O PEQUENO GRÃO DE AREIA - Oswaldo U. Lopes

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O PEQUENO GRÃO DE AREIA
Oswaldo U. Lopes

Um pequenino grão de areia
Que era um pobre sonhador
Olhando o céu viu uma estrela
Imaginou coisas de amor.

Passaram anos, muitos anos
Ela no céu e ele no mar
Dizem que nunca o pobrezinho pode com ela encontrar

Se houve ou se não houve
Alguma coisa entre eles dois
Ninguém soube até hoje explicar
O que há de verdade
É que depois, muito depois
Apareceu a estrela do mar

        Quem andando a beira mar, pisando na areia, com os pés na água e encontrando uma estrela do mar, não parou e ficou pensando nos versos de Paulo Soledade, na voz de Dalva de Oliveira?

        Eu já parei, olhei para baixo e depois para o céu e fiquei ali encurralado pela pequenez do grão e a imensidão da Via Láctea. Será que houve alguma coisa entre eles afinal?

        A estrela do mar anda sumida, mas quando mais jovem me deparei com várias, fugidias, escavantes, mas bonitas, fruto de um amor impossível?

        Quem nunca viajou na solidão pensando de onde veio, para onde vai? Nascemos solitários e do mesmo modo morremos, mas no caminho com quantas estrelas cruzamos? Quantos sonhos vivemos, quantas esperanças perdidas, quantos amores achamos?

        Nessa história sempre fui grão de areia, fincado no chão, sem muita mobilidade, olhando a estrela e com ela sonhando.


        Muitas vezes houve alguma coisa e, muitas vezes, não houve. Semeei estrelas pequenas e brilhantes e também semeei inúteis carcaças. Vivi enfim, de tanto olhar para cima, muitas vezes tropecei, faz parte.

2 comentários:

  1. Adorei essa sua faceta romântica. Parabéns!
    Ledice

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  2. Oswaldo Lopes12/08/2017

    Você sempre muito amável. Agradeço e retribuo

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