Mãe, alicerce familiar.
Angela
Barros
Mamãe,
mamãe, mamãe! Eu me lembro chinelo na mão, avental todo sujo de ovo, se eu
pudesse voltar outra vez, mamãe, começar tudo, tudo, de novo!
É
com um aperto no coração que lembro desse pequeno trecho de música tocada no antigo rádio, colocado em cima de um móvel de madeira escura, lugar sagrado,
nenhuma criança tinha permissão para encostar no tesouro.
Minha
mãe sentada na poltrona preferida, bordando ou consertando alguma roupa da
família, concentrada, ouvindo sua novela, soltava um xiiii, toda vez que algum
som era emitido por alguém na sala.
Gravada
na minha mente, essa música da minha meninice, vem sem mais nem porque, de
tempos e tempos, e me vejo cantarolando. Relembro com muito carinho da
minha infância querida, das brincadeiras de rua, das disputas com meus irmãos
pela atenção da nossa mainha.
Ai
que saudade que dá quando na pia da cozinha, avental sujo da lida do dia, fazia
força para bater à mão nosso bolo de chocolate preferido. Ela se desatava a
rebolar imitando os movimentos da colher de pau na tigela. Gritos de faz mais
mamãe, ecoavam, seguidos das risadas dos filhos.
Ai,
ai, ai, mamãe você era tudo e nós crianças ainda não sabíamos o tesouro que
tínhamos nas mãos.
Seu
eu pudesse voltar outra vez, mamãe, começar tudo, tudo, de novo e falar para
você: te amo muito mamãe querida!
Ser
criança é tão lindo mamãe!
Como
explicar para nossos filhos, como é bom ser criança, mamãe!
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