares.
Eu modesto navegador
Acreditando no amor, esperava por milagres.
Achava-me acabado, carregava a dor.

Dor, desleixo, barbudo, vivo no mar a deriva, sem rumo.
Num encontro acidental com ela, até acreditava.
Meu barco está vazio sinto falta de carinho, mal durmo.
Rezo e peço a Netuno nosso rei, o milagre de encontrá-la.

Aconteceu! Você emergiu vestida de Sereia, dia de maré cheia, muito alta.
Ofuscante, pensei ser visão, então a vi, foi meu maior espanto.
Você sorria,  olhava admirada, num palco iluminado por luzes da ribalta.
Nunca dantes esperada, emergindo nestes cantos, estava um encanto.

Não era ilusão, nada de visão, era você,  tinha certeza.
Chamava-me, me queria, senti forte paixão, corri pro convés me debrucei.
Tomei coragem pulei, mergulhei, abracei-a, meu Deus, que leveza.
A areia mexeu, a agua turbou, surge um monstro, era Néss - assustei….                                                                                                                     Nos agarramos, chamei por Netuno, socorroooo...   ACORDEI.

Nenhum comentário:

Postar um comentário