CADÊ
O BRINQUEDO QUE ESTAVA AQUI
Oswaldo Romano
Marco e Mila depois de quatro anos
tiveram um filho que veio mudar completamente suas vidas, ainda se sentiam em
lua de mel. Depois disso a conversa mudou, os hábitos mudaram, e os passeios
secaram. Mas ao mesmo tempo tornaram-se caseiros.
À medida que Flavinho crescia foram
recuperando a liberdade que os prendia em casa.
Agora curtiam outra vivência, o pimpolho
já com seis anos não dava aos pais uma hora de sossego.
Tentando amenizar o trabalho, Marco teve
uma ideia que revelada à Mila, acharam de boa solução, pelo menos por algum
tempo, comprariam um cachorrinho.
Foi o que fizeram. Criou-se um novo dia
a dia na moradia.
O casal já vinha disputando quem
dormiria com o Scoth depois que Flavinho adormecesse.
Ele, o Scoth, era o primeiro a acordar e
com isso o menino também pulava e juntos começavam as estripulias.
Scoth adorava correr atrás dos
brinquedos que o menino lançava, gosto comum no seu mundo. E como sempre, o devolvia
para repetir a brincadeira.
Entre os brinquedos, um palhacinho de
pano recheado de paina, não era jogado, recomendação da mãe que avisava do
perigo de rasgar e esparramar o enchimento o que causava alergia.
Parecia que Scoth sabia daquela
proibição, pois várias vezes tentou pegá-lo. Mas como tudo tem a primeira vez,
aconteceu. Conseguiu abocanhar o palhacinho, desembestou não dando ouvidos aos
gritos de Flavinho. Quanto mais gritos, já perseguido, mais corria.
Entrou pelos escombros da obra vizinha,
Flavinho desistiu. Mas, cinco minutos depois o cão voltou balançando a língua,
sentou e encarava vencedor a cara do seu dono.
— Scoth, onde está o Palhacinho?
Ele se deita, estica as duas pernas
dianteiras, põe a cabeça entre elas e só balança o rabo.
Talvez esse fosse um segredo que Scoth
não revelaria.
Como sempre, muito bom...👍🤩
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