CARTA AO IRMÃO PIU
Oswaldo
Romano
Theo completando 25 anos está a quatro
trabalhando na Inglaterra. Deixou sua família em São Paulo certo de que sua
missão não demoraria mais do que ano e meio.
Em São Paulo morava com a mãe Diva, o
irmão Piu e o tio Zeca. Além da família, seu maior sentimento foi deixar seu
gatinho, criado por ele desde a mamadeira.
Tinha a maior paixão pelo animalzinho.
Confiou no irmão, certo de dar-lhe o melhor cuidado.
Na verdade cuidava, mas era difícil
segurar um gato. Acabou fugindo e foi atropelado na rua.
Era responsabilidade do irmão Piu
comunicar o ocorrido, e o fez, achando correto, com os mínimos detalhes.
Theo sofreu muito com a notícia, e
chamou a atenção do irmão. Ele poderia ter-lhe passado a notícia com palavras mais
suaves. Ter contornado o impacto. Poderia ter dito que o gato subiu no telhado e
caindo foi impossível salvá-lo. A
notícia foi seca, muito triste, ficou abalado.
Dois meses depois Theo recebe outra
carta do irmão Piu. Falava:
— Foi triste irmão. Mamãe subiu no
telhado.
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