A LIVRE
JULIANA
Antonia Marchesin Gonçalves
Quando conheci Juliana o que me impressionou foi
sua fisionomia tranquila, olhar de quem está de bem com a vida, sabe? Sem rugas na testa de sinal de preocupação.
Havia parado no posto da estrada para um lanchezinho rápido e água gelada,
quando a vi entrando. Usava calças jeans chapéu de abas largas, debaixo do
braço o violão, arrastava pequena mala na outra. Sentou-se à minha frente e
perguntou-me se podia me fazer companhia. Sem problema, respondi.
Apresentou-se e disse-me que andava pelas
estradas, por opção de vida, sem amarras em nada e a ninguém, paro quando
quero, durmo a hora que tenho sono. E continuou a desfolhar sua liberdade. Viu
o meu espanto, mas ainda disse: é a verdadeira liberdade que não abro mão.
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