NA JANELA.
Mario Augusto Machado
Pinto
Acordei. O quarto no lusco-fusco produzido pela luz do
abajur na cômoda. Sentindo calor,
levantei-me e com cuidado suspendi a veneziana, abri totalmente a vidraça e
aspirei o ar fresco e úmido da madrugada. Vi as poucas janelas iluminadas dos
edifícios ao redor. O que estaria acontecendo por detrás delas?
Uma única iluminada no prédio vizinho. Para ver melhor
debrucei-me no peitoril e coloquei os óculos. Nada para bisbilhotar, mas subitamente
por detrás da cortina formou-se a sombra de um homem. Assomou a janela
iluminada. Ambos nos vimos surpresos com o inesperado. Ele, com as mãos no
batente, jogou a cabeça para trás e soltou gritos que mais pareciam urros de um
animal pronto para atacar.
Agitando descontroladamente os braços, sua expressão facial
demonstrava a ira de que estava possuído: olhos faiscantes, pele contraída formando
sulcos, boca esgarçada mostrando os
dentes. Mais parecia o próprio demo do que um ser humano. Deixou e voltou à
janela por várias vezes.
Eu ainda impressionado com o acontecido olhava aquela janela
sem saber o que fazer quando o vi abrir e fechar com estrondo a porta daquele
cômodo.
Desapareceu.
Justo o que eu procurava sobre porta de aluminio e janelas de aluminio. Muito obrigada!
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