O CÉU NO SEU DESCOBRIR - M.Luiza Camargo Malina





O CÉU NO SEU DESCOBRIR
M. Luiza Camargo Malina

O dia amanhece ainda deitado na preguiça da mudança das cores. 

O verde lá de longe é de um azul de marinheiro, das noites de mar sem lua.

Daqui à pouco, este mesmo verde vai ficando clarinho, com gotinhas brilhantes de saudade da noite, lavando os olhos de quem sonhou.

E olhe só, quem está chegando. O grupo alegre e simpático da “WWF” carregando nas mochilas a cara de um novo companheiro, e eu acho que este bicho arrendondado de pelos brancos e orelhas pretas vai encarar o mato com a gente.
Vou ficar espiando do meu galho, de galho em galho, o que é que vai dar hoje, justo no hoje do dia em que achei um espelho para mostrar a uma amiga, bonita de feia que é como ela pode se tornar a deusa das matas despeladas.

O pessoal caminha sem olhar para a riqueza do céu, e eu pulando de esconde-esconde sem ter que me esconder.

Êta! Pararam. Estão procurando alguma coisa aqui em cima. Acho que estão meio perdidos, me olham sem me ver, não respiro para deixar o vento voar.

Ufa! Lá se vão sem vontade de ir. Gritam e escutam suas vozes que vão ficando mais perto da cidade e eu mais perto do meu verdinho em folha, bem pertinho do meu céu.



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