Sedução
Suzana
da Cunha Lima
Ele a
esperava no alto. Seus olhos sorriram quando percebeu que ela se aproximava,
deslizando pela calçada como uma pluma. Ele desceu quase voando pela escada
para encontrá-la.
Lá
embaixo, na calçada, ela levantou a cabeça e seu sorriso tímido o alcançou,
antes mesmo de subir os degraus que os separavam.
Encontraram-se
no meio. As mãos se buscaram ansiosas, após tão longa espera. Quentes,
ávidas. Ele não se conteve e a abraçou,
o perfume de seus cabelos envolvendo-o numa nuvem encantada. Alfazema, jasmim?
Tão perto daquela boca acesa e gulosa, carregada de promessas...
Perto
demais. Tentador demais. A fina teia da sedução o envolveu e até hoje ele está
preso e perdido para sempre. Já não sabe onde começa ou termina, deste
labirinto não conhece a saída, só sabe que é prisioneiro, mas não quer
fugir.
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