SORTILÉGIO DA ALIANÇA
M.Luiza de C.Malina
“O
bruxo é famoso. Descobre tudo. Vamos lá?”
Irene
convence quatro amigas à consulta com hora marcada. Com pouco atraso, logo
foram atendidas. O bruxo necessitava de uma aliança “qualquer” dizia ele. Em
seguida pedia:
— Por favor, alguém tem uma corrente de ouro?
Prestativa,
a outra empresta para que o senhor dos anéis, rapidamente atenda a todas.
A
curiosidade e o tempo curto, às escondidas dos maridos, as deixavam ansiosas.
Com
a palma da mão estendida, lia as mãos. Com a aliança alheia, pendurada em uma
corrente, também alheia, ele fazia as previsões quanto ao número de filhos.
Aliança
parada, nenhum, Aliança girando: filha mulher. Aliança balançando em um vai e
vem reto: homem.
Surpreendente.
Acertava o sexo dos filhos das clientes. As recém-casadas esperavam o momento,
afinal emprestaram a aliança e a corrente para o evento. A fila era enorme.
Após
a consulta, as confabulações atropelavam a alegria de uma junto à outra. Saíram
apressadas. Já chegando a casa, Irene
lembrou-se da aliança que emprestara e da corrente da amiga. Pânico geral.
Combinaram de voltar no dia seguinte e Irene, pobre Irene, passara a noite
escondendo a mão.
No
dia seguinte, lá chegaram. Surpresa! Encontraram uma placa, Aluga-se. Fechara o
pequeno “muquifo”.
– Sumiu o fdp! - exclamaram juntas.
Não
deu outra.
-
À rua do ouro! - diz Irene. Na primeira
esquina esbarram com o falso bruxo. Todo esfolado das bolsadas, devolveu a
aliança e a corrente, antes que o público o linchasse.
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