UM JOGADOR DE PAZ
Oswaldo
Romano
Germano era um homem de paz. Jogava
futebol no Clube Chuta o Pé.
Era bem afeiçoado, e raramente alguém o
via irritado. O peso da sua cruz era jogar um bom futebol, e conseguia.
Caçado em campo, além do futebol teve
que aprender se dançarino, dar pulos como pisando em brasa.
O fato despertou a atenção da galera que
vibrava com sua macaquice. Já para a Clotilde, presente entre eles, era um motivo inusitado, levando-a sentir
desejos. Morena e passista de Escola de Samba, marcava os movimentos do
alagoano Germano, para repeti-los na sua quadra.
Mas a morena não era de ferro, queria se
aproximar do Germano. Como? Se ele era cobiçado por muitas? Ela, muito bonita,
mas sua escolaridade era de um jega. Decorar palavras para o momento oportuno,
foi sua saída.
O alagoano já tinha distinguido sua
postura na arquibancada, chegando mesmo a lhe oferecer um gol. E o gol saiu no
último instante do segundo tempo. O apito do juiz jogou-a para o gramado. Um
abraço forte no craque e só soube falar: Gér querido, meu coração por ti gela.
Germano que só a tinha visto bela,
desiludido com suas palavras, correspondeu seu abraço, mas repicou:
Meus olhos por ti- foram-se. Já que não
posso ama-la, devolvo-a para a galera.
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