A ILHA PROIBIDA - Antonia Marchesin Gonçalves


                  
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A ILHA PROIBIDA
Antonia Marchesin Gonçalves


                O mistério faz parte da ilha proibida Niihau no Havaí,  seus 130 habitantes são suficientes para manter longe quaisquer turistas intrometidos.

Tentando desvendar e desbravar Niihau, Kaique jornalista arrojado, teve  aprovação do chefe para tentar descobrir o segredo da tal ilha. Usou de subornos a embarcadores das ilhas vizinhas e conseguiu, durante a noite, o seu intento. Munido de mochila com víveres suficientes para sobrevivência, e de celular para enviar suas descobertas e reportagens, chegou sorrateiro. No entanto, descobriu que não havia sinal de antena de transmissão. Mas não desanimou, foi conseguindo se infiltrar mata adentro até chegar ao centro dela, sempre escondido, montou um pequeno acampamento, até que foi descoberto e levado para o grande chefe.

                Observava encantado o vilarejo, cento e trinta chalés de tamanho médio, bem feitos, aos fundos de cada chalé uma, galinheiro e cabras.. Com aparência saudável, os habitantes pareciam felizes. Por ser muito quente usavam tanga os homens e as mulheres usavam pequenas saias e os seios nus. Muitas flores nos cabelos delas e todos com colares de flores tropicais. Não notou nada diferente que fosse um mistério a se esconder. O grande chefe, um homem alto e forte já se impunha só pelo tamanho e com uma voz grave mandou que confiscassem todo o equipamento fotográfico de Kaique.

                Colocaram-no num anexo do chalé do chefe, esperou o dia inteiro, sofrendo angustiado com medo de matarem-no ou largá-lo no mar. Mais angustiado ficou ao saber que não viriam resgatá-lo.

Soube no fim do dia que estaria livre para circular pela vila e que não tentasse fugir. Ao andar nos arredores percebeu que não havia hospital, nem hotel, nem supermercado. Sem hostilidade entre eles trabalhavam muito, percebeu com os dias que mantinham as matas preservadas, limpas e com os animais nativos soltos, as fontes de água doce e pequenas cachoeiras bem cuidadas onde se banhavam, deu-se conta de que estava no paraíso. Na medida em que convivia com eles,  passou a admirar e conhecer  cada um tornando-se apaixonado pelo lugar e pela forma de vida, tão simples e tão tranquila, não sentia falta de eletrônicos, carros, nem roupas.

                Todo domingo era dia de almoço comunitário em que cada família levava uma comida, frutas conversavam entre eles e tomavam uma bebida típica muito boa, fresca com um leve teor alcoólico, dançavam  no fim da tarde inclusive as crianças, felizes iam descansar. O verdadeiro mistério percebeu enfim, não queriam que o seu paraíso fosse invadido por turistas deteriorando a ilha paradisíaca a exemplo do  Havaí e outras.

                A ilha de Niihau não é proibida e sim preservada e protegida pelo seu povo, inclusive por Kaique.

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