Se o mundo fosse acabar amanhã - Angela Barros


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Se o mundo fosse acabar amanhã
Angela Barros


        Se o mundo fosse acabar amanhã eu pegaria minha varinha mágica e sairia por aí mudando o mundo.

        Começaria já, hoje, não amanhã, quem mandou avisar com antecederia? Passaria a noite em claro. Aliás, transformaria a noite em dia para aproveitar cada precioso segundinho da centelha da vida.

        Já de cara me dotaria de super poderes, todos os possíveis e imagináveis, nada de modéstia nessa hora. Não vou dar uma de hipócrita, já de cara me daria de presente dez centímetros de altura, pelo menos no último dia da minha vida eu sentiria o gostinho de ser alta sem um sapato de salto alto.

        Como o mago da lâmpada de Aladim ofereceria a todos que encontrassem pela frente um segundo para desejar um desejo, nesses momentos não dá para ficar pensando muito, se deseja muito uma coisa, sabe exatamente o que quer.

        Daria um giro ao passado para conhecer as sete maravilhas do mundo antigo. Subiria na grande pirâmide de Gizé, passearia nos jardins suspensos da Babilônia, apreciaria a estátua de Zeus e o templo de Ártemis. Visitaria o  Mausoléu de Halicarnasso. Subiria nos ombros da gigantesca estátua do deus do sol, Hélios, conhecida como o Colosso de Rhodes. Reconstruiria o Farol de Alexandria tido durante muito séculos a maior construção erguida pela humanidade.

        Ainda no passado, iria ao encontro e beijaria com carinho meus pais queridos que viveram tão pouco.

        Voaria à Marte, a Vênus, e a Lua.

        Jogaria todos os homens maus de colarinhos brancos num fosso infinito de um vulcão em erupção para que virassem carvão, bem devagarinho.

        E, com um sopro de quem deu origem a vida eu traria a primavera  para florir o último dia do globo terrestre. Nada de gelo, tempestades ventos ou ciclones, apenas uma brisa fresca perfumada acalentaria a terra.

        Se o mundo fosse acabar amanhã …


        

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