A gota d´água - Fernando Braga


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A gota d´água
Fernando Braga

Sou pequena gota d´água
Formada por pais gasosos
Hidrogênio e oxigênio
Se uniram esperançosos.

Na formação do universo
Foi prevista minha criação
Para a existência de vida
E de sua evolução

Dez mil de minhas gotinhas
Para um litro, encher a metade
Imaginem o que é preciso
Pra formar a tempestade

Venho do céu, cubro a terra
Mato a sede, irrigo o solo
Preservando o que é vivo
Embalado em meu colo.

Formo mares, aquíferos, rios
Mantenho a vida em progresso
Quando falto surge o caos
E a vida entra em recesso.

No grau zero viro gelo
Quando fervo vapor sou
Nos três estados da matéria
Encontram-me como estou

Cuidem de mim meus meninos,
Minha importância não é surpresa
Não poluam as minhas fontes
Não destruam minha pureza.

Se hoje estou em abundância
Amanhã posso faltar
Não aceito desperdício
Mesmo quando se banhar

Muitas vezes me enervo
E tempestade planejo
Despejando muita água
Sobre muitos que não vejo

Quando me uno ao ciclone
Ninguém mais forte é
Nossa magnitude sempre
Derruba o que está de pé

Na minha grandeza toda
Me tornei jactanciosa
Perdoem-me quando exagero
Mostrando que sou preciosa

Sei que muitos me respeitam
Mas a maioria não
Me sujam, poluem, me matam
Posso perder minha função!

Sou pequena gota d´agua
Sem forma, gosto ou cor
Venho fazer um apelo
Reconheçam meu valor!


Um comentário:

  1. Parabéns, muito boa poesia. Coerente, verdadeira e bem feita. Adorei! Ledice Pereira

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