TURISTA
DESORIENTADO
Maria Luiza de C.Malina
Animado o aventureiro
deposita seus pés na quente areia de São Salvador, Bahia.
Descansa a mochila ao som
da Capoeira e seus trejeitos. Também sou capaz de fazer os passos, é só
observar mais um pouco. Fica por uma meia hora na observação.
Um estende a mão. Convite
aceite: - Quando eu entro você sai, quando você sai eu entro. O berimbau chora
lento. O salpique adentra. Adentra. O turista de lá pra cá. As palmas aumentam.
Aumentam os espectadores. A magia do berimbau. Eu vim fazer chuê chuá... chuê
chuá...
Noite adentro o jogo da
Capoeira não tem lelê e nem lalá. Caipirinhas, água e muitas brejas. A capoeira
d’Angola. Atenção e silêncio.
O turista acorda pela
manhã estirado na areia: - Idalina tá me chamando, Idalina tá me chamando.
Desorientado procura por um tesouro preto. – Me dá meu dinheiro valentão, que
no meu dinheiro ninguém põe a mão. Olhe que te ponho no chão valentão.
- Aqui num tem tesouro, só
besouro, berra o negão de dente de ouro.
- Desculpa, eu sonhei na
areia. Venho de longe, resmunga.
- Em terra alheia, pise no
chão devagarinho.
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