Uma história sinistra - Ledice Pereira



Resultado de imagem para mão empunhando revolver


Uma história sinistra
Ledice Pereira



O ruído de uma CHAVE girando na fechadura os fez ficar imóveis.

Estavam na casa da fazenda, por si só, sinistra.

Não havia mais ninguém além dele e a namorada.

Sorrateiramente, Miguel arrastou-se até o topo da escada.

Dali avistou a silhueta de um CHAPÉU, cuja sombra balançava na parede pouco iluminada.

Num SUSSURRO, pediu à Fabiana que apanhasse seu revólver.

A jovem, com OLHAR apavorado, esticou os braços para alcançá-lo, entregando-o ao rapaz.

Miguel tremia. Com a luz de seu celular e de arma em punho, começou a descer os degraus, pé ante pé. Estava pronto para disparar quando deparou com o velho padre da cidade, estirado no sofá, onde costumava se refestelar toda noite, aproveitando do fato da casa estar habitualmente vazia e ele ser encarregado, pela dona da fazenda, de dar umas incertas no lugar.

Ao vislumbrar o brilho da arma apontada em sua direção, o homem tentou levantar-se rapidamente, caindo feito um saco de batatas. 

Miguel teve dificuldade em esconder o riso. Afinal, a cena era patética.

Fabiana, que optara por seguir o namorado, também não conseguiu disfarçar a risada.

O padre, ao perceber o susto que causara nos dois jovens, acabou por juntar-se a eles numa grande gargalhada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário