A Lua na Terra - José Vicente J. de Camargo

 

A Lua na Terra
José Vicente J. de Camargo

O cenário era lunático!  Crateras e saliências se escondendo e emergindo  na superfície árida, de cor cinzenta- avermelhada, pulverizada por pedras de todos os tamanhos e formatos, dando a impressão de um grande lago de ondulações irregulares rodeado de um silêncio absoluto a espera do nada.

Mirando, entendo, por que esse lugar é chamado de “Vale da Lua” – será que é mesmo assim? – afinal só dois felizardos humanos a pisaram e viram algo ínfimo de seu corpo naquele 20 de julho de 69 − como passa o tempo, tinha 23 anos, fotografias? Representam o todo? Nesse devaneio, meu pensamento voltado à lua, salta para o fato de como a usamos em vários aspectos e sentidos.

Por vezes é a musa de poetas, trovadores, pintores; por outras é a inspiração de compositores e escritores. Também se transveste de adjetivo em situações rotineiras – estava com a cabeça na lua, esqueci de tudo. Sua luz brilhante, romantizada de luar, é impulso para declarações de paixões em infinitas juras de amor. No horóscopo é influência marcante no traçar de destinos ansiosos.

Para mim, seu fã de carteirinha, é o astro satélite mais próximo da terra – 300000 km ─ no qual um dia, não muito longe, levado na calda de raios lazer, aterrissarei na sua oculta face, para matar a curiosidade de terráqueo sonhador...

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