Os
homens e o futebol
Angela
Barros
Fico
pensando com os meus botões o que será que acontece na cabeça do dito sexo
forte, quando em bandos, já mais pra lá, do que pra cá, movidos a canecas e
canecas de cerveja, ensandecidos na frente do televisor, berram, ora apoiando,
ora xingando o juiz ou um jogador qualquer?
A
confusão aumenta quando um do bando resolve vestir a camisa de treinador e o
amigo já com o cérebro embotado pela bebida discorda da tática sugerida
soltando todo tipo de palavrões, praticamente cuspindo no amigo.
Quando
o jogador do time adversário acerta de jeito um pontapé no joelho de um jogador
do timão, tudo é esquecido, o clã em uníssono berram e todas as
mães do mundo são lembradas neste momento, não escapam nem as éguas, nem as que
puseram no mundo as meninas ditas de vida fácil.
As
mulheres sentadas na varanda observam a algazarra dos seus homens transformados
em adolescentes. Todos com a camiseta do time, descabelados, suor escorrendo
pelo rosto, mãos desesperadas que são levadas a cabeça, dedos cruzados pedindo
a Deus para que a bola entre no gol, cachorro que leva um chega pra lá, como se
fosse uma bola arremessada para o gol. Elas apenas balançam as cabeças num
gesto de vai entender esses caras!
Quando
um grito de gol ecoa por toda a casa, de repente como que saídos de um
compartimento secreto, aparecem mini marmanjos vestidos exatamente como o bando
à frente da TV, pulando, cornetas na boca provocam uma barulheira
ensurdecedora e contagiante de alegria.
Até
que um segundo depois faz-se silêncio.
Gol!!
Grita o comentarista.
Ahh..
Uuuuuu!! Juiz ladrão de uma figa. Filhos de uma p….
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