Quantos anos tenho?
José
Vicente Camargo
Quantos
anos tenho?
Tenho
tantos enquanto em meu peito bater a paixão, que germinou logo no primeiro
encontro. Frutificou, e sua presença me saciou os desejos, me abraçou na paz e
me vislumbrou um futuro de segurança e harmonia. Anos passados são águas mortas
que não mais refrescam. O importante, neste ponto da caminhada, é deixar-se
levar pela correnteza do rio até o mar infinito, transformar-se em onda e
retornar, quiçá, à areia da vida.
Quantos
anos tenho?
Tenho
tantos enquanto sofrendo, aguardo seu regresso de um dia que, sem dizer porque,
partiu sem dizer pra onde. Sua presença me trará novamente a força do seguir
avante, a alegria do viver.
Quantos
anos tenho?
Tenho
tantos enquanto nos meus sonhos ecoarem as vozes e trepidarem as imagens
queridas daquele tempo:
Dos
meus pais, avô, irmãos Roberto, Zezé, primos Paulo, Mimi, amigos de aventuras e
juras de amor...
Onde estão
todos eles?
− Estão
todos no fruto da paixão da árvore que em mim brotou, aguardando o amor que
arrependido, de saudades voltou...
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