AS REDES SOCIAIS - Sérgio Dalla Vecchia

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AS REDES SOCIAIS
Sérgio Dalla Vecchia


Por que tanta pressa?

Onde queremos chegar?

Parece haver uma guerra sem fim combatendo o que há de concreto.

Todas as operações estão cada vez mais rápidas e eficientes no abstrato.

Nuvens, gigabits, games, bitcoin e tantos outros substantivos para designar o impalpável.

A atmosfera congestiona-se de ondas eletromagnéticas em incontáveis números de frequência, e nada de concreto.

No entanto, na contramão da evolução lá estão as fotos oxidadas pelo tempo, nas páginas dos álbuns familiares, mostrando por si só a marca real do tempo, validando a história de gerações.

Também o telefone, apenas telefone, pesado, grotesco, testemunha o deleite dos jovens, com a conversinha inocente dos casais apaixonados.

Tudo era real e visível, desde o aparelho de telefone até os cabos elétricos, que transportavam a vibração das vozes por ruas e avenidas.

Não pretendo ser nostálgico, nem  tampouco  ignorar a evolução tecnológica e seus benefícios.

Todavia, vejo as redes sociais apagando o passado, a história, o glamour das bibliotecas, e a tradição com a falência de uma multinacional dos filmes fotográficos, com os quais revelamos a nossa história em papel e a temos em mãos até hoje em qualquer lar mais conservador.

O avanço tecnológico é tamanho que do jeito que vai, nem nós existiremos mais fisicamente. Seremos nuvens e os filhos nuvenzinhas.

Não precisaremos de mais de nada para vivermos, nuvens não se alimentarão e tão pouco dialogarão. Reparem no comportamento de uma família pré-nuvem em um restaurante. Pouco comem, não se olham e nada conversam, apenas digitam freneticamente nas redes sociais.

Portanto, eu angustiado pergunto e suplico:

Para que pressa, nessa busca desvairada do abstrato, esquecendo-se da essência das nossas vidas?

Deixem o corpo matéria existir em paz!!!


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