Lembranças
Luisa
Helena
A rua
movimentada, pessoas ocupadas, cada qual cuidando dos seus afazeres: pagar as
contas, fazer a feira, levar as crianças para a escola, lavar a calçada... As pessoas
atravessavam a rua e o caminho dos outros, mas, por incrível que pareça, todos
caminhavam livremente sem se trombarem. Eu gostava de olhar a rua com suas
janelas floridas e seus cães latindo e abanando a calda com alegria. De longe se
ouvia a música do vendedor de pamonhas:
—
Pamonhas, pamonhas de Piracicaba. Vinha-me a lembrança de Piracicaba, terra do
meu avô. Reuníamos todas as férias os primos e virava uma festa. Casa grande,
muitos quartos, corríamos sem parar. Meu avô teve doze filhos e meu pai, como
um filho dedicado, frequentava pelo menos duas vezes por ano. Meu avô chamava
as crianças para jogarem baralho com ele, nós revezávamos, pois não queríamos
parar de correr para jogar.
Saudades
de Piracicaba. Saudades de meu avô, da minha infância repleta de brincadeiras. Ah!
E da pamonha, que não é só de Piracicaba.
Que faz
parte da parte doce da vida!
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