O dia em que quase fui assaltada - Maria Amélia Favale


O dia em que quase fui assaltada
Maria Amélia Favale

Hoje é uma segunda feira qualquer, e como rotina fui ao banco, pois é o dia de receber a aposentadoria. Fui até o  caixa e apresentei meu cartão de aposentada. Não uso caixas eletrônicos.  Não é uma grande quantia, mas é o suficiente para pagar algumas contas, e um direito que adquiri.
Apesar de pouco volume de dinheiro, ainda faço a conferência em meio à lotação do banco naquele momento.

Ao sair de lá, de repente, sinto que alguém acompanha meus passos.  Estão me seguindo! – pensei apavorada. Mas, também pensei que poderia estar  preocupada sem razão. Para confirmar a desconfiança apertei o passo, e para minha surpresa o perseguidor também se apressou.

Tenho a certeza de que vou ser assaltada, agora mesmo, preciso fazer alguma coisa, se pelo menos tivesse um policial, preciso sair dessa situação.

Nesse momento avistei dois guardas  fardados, um rapaz e uma moça. Adiantei os passos em direção à eles.

Mas, antes que eu começasse a falar, ouvi alguém me chamar pelo nome:

—Maria Amélia! Maria Amélia! Sou eu o Evaristo seu vizinho. Não vou assalta-la, não.

 Olhei ainda temerosa e vi meu vizinho que mora  no mesmo prédio que o eu. Uma  pessoa muito simpática.

     Ele estava sorrindo para mim, e explicou:

— Entramos juntos no banco, a senhora nem me viu. É a correria do dia-a-dia. Vi que retirou dinheiro do caixa e começou a contar as notas sem nenhuma preocupação de estar sendo vigiada por algum assaltante. Depois  enfiou o dinheiro na bolsa de forma fácil de ser surrupiado. Tinha que ajudá-la, então a segui e resolvi aplicar-lhe um susto por seu descuido. Me desculpe se fui longe demais.  Espero que da próxima vez tome mais cuidado.

Sorriu de novo e se foi.

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