Neco,
o burrico falante
Acacia Lima
Numa floresta bem
distante, vivia um burrico muito tagarela. Todos o chamavam de Neco.
Naquele dia Neco estava
sozinho. Não encontrou ninguém para conversar. Andou de um lado para o outro,
sem saber o que fazer.
Até que resolveu ir até o
lago.
Lá encontrou uma jovem
vestida de azul clarinho. Tinha os cabelinhos amarelos encaracolados. Parecia um anjo.
Ela olhava para o lago, e
chorava. Neco se aproximou, e tentando animá-la.
- Não chore!!! Você é tão linda!
Ela olhou para ele, mas
parecia que chorava ainda mais. Neco
continuou:
— O que posso fazer para
ajudá-la.
—Eu estou muito triste.
Não tenho amigos, não tenho ninguém. Meu pai é muito bravo e não me deixa sair
de casa. Agora mesmo tive que escapar. Queria ver o lago e passear, sou jovem
quero viver.
— Ah! Mas, agora você
arrumou um amigo.
— Ora, você é só um burrico, como pode entender
os meus problemas.
—Mesmo um burrico tem seus
problemas. Aliás, nem os queira saber. São bem complicados .
— Que problemas “complicados”,
pode ter um burrico? Você pode andar livremente, fazer amigos, passear no lago.
— É. Mas, eu também quero
viver. Certa vez, encontrei aqui na floresta uma bruxa malvada, que me prendeu
aqui. Nunca mais pude sair da floresta. Não posso ver meus pais, nem meus irmãos. Você não sabe como
isso é triste! Você ainda vê seu pai, mesmo ele sendo bravo. Por isso eu
converso, para esquecer essa que sou um burrico da floresta.
— Nossa! Não pensei que um
burrico pudesse ter problemas.
Com pena dele, Sam lhe
beijou o rosto. Nesse instante uma faísca de luz clareou o lugar. E Neco, imediatamente,
se transformou em um galante rapaz loiro, com muitas pintinhas no rosto.
— Ora, você não era um
burrico?
— Não, não era. A bruxa
malvada me transformou em burrico.
Sam agora já sorria.
Ambos se abraçaram e
caminharam lentamente pela floresta.
Agora seriam amigos.
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