RECORDANDO ANTIGOS TEXTOS
ANTONIA MARCHESIN GONÇALVES
A ILHA DESAPARECIDA
Daniel
Holland aportou numa pequena ilha que fazia parte de Chesapeake Bay, sendo ele
o primeiro morador, isso nos anos 1600. Um homem visionário enxergou na ilha um
grande potencial para iniciar ali um novo povoado, que se concretizou com a
vinda de outros moradores, agricultores e pescadores em sua grande maioria. A
ilha precisava de um nome e em homenagem ao Daniel deram o nome de Holland
Island. A medida que crescia foi se formando a cidade com lojas, igrejas,
escolas e até um time de beisebol. Com a prosperidade crescendo em torno da
pesca de ostras e de caranguejo.
A
natureza deu-lhes uma ilha para habitar e dela viver, no entanto a própria
natureza viria mais tarde mostrar sua força, sua fúria. E veio aos poucos
trazendo o mar para encobrir a ilha.
A
ilha de Holland com a subida do mar, e a tempestade tropical, foi sofrendo
danos irreversíveis, com a destruição das pequenas casas dos pescadores
forçando-os a abandonarem suas casas e se fixarem em terras firmes.
Assim
também aconteceu com a erupção do Vesúvio na Itália que fez encobrir Pompéia,
do maremoto no Japão. São as forças da natureza que ascendem à superfície. Há
muito que essas catástrofes causam grandes desaparecimentos, na pré-história
toda uma civilização de Dinossauros foi exterminada...”
Na ilha de Holland não foi diferente com a subida do mar, com o terremoto
e a tempestade tropical, foi sofrendo danos irreversíveis, com a destruição das
pequenas casas dos pescadores forçando os moradores ao longo do tempo
abandonarem as suas casas e se fixarem em terras mais firmes.
Em
1922 todos já haviam abandonado a ilha, mas nessa época só uma casa de dois
andares resistia e chamou a atenção em 1995 de um senhor antigo morador da casa
o Stephen Wite já um ministro metodista e ex-barqueiro, que puramente por
motivos sentimentais comprou-a não se importando com o valor monetário, mas
tinha ele a intenção de salva-la e o que restava da ilha, não conseguiu.
Apesar
do apego sentimental que tinha pela casa, a luta conta a natureza foi inglória,
e agora Holland Island é apenas uma mancha no mar...”
O
MUNDO DE JHON
O mundo do pescador e
barqueiro Jhon era a sua casa, a sua família, o seu barco, na sua ilha onde
nascera, estudara e formara a sua família e o seu ganha pão.
O mundo do pescador com uma
vida simples e de muito trabalho sem grandes pretensões, ele saia a noite para
pescar e o resultado da pesca diária era vendida no mercado de manhã onde os
habitantes acostumados com a chegada dos
pescadores iam comprar o peixe fresco.
O mundo de John como todo
conto de fadas tem o seu lado das bruxas, e o dele começou quando as primeiras
casas vizinhas foram destruídas pela tempestade tropical e ele foi vendo os
seus vizinhos e amigos irem embora da ilha.
O mundo do John foi ficando
mais assustador quando a sua família
preocupada com a invasão do mar sobre a ilha, começaram a pressionar para se
mudarem para um lugar mais seguro.
O mundo de John estava
saindo do controle e ele assustado resistia com apego a sua terra, mas chega a
hora de tomar a decisão, pois a ilha estava desaparecendo e a sua casa a qualquer
momento ia afundar também.
O mundo de John iniciou o
recomeço, agora em terra firme e com suas economias abriu uma peixaria e com
isso foi prosperando e tendo uma vida mais confortável para ele e a família.
O mundo de John confirmou o
velho ditado popular “ Há males que vem para o bem”.
ENCONTROS NO CAFÉ
Dona. Helena morava
em frente ao Café Sans. A rua tinha
pouco movimento, mesmo assim ela gostava de várias vezes ao dia sair na janela
para observar o vaivém da vizinhança. Dizia ela que no Café Sans os clientes
eram sempre os mesmos, cada um com seus horários habituais. Com o seu costume,
fazia deliberações sobre os clientes. Ficava imaginando qual seriam os seus
ofícios, se eram casados ou amantes, pobres ou ricos, uns apressados, outros
tranquilos, até que um casal chamou mais atenção.
Todas as tardes o
casal entrava no café, conversava alguns minutos e em seguida ia embora. Aparentemente,
voltavam ao trabalho, pois se dirigiam em direções opostas. Há algo estranho
com esse casal, pensava ela. Ás vezes eles tomavam algo, nunca comiam nada,
ficavam pouco tempo. Dona Helena chegou a pensar que eram espiões trocando informações
secretas. Resolveu investigar.
Passou a frequentar
o café no mesmo horário, chegava ela minutos antes, assim podia sentar mais
perto da mesa, sendo que usavam sempre o mesmo lugar, pedia um café e munida de
uma revista ficava com os ouvidos atentos. Descobriu que ele se chamava
Frederico e ela Barbara, grande avanço. O segundo passo era entender o que era falado,
mas aí a coisa complicou, pois não usavam palavras e sim trocavam
bilhetinhos, Dona Helena acompanha tudo pelo espelho do pó-de-arroz. Com certeza são
espiões, repetia. Entretanto não conseguia confirmar sua suspeita, pois mesmo
com a ajuda do espelho, não tinha acesso ao conteúdo dos bilhetes. Resolveu que
seguiria o casal. Cada dia um para tentar saber mais informações, assim o fez.
Seguiu Frederico
primeiro constatando que ele trabalhava num prédio de escritórios de advogados.
No dia seguinte seguiu Barbara, ela trabalhava em uma joalheria a algumas quadras
do café. São ladrões, estão planejando um assalto à joalheria, pensou, farei
uma denúncia anônima e serão desmascarados antes do assalto. Feita a denuncia,
contada com todos os detalhes, esperou a polícia agir. Dona Helena fez questão
de estar no café na hora da ação, chegando a policia viu os jovens sendo
abordado, que para o espanto deles, tiveram que mostrar os tais bilhetinhos.
Constrangidos sem
entender aquela situação, entregaram os bilhetes, e para surpresa de todos eram
casados e que para apimentar o seu relacionamento, através deles combinavam a
fantasia erótica da noite, comprando os acessórios na loja de Sex Shop nas
imediações do café. Os policiais deram uma repreensão em Dona Helena, que
envergonhada foi para casa pensando, vou arranjar um trabalho de voluntariado
para me ocupar, chega de me meter na vida dos outros.
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