Quando a tragédia nos separa
Luisa
Helena Rodrigues Alves
Não
dá para apagar aquela cena!
Jenuino não se conforma!
Mas, como é que pode meu
Deus!
Aquela
mulher tão bondosa cuidou de seu filho a vida toda. Jenuino chora como nunca
tinha chorado. Calejado pela lida dura do campo, as mãos grossas de trabalhar
na roça... Ainda não acredito no que vi com meus olhos. O menino rapazinho,
sufocando a própria mãe! Conferiu quando
a levantou e ela tombou de novo com o peso do corpo sem forças... O menino
assustado apertou o pescoço da mulher errada! É de arrepiar, querendo roubar
acabou como assassino. O menino assustado gritava: O que foi que eu fiz? Jenuino
trabalhava há muitos anos de ajudante na fazenda, dia a dia via o esforço daquela mãe para criar o
filho sozinha. Jenuino ajudava no que podia: Foi ele quem o ensinou a pescar, a
cuidar dos cavalos, a roçar.
Não
acredito! Que desgraça! Que fatalidade! Esse menino me apronta uma dessas,
agora eu perco a mulher que de longe eu
amava e a família que eu queria ter um dia....Chora mas não se esquece, a
policia chega e leva o menino para a delegacia. Como é a vida: que impasse,
protege o menino ou o deixa ser castigado severamente? De qualquer jeito ele
perde... Perde o amor de sua vida, perde o
menino, perde a fé no ser humano. Sente-se perdido!
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