DESFECHO INESPERADO
Carlos Cedano
Chegando a casa Rita armou-se de paciência para
suportar a presença de seu marido que agia como se estivesse por cima da carne
seca, além disso, contava com o apoio e gratidão da família dela. Nas próximas
semanas Rita deu corda para o marido, confiava que Paulo em algum momento
cometeria um erro.
Três meses depois chegou esse dia, o safado deixou seu
computador escancarado e Rita, pacientemente, leu os e-mails, seu Facebook e os arquivos da
pasta “Documentos”. Depois selecionou cuidadosamente os documentos que pareciam
mais explícitos do adultério e tirou copia deles.
Contatou uma agência de detetives e falou com o dono, um
senhor moreno e bem apessoado que a escutou atentamente. Depois o Detective Ramos, fez perguntas para conhecer
o panorama de sua situação com o marido e obter informações sobre suas
atividades, endereço de trabalho e uma foto dele.
Ramos trabalhou durante uma semana e sem dificuldade
seguiu os passos de Paulo, tirou fotos dele com uma bela mulher quando saia da
casa dela e quando entravam ou saiam de restaurantes e motéis. Com os
resultados em mãos, Ramos chamou Rita para seu escritório e mostrou-lhe as
fotos. Agora não havia dúvida da infidelidade do marido, a mulher da foto era “amiga”
dela, Paulo as tinha apresentado numa reunião social com colegas de trabalho.
Rita disse para o Detetive:
— Preciso de provas em caso de um divórcio, mas não
vou facilitar a vida dele, no momento o
que quero é dar um bom susto nesse cretino.
O Detetive Ramos pensou e após alguns minutos
disse-lhe:
— Se a senhora tem confiança em mim tenho uma ideia
que costuma a funcionar.
— Qual é? Retrucou Rita.
Ela escutou com atenção e achou a ideia excelente, e aprovou-a.
Na madrugada de um sábado para domingo, Ramos ligou
para Rita e disse-lhe:
— Dona Rita nosso plano não saiu como esperávamos.
— O que foi? Perguntou a esposa ansiosa.
— Esperei seu marido sair da casa da amante e o
abordei e lhe disse que estava mexendo com minha irmã apontando-lhe meu revólver,
nesse instante ele caiu duro, chamei a policia e o serviço de ambulância, que
chegaram praticamente juntos.
— Oh meu Deus! – disse Rita - E agora que faremos?
— Bem Rita, agora você já não precisa das provas da
infidelidade de seu marido, ele já era!
— Não existe perigo de sermos acusados de assassinato?
— Não Rita, não! A senhora estava na sua casa, seu
marido numa rua distante do lar e de repente sem motivo aparente ele caiu duro,
a policia e os médicos confirmaram o infarto fulminante.
Deus escreve certo por linhas tortas... Coitado do Paulo
disse Rita para o Detetive. Desligou e essa noite dormiu tranquila e feliz com
o desfecho inesperado.
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