O TEMPLO – IGREJA BUDISTA - Antonia Marchesin Gonçalves

 

 


O TEMPLO – IGREJA BUDISTA

Antonia Marchesin Gonçalves

 

 

                        Após a primeira guerra, mais o menos em 1927, vieram muitos emigrantes europeus e também uma grande comunidade de japoneses para o Brasil, precisamente no interior paulista, para trabalharem nas grandes fazendas. No caso de Cafelândia vieram mais italianos, espanhóis e, principalmente, em número maior de japoneses. Ao contrario dos europeus, os japoneses vieram como donos de terras compradas lá no Japão.

                        Os católicos europeus tinham a sua pequena igreja que já existia na cidade, que mais tarde tornou-se uma Catedral, com a ajuda da comunidade católica, com até uma bela praça pegando toda a quadra.  Surgiu a colônia Hirata budista, havendo um grande numero de japoneses, começou-se a arrecadar fundos para erguer o seu templo budista, conta a lenda que foi o primeiro no Brasil. Hirata era um jovem bem preparado líder deles, que acabou morrendo aos vinte e sete anos de febre amarela

                        Conseguiram comprar um grande terreno na periferia da cidade. Trabalhavam em suas terras e ao mesmo tempo faziam suas cerimônias, primeiro no terreno e todos unidos construíram o seu templo. Começou pequeno, à medida que melhoravam de vida foram aumentando. O altar todo de madeira escura entalhada, que foi importada do Japão, como também a imagem de Buda toda dourada, seus incensos perfumando todo o ambiente. Para a inauguração foi enviado o monge jovem, que ficaria e ali moraria, para celebrar todas as cerimônias.

                        Alguns anos depois, já mais prósperos conseguiram importar um sino de bronze imenso, que fica na lateral à direita da porta principal sendo toda entalhada, usado para as batidas cerimoniais. Por ser um templo, é muito simples, mas o primeiro templo chegou a pegar fogo, sendo salvo só o altar, que é mais adornado e sempre com os incensos acesos para cada pessoa que vai lá meditar. Todo o templo foi refeito e nos festejos dos cem anos da vinda da colônia japonesa ao Brasil, houve muitas comemorações, sendo uma delas, a vinda do príncipe Heroito, para visitar pessoalmente o templo e sua comunidade, motivo de orgulho para todos, até hoje inclusive nas novas gerações. Sendo antigo e tradicional se tornou um ponto turístico da cidade, adornado com um jardim típico com bonsais lindos.

                        Ali são feitas muitas festas com comida típica e seus esportes favoritos, que duram dois dias de confraternização. Quando o visito sinto a paz interna que paira dentro daquele lugar sagrado.

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