A
ULTIMA DAS MANSÕES
Mario Tibiriçá
Um
gaúcho, filho de abastado fazendeiro sul-riograndense, após a morte dos pais e
com problemas diversos, resolveu
procurar outros ares, vindo aportar em
São Paulo por volta de 1920.
Filho mais velho com seis irmãos
menores, porem já adultos, carregava consigo
a responsabilidade sobre todos.
Em São Paulo, cidade já
desenvolvida e cosmopolita, após alguns
dias de hotel, resolveu ir a
procura de um bom local para toda a
família.
Eis que no novo bairro da Aclimação,
encontrou o que procurava e que atendia integralmente sua necessidade.
No lugar mais alto do bairro, em
enorme terreno, estava a venda um
excelente palacete, com muitos quartos, banheiros, salas diversas, e
surpresa, uma linda capela interna, com altar, bancos, e sacrário, o que muito impressionou toda a família
religiosa.
A casa com sua pomposa fachada, desde
logo deixava ver ter sido construída e
habitada por fidalgos.
Apurando detalhes dos antigos
proprietários, o gaúcho descobriu que efetivamente havia sido propriedade do Barão de São Jorge, mobiliado pelo
imperador
Pedro
II, que a construiu com requintes
de sobriedade e a mansão com suas árvores centenárias, escadas majestosas e entradas suntuosas,
deixava perceber o passado do Barão.
Houvesse o Barão deixado herdeiros, certamente ali,
naquela casa seriam contadas histórias da
realeza e do império, dos bailes e dos jantares, debaixo dos
grandes e vetustos lustres,
testemunhas de um tempo que já passou.
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