O conde de Lemim - M. Luiza de C. Malina


O conde de Lemim
M. Luiza de C. Malina

O tempo esquecera-se dele. O frondoso Carvalho que vivia no mais alto da montanha. Com uma  linda vista para o vale, observava a vida aos seus pés. 

A sombra amiga e refrescante era a confidente silenciosa das grandes histórias. Adorava escutá-las e ria das cócegas que lhe faziam quando encravavam um coração com o nome dos apaixonados, em seu tronco. Deseja passar por uma experiência igual.

Certa noite, admirando a lua cheia, rogou que, por apenas uma noite pudesse se transformar em um ser humano igual aos que o visitavam.

Seu pedido, em passo de mágica, foi concedido. Ele se viu transformado em um homem idoso, tão idoso quanto seu tronco. Sua sabedoria era a luz da vela e os velhos galhos, compunham os dedos das mãos.  Carregava consigo uma vela acesa presa a um candelabro.

 O Carvalho é o senhor dos bosques, traja-se elegantemente com uma cartola e uma echarpe vermelha da cor dos amores secretos, à procura de sua amiga, a Sombra refrescante. Não a encontra. Com a vela apenas enxerga sua própria sombra, do homem a que se tornara. Posiciona a vela de tal maneira em que se vê refletido na lua. Encanta-se!

Dizem que na primeira noite de lua cheia, pode-se ver refletida na lua a imagem insistente do poder narcisista do Conde de Lemim.

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