DAUPHINI O PRIMEIRO CARRO
Antonia Marchesin Gonçalves
O carro ainda
esta guardado na garagem do Frits Shuber, ele tem um carinho enorme pelo seu
primeiro carro. Nos idos dos anos 20, 30 ele havia chegado ao Brasil com a
promessa de que chegaria com direito a um lote de terra para iniciar e
desenvolver o cultivo de uva na região do interior do Rio Grande do Sul.
Ao chegarem,
conta ele com a esposa Berta, o encantamento deles sobre a cidade foi enorme,
ficaram admirados que apesar da depressão financeira no mundo, a pujança
parecia inabalável no país, não era bem assim, não sabia da quebradeira dos
barões do café. Mas como eles não falavam sequer uma palavra em português a
admiração era grande. Acompanhado de Berta foram recebidos e já enviados para o
seu destino, aonde seria a sua terra, estavam junto com eles outro grupo de
alemães cada um teria o seu lote.
Lá chegando a
decepção foi total, pois não eram lotes de fazendas planas e sim montanhas
totalmente sem estrutura nenhuma e total mata. Unidos os grupos de alemães
derrubaram arvores, construíram seus casebres e isolados, foram aos poucos
formando a vila, se tornando com o tempo uma cidade prospera e ele também.
Construiu uma casa maior de alvenaria e madeira, prosperou com sua cultura de
uvas, adquiriu vacas de leite e vendia os seus queijos, assim criou e estudou
seus filhos.
Quando conseguiu
nos anos 50 comprar o primeiro carro, o Dauphini, até então usava carroça
puxada a burro, foi o maior presente que poderia se dar, foi um motivo de
orgulho. Tem agora uma camionete mais potente para ir a cidade no dia a dia,
mas nos dias de comemoração anual que a cidade faz, com danças, roupas e
comidas típicas, ele lustra bem o seu carrinho e participa do desfile pelas
ruas com sua Berta ao lado, feliz e orgulhoso.
Antonia, minha mãe teve um Dauphine onde aprendi a dirigir. Inúmeras vezes ele enguiçou e tivemos que chamar o Automóvel Clube para vir nos pegar de guincho. Hahahaha. Abraços Ledice
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