HISTÓRIA DA CORUJA, CONTADA A LUIZA
Oswaldo Romano
A mamãe
Tereza, como de costume, faz sua filhinha Luiza dormir depois do almoço.
Aproveita
esse horário para cuidar dos seus afazeres e de si própria. Quando Luiza
acorda, é à ela que mamãe Tereza
dedica-se de corpo e alma para torna-la
mais bonita, uma aparência de princesa.
Luiza
cuida das lições sob o olhar vigilante da mamãe que a acompanha de perto. Théo,
o pai, só chega tarde. Enquanto elas o aguardam, o sol vai-se, e ambas como
fazem no verão, postadas no jardim, ficam ouvindo os sons da noite.
O
chamado da coruja cujo apelido é Magalix, se destaca. Chama sua companheira
distante, cujo pio se perde na escuridão. A mãe Tereza, cuidava para que Luiza
não tomasse esse pio lamentoso para o lado do medo. Juntas contavam às vezes
que ouviam. Antes que Luiza soubesse da fala corrente de que o canto desse
caburé anunciava um mau agouro, adiantou-se contando um pouco da sua história,
sempre levando para o lado do bem.
— A noite a coruja Magalix, se prepara
para sair. Gosta muito dos seus filhinhos, suas penas são muito macias para não
ferir seus delicados filhotes. Foi observado que quando retorna para
alimentá-los, não há disputa entre eles. Obedecem a ordem de nascimento para receber
a comida.
—
Mãe, o que eles comem?
—
Filha, com o tempo você vai tomar conhecimento do que é a cadeia alimentar. Nós
não comemos carne? Então eles também comem pequenos animais. Têm bicos muito
fortes. Apreciam muito os mamíferos roedores. São enjoados, porque quando têm
pelos, fazem a separação na boca, jogando fora o que não presta.
—
Cuspindo você quer dizer, né mãe?
—
Isso mesmo filha. Tem uma fábula de
Monteiro Lobato em que a águia combinou com a coruja, uma não comer os filhos
da outra. Esnobaram a beleza dos seus filhotes, o que os levaria a um terrível engano.
A águia um dia encontrou dois horríveis pequenos pássaros tentando voar. Não
teve a menor dúvida, comeu os dois. Eram filhos da coruja! Indignada, não
acreditava! Quis pegar a águia. Esta se defendeu: — Você disse que eram
bonitos!
— Moral da história: Quem
ama o feio bonito lhe parece.
******
Nenhum comentário:
Postar um comentário