Amizade - Maria Verônica Azevedo


        


Amizade
Maria Verônica Azevedo



        Faísca era neve e Veludo era bronze. O contraste entre eles reforçava sua amizade.

        Divertiam-se os dois juntos em longas cavalgadas, ora atravessando as areias do deserto, ora correndo loucamente na praia. Não tinham limites. A amizade era reforçada por uma corrente de cumplicidade. Um era a segurança do outro. Até que Veludo tropeçou numa pedra e caiu machucando uma perna.

        Faísca queria ajudar. Ficou ao lado do amigo. Não saía dali. Até que avistou, ao longe, uma caravana vinda em sua direção.

        Correu ao encontro dela. Então começou a andar em círculos ao redor da carroça. Depois parou e ficou a relinchar e a arranhar o chão com a pata.

        Na carroça da frente, ia um senhor idoso tendo ao seu lado o filho e a neta. A menina assustada, logo entendeu a mensagem de Faísca. Então gritou a plenos pulmões:

        — Vovô, o cavalo está pedindo socorro! A gente precisa acudi-lo. Vamos atrás dele.

        Ao que o velho atendeu.

        — Vamos, Letícia! Podemos ajudar!

        Com o movimento adequado da rédea, fez a carroça ir adiante seguindo o belo cavalo branco. O avô sabia como agir. Quando avistou veludo deitado, rasgou a barra da camisa para improvisar uma bandagem. Andou alguns metros para dentro do bosque e logo voltou com algumas ervas. Abaixou-se ao lado de Veludo. Fez o curativo. Em poucos minutos o animal se acalmou.

         Faísca, ali de pé, esperava calmamente. Não sairia dali enquanto o amigo não pudesse segui-lo.

        Satisfeito, o velho seguiu viagem com a família.



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