REFLEXÃO
Sérgio Dalla vecchia
— Enfim só!- Foi a frase
engasgada liberada dos pulmões aliviados, pelo prolongado sofrimento daquela
infeliz moça à beira mar.
O azul do céu, o mar e a
atmosfera faziam de Bia uma alma leve, naquele tranquilizante cenário da
natureza.
Acabou de atravessar um
período cinza de um divórcio litigioso.
Nela, sentada na praia,
flutuavam pensamentos, enquanto singrava cada uma das ondas, na busca do rumo desconhecido
do porvir.
Embora, o alívio do fim do
processo, com ganho de causa a fizesse muito feliz, ainda estava insegura.
Sentada em relaxamento,
pernas estendidas, glúteos acomodados, costas inclinadas para trás apoiadas nos
dois braços, ancorados pelas mãos
espalmadas sobre a areia úmida, sugava inconsciente a energia limpa da
natureza.
Naquela posição, protegida
do sol por um charmoso chapéu de palha, pensamentos brotavam, hora límpidos,
hora turvos até se ausentar da realidade.
Assim latente se manteve até
que, uma borboleta passou rente ao seu rosto e a despertou. Deu meia volta e
pousou sem cerimônia numa das mãos. A primeira reação foi medo, mas lembrou-se
que leu que as borboletas trazem sorte e renovação. Então...
Olhos brilharam e o futuro
acenou com um sorriso.
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