CARNAVAL DE CAMAROTE
Antonia
Marchesin Gonçalves
Nos idos dos anos 70 até em
torno dos 80, o carnaval de rua era divertido, inocente, todas as pessoas se
fantasiavam, da criança ao adulto. O dia todo, viam se pelas ruas pessoas fantasiadas,
crianças brincando com esguichos de água, confetes e serpentinas, mas ao final
da tarde é que se reuniam o maior número de foliões e ia pela noite adentro, os
corsos desfilavam nas ruas e a multidão com lanças perfumes cantavam as
marchinhas e tocavam os seus instrumentos que eram poucos, a música vinha mesmo
dos foliões.
No sobrado da rua principal
do bairro de Pinheiros, Veridiana da sua varanda assistia a tudo, desde os
corsos que começavam na Av. Paulista e terminavam no Largo da Batata. Ela colocava uma poltrona e com seu marido, e comendo
os bolinhos de chuva, jogavam serpentina e confetes nos foliões. Certo ano
Veridiana da sua janela assistiu a um carnaval de horror, uma briga que a
deixou chocada.
Passava um casal de irmãos adolescentes,
a moça muito bonita fantasiada de havaiana e ele de capitão, ao mesmo tempo
passa um terceiro adolescente, quando este se dirige à moça falando algumas
frases nada educadas, no que o irmão da moça se revoltou. No entanto, o indivíduo
cafajeste estava armado de navalha e usando-a para se defender cortou o rosto do
irmão da moça. Depois fugiu. Veridiana desceu o mais depressa que pode e já na
rua acalmou a moça que estava em pranto, levou-os para a farmácia que acudisse
o rapaz, mas como precisaria de pontos o farmacêutico fez um curativo e
recomendou que fossem para o hospital.
No Pronto Socorro do Hospital
das Clinicas foram prontamente atendidos e ela pode então chamar os pais do
casal. Depois desse episódio Veridiana perdeu todo interesse pelo carnaval,
assiste as escolas de samba pela TV.
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