MAU AGOURO
Sérgio Dalla Vecchia
Mercedes era uma socialite,
moradora em mansão na Cidade Jardim.
Tinha uma vida notívaga, e
ao sair sempre cumprimentava o guarda noturno, que lhe retribuía com um aceno
de mão.
De volta, pela madrugada,
repetia o gesto, enquanto ele vigiava a entrada da garagem.
Certa noite, quando saia,
reparou que o guarda tinha um gato preto enroscando-se em suas pernas.
Soltou um grito !
— Que é isso seu João, um
gato preto?
O pobre guarda assustou-se
com a exclamação da dona Mercedes, que sempre gentilmente o cumprimentava, e
respondeu:
— É só um simples gato
preto, que acolhi para me fazer companhia.
Indignada ela retrucou:
— Não é só isso não, ele
traz azar se o avistarmos quando saímos de casa. Eu sou muito supersticiosa,
não quero mais ver esse gato por aqui. Resolva urgentemente. – Ordenou a
socialite.
Já de volta pela madrugada,
deparou-se com a mesma cena da ida.
Exaltada bradou:
—Eu não mandei o senhor
resolver o problema com gato preto?
—Sim, eu entendi perfeitamente
dona Mercedes, a senhora falou que ele dava azar quando avistado na saída da
casa, mas agora a senhora está chegando, então não dará mais azar nenhum!
—Para amanhã, já consegui um
gato amarelo para a senhora ver quando sair. Agora na volta, me desculpe, fica
Tião mesmo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário