INFÂNCIA DE HOJE E DE ONTEM
Ledice
Pereira
Estar naquela praça, em meio à algazarra dos pequenos me
fez viajar ao tempo em que a pequena era eu.
Como era bom não ter noção dos perigos a que estávamos
expostos!
Como era bom sentir-me protegida!
Naquele tempo, eu não tinha a dimensão de tudo isso.
Apenas deixava-me levar pela vida divertida e alegre, sem preocupações.
Nada era demais, nada era excessivo. Tudo na medida
certa, mas era tão bom!
Cada conquista era comemorada.
Cada presente tinha um valor inestimável.
Eu não tinha muito, mas a tudo era dado muito valor.
A vida era simples, mas cheia de amor.
As brincadeiras eram inocentes: pega-pega, passa anel,
esconde-esconde, roda, corda, peteca, pula distância...
O poeta já dizia, “Ah que saudade que eu tenho...”
Sim, tenho saudades de uma época que o mundo não era tão
ameaçador, que se podia ir e vir, até sozinhos, com pouca idade, com a certeza
de que se voltaria para casa.
Volto ao presente. Vejo a criançada correndo e peço a
Deus:
─ Cuide deles, Senhor!
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